Dinheiro!

Qual é o maior presente que alguém poderia dar a você?

Eu não faço ideia de que tipo de presente uma pessoa poderia me dar. Sou uma pessoa de poucas necessidades. Não há nada que eu possa querer que outra pessoa possa me dar, ao menos no momento. Então acho que o melhor presente que alguém poderia me dar é dinheiro. Assim, quando eu precisar de alguma coisa, eu compro com o dinheiro extra que me foi dado de presente.

Muitas pessoas acham que dar dinheiro a uma pessoa como presente é de mau gosto. Eu não sei de onde isso se origina e acho que é besteira… Provavelmente essa ideia existe porque dar dinheiro indica que a pessoa não pensou o suficiente sobre os gostos do presenteado, mas eu realmente não reclamaria se me dessem dinheiro, desde que fosse dentro da lei.

Namoro.

Quais relações causam um efeito negativo em você?

Eu namorei poucas vezes na minha vida e sei muito bem que o namoro tem um efeito negativo sobre mim. Eu não sei fazer isso. Não sei ser romântico, não sei ser sexy e acho cansativo dar atenção especial a uma pessoa de quem minha sobrevivência não depende. Eu decidi doar esperma e adotar um filho. Estou perfeitamente confortável com a ideia de morrer virgem. Namoro, pelo menos pra mim, foi só estresse e frustração. Não preciso disso na minha vida.

Neon Genesis Evangelion.

Qual é seu desenho favorito?

Novamente o WordPress me manda estas perguntas prosaicas. Aqui, nosso amigo me pergunta qual é meu desenho favorito. Bom, é Neon Genesis Evangelion. Eu pensei que eu não iria gostar desse desenho (anime = animation = cartoon = desenho) até assisti-lo, não lembro em qual contexto, na adolescência. Provavelmente fui apresentado a esse desenho por meio de AMVs. Em todo caso, o que mais me atrai é o desenvolvimento dos personagens. Na minha adolescência, eu estava apanhando da depressão, então eu estava com a sensibilidade bastante aguçada pro lado mais suave, por falta de palavra melhor, da história: a forma como os personagens evoluem. Em segundo lugar, vêm as imagens, principalmente as de End of Evangelion, que são sublimes. Assim, não é apenas um desenho de personagens interessantes, é também um desenho lindo.

Fora Eva, gosto também de Made in Abyss. O autor é assumidamente atraído por crianças e adolescentes. Mas eu admito que eu não deveria ter começado a assisitir esse desenho. A princípio, eu queria ver como a atração do autor se manifesta no trabalho, mas, passado esse interesse inicial, o desenho começou a me atrair por outra razão: o sofrimento desumano dos personagens me faz querer ver o final da série. Quem sabe se há um final feliz? Eu tenho certeza de que estou torcendo por isso, torcendo pelo fim do sofrimento deles. Mas até lá, o sofrimento de todos os personagens é de fazer chorar. Às vezes me pergunto se vale a pena sofrer com os personagens pra ver esse final, que certamente será amargo, mas a mínima centelha de esperança me faz querer tolerar a dor. Assim, Made in Abyss me atrai por uma razão diferente, em comparação com Eva. Em Evangelion, eu sou atraído pelos personagens e pelas imagens que incorporam o sublime kantiano, mas, em Made in Abyss, o que me atrai é a história, não os personagens (embora eu sofra com eles, não tenho nenhuma identificação com nenhum personagem desse desenho e admito que eu não acho nenhum deles particularmente especial).

Menos o mestrado.

Sua vida hoje é como você imaginava há um ano?

Minha vida está como eu pensava. Só que eu não esperava que eu entraria no mestrado com tanta facilidade. São situações como essas que me fazem acreditar em Deus, porque simples sorte não explica eu entrar num concurso com treze concorrentes (para doze vagas) e dois candidatos desistirem (mesmo que todos fossem aprovados, como foram, ainda ficaria uma vaga sobrando). Passei em quinto lugar. Além disso, dizem que o mestrado do meu estado é um jogo de cartas marcadas: tudo é combinado pra deixar pessoas desejadas entrarem, não necessariamente os melhores, como deveria ser. Mas eu conheci as pessoas certas que me falaram que eu poderia entrar por avaliação em edital nacional, me permitindo ser avaliado por gente que não estava envolvida com a máquina acadêmica do meu estado. Assim, fora o mestrado, minha vida corre como esperado.

Ouvir rádio.

Qual foi a última coisa que você fez para se divertir?

Eu fiquei cansado de baixar música e gerenciar diferentes formatos de chiptune e tracker music. Também cansei de procurar bons serviços que executassem no navegador. Então eu tive a ideia de baixar um número de endereços de rádios online que oferecem tanto demoscene music como video game music. O problema é que o Bleachbit apagou os endereços do Rhythmbox. Tudo bem, posso baixar de novo e, desta vez, colocar em arquivos. Fica melhor pra mim assim. Claro que tem o incoveniente de que tenho que ouvir músicas aleatórias, mas, pelo menos, é o gênero de que eu gosto. Fora que músicas aleatórias são um bom jeito de descobrir novos artistas.

Azul e um gato.

Se você entrasse para uma equipe esportiva, quais seriam as cores e o mascote?

Esses prompts estão começando a ficar estranhos… Primeiramente, se eu fosse entrar numa equipe esportiva, teria que ser de e-sports, porque eu nunca fui atleta de nada. As cores, provavelmente, seriam tons de azul, mas não me pergunte por quê. Só curto essa cor e gosto estético é uma coisa que não pode ser racionalmente explicada. Já quanto o mascote, seria este bichinho.

Programação.

Quais habilidades ou lições você aprendeu nos últimos tempos?

Em 2020, um amigo meu empurrou um manual de Python na minha cara e eu, que sempre reclamei por não saber programar, comecei a aprender. Eu me sentia o tal escrevendo aventuras baseadas em texto utilizando Python. À época, eu estava no MX Linux. Mas eu resolvi, em 2021, voltar pro Ubuntu. E, de repente, nada do meu código funcionava. Foi quando eu tive minha primeira decepção com Python: as versões 2 e 3 são incompatíveis. Eu, sem saber, havia aprendido Python 2, enquanto que Ubuntu prioriza Python 3. Sem problemas, é só converter meu código, mas foi um baque e tanto, porque e tive que aprender a sintaxe nova.

Mas logo veio minha segunda decepção: a comunidade. Não me entenda mal; a comunidade Python é legal, mas ela tem certos padrões de correção que me irritam. Particularmente, sempre que eu mostrava meu código pra alguém, a primeira pergunta que me faziam era: “quando você vai aprender a programar orientado a objetos?”. Pra mim, orientação a objetos é uma forma pouco intuitiva, difícil de ler, de fazer as mesmas coisas que eu já fazia programando Python de maneira apenas procedural. Eu não via necessidade de aprender orientação a objetos e essa suave pressão pra me fazer ir nessa direção estava me irritando.

Outra decepção que tive com Python é que não é possível fazer tudo com Python. Existem coisas que Python não pode fazer, caso de todas as coisas comumente agrupadas sob o termo “baixo nível”: sistemas operacionais, controladores de dispotivo e ferramentas de sistema. Se eu algum dia quisesse fazer essas coisas, eu não poderia com Python. Queria poder fazer o que eu quisesse com uma linguagem só, que fosse compatível entre versões e que cuja comunidade não me empurrasse pra um paradigma diferente do procedural.

Assim, em 2021, eu arrumei uma cópia de The C Programming Language e hoje C é a única linguagem na qual eu estou desenvolvendo. Atualmente, estou tentando criar um jogo bidimensional, visto de cima, utilizando C e Raylib. Também estou aprendendo Bash pra automatizar tarefas administrativas e me preocupar menos com a manutenção do sistema.

Pergunta indiscreta…

Cite algo que você espera que outras pessoas jamais digam sobre você.

Eu não posso responder isto sem me queimar por completo, algo que meu advogado me aconselhou a não fazer. Mas, considerando o tipo de coisa que eu posto aqui, creio que os dois ou três leitores que eu tenho sabem exatamente o que eu não quero que digam sobre mim, mesmo que seja verdade!

Não podíamos mudar de assunto? Sabia que eu tô escrevendo minha dissertação sobre ensino de filosofia?

Na infância.

Você já se envolveu em um acidente de trânsito?

Quando eu tinha uns sete anos, quando papai e eu voltávamos pra casa depois de um dia de passeio, um carro bateu no nosso e fugiu. Ainda lembro a placa: HXH-2378. Papai gritou ela pra mim pra que eu a memorizasse e nunca mais a placa saiu da minha cabeça. Ficamos esperando um guincho pra levar o carro pra reparos. Ficamos umas duas horas esperando, com o carro amassado atrapalhando o trânsito. Felizmente, na minha barriga tinha só batata frita. Se eu tivesse também bebido refrigerante durante o passeio, papai teria que me colocar pra aguar as plantas enquanto esperávamos o guincho…

Embora não tenha sido um acidente traumático, eu não tenho interesse em dirigir; dá um pouco de medo.

Não.

Você sabe avaliar o caráter de alguém?

Não sei. Isso porque “caráter” é uma palavra cuja definição exata eu desconheço. Eu poderia estar pensando que estou avaliando o caráter de alguém, mas, na verdade, estar avaliando seu temperamento ou sua moral. “Caráter” é um termo muito ambíguo. Se eu não sei exatamente o que é, como eu vou avaliar? Além do mais, conceitos como “bom” e “mau”, que são frequentemente atribuídos ao caráter, não são conceitos com os quais o ser humano deveria lidar, pois bem e mal são absolutos. É sempre temerário avaliar o comportamento humano usando termos absolutos. Melhor seria usar termos como “prazeroso”, “doloroso”, “útil”, “inútil”, “inofensivo” e “danoso”, os quais, justamente por serem mais fluidos, dizem mais sobre o comportamento de uma pessoa (supondo que caráter tenha a ver com comportamento).

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