- A velhice mata os desejos da juventude, que escravizam os de pouca idade.
- É a sensatez que torna a velhice tolerável.
- Quem consegue dinheiro por conta própria, estima o dinheiro que obteve.
- O insensato muito apegado aos bens materiais, ao chegar perto da morte, se desespera com o futuro de seus bens e de sua alma.
- Justiça não é simplesmente falar a verdade e dar a alguém o que lhe é devido…
- Será que justiça é fazer bem aos amigos e mal aos inimigos?
- Se for, justiça não tem utilidade em tempos de paz.
- Nem sempre sabemos quem são nossos verdadeiros amigos.
- justiça implica fazer bem também aos inimigos.
- Justiça não é conveniência do mais forte.
- Os mais fortes podem promulgar leis injustas.
- Além disso, os governantes às vezes não sabem o que é bom para a nação.
- Se o governante é chefe da justiça, a justiça então volta-se ao mais fraco e não a ele, o mais forte.
- O injusto é ignorante e, por ser ignorante, é mau.
- Justiça gera organização e harmonia.
- Além disso, quem iria querer colaborar com uma pessoa injusta seja no que for?
- Se os deuses são justos, ai dos injustos.
- A alma sem a virtude da justiça não é capaz de governar bem, nem sua própria vida nem as dos outros.
- Se quisermos justificar as vantagens da justiça, basta que vejamos seus efeitos em larga escala.
- Um ser humano não é capaz de viver sozinho.
- As diferenças entre nós nos condicionam à determinadas tarefas.
- Nenhuma cidade se formaria se ninguém dependesse de ninguém.
- Quanto maior e melhor for a cidade, mais aliados ela terá.
- Depois de resolvidas as questões de sobrevivência, a cidade volta-se às coisas ditas “elevadas”, como as artes e a riqueza.
- De fato, um estilo de vida abastado leva a exageros e exageros levam ao estrago do corpo.
- Numa cidade em que o desejo pelo fútil torna-se grande, os bens de sua terra tornam-se insuficientes.
- O ideal seria que cada pessoa tivesse uma profissão apenas, que executasse com perfeição.
- Ser filósofo é querer aprender.
- Existem literaturas boas e literaturas ruins, as ruins sendo as que não reflectem a realidade, sendo mentirosas.
- Os poetas trágicos, Homero e toda a trupe de poetas épicos eram uns épicos mentirosos, que levaram as pessoas a ter concepções erradas mesmo sobre os deuses.
- Os poetas trágicos também incitavam um medo mórbido dos deuses, traumatizando os que tinham pouca idade para ouvir seu trabalho.
- Os poetas e Homero, ao falarem de lutas entre os deuses, muitas vezes por motivos tolos, faziam parecer que a violência entre irmãos era sancionada pela lei divina.
- Supondo que essas histórias tivessem um significado profundo, nem assim deveriam ser contadas, porque não é todo mundo que faz uma separação decente entre real e alegórico.
- Uma criança que aprende algo errado quando tinha pouca idade, muito dificilmente esquecerá o que aprendeu…
- Não se deve culpar os deuses pelo que acontece de ruim.
- A “verdadeira mentira” é aquela que se aproveita da ignorância do ouvinte.
- Para evitar que as pessoas cresçam com medo da morte, é necessário uma censura adicional aos poetas: os poetas não podem falar nada de ruim do pós-vida.
- A poesia apela às emoções, que suspendem a razão.
- Não dá pra ir pra guerra temendo a morte.
- Não preciso chorar a morte daqueles cuja minha existência não depende.
- Homens célebres não deveriam rir e deuses não deveriam ser retratados rindo nos poemas.
- A mentira não deve ser praticada por pessoas comuns, mas apenas por chefes de estado e somente se os seus benefícios para a cidade superarem os malefícios.
- A imagem dos heróis e dos deuses, como figuras de autoridade, não deve ser manchada pelos poetas.
- É terrível para a educação de quem ouve o poema que diz que deuses cometem atos ruins e continuam sendo deuses, porque isso justifica o comportamento ruim da pessoa que ouve.
- Não se deve estimular a juventude a imitar o que é ruim, para que não subestimem o conteúdo do mal.
- Técnicas musicais que favorecem a tristeza devem ser banidas de uma cidade que se propõe perfeita.
- As harmonias “efeminadas” devem também ser eliminadas por lembrarem preguiça e desocupação.
- Instrumentos capazes de muitas harmonias são desencorajados por Platão, por serem capazes de produzir harmonias proibidas.
- Os outros artistas precisam também se adequar a essas restrições.
- A música tem valor educativo.
- O amor verdadeiro deve ser separado da luxúria.
- Aqueles de boa alma procuram aperfeiçoar também o corpo.
- Os guerreiros precisam de dieta própria.
- Variedade culinária deixa o guerreiro mal acostumado e doente.
- Se há uma grande demanda por médicos é porque tem muita gente doente.
- É vergonhoso precisar de um médico para tratar condições que causamos a nós mesmos.
- O juiz tem que conhecer a injustiça sem praticá-la.
- A ginástica tem como função manter o corpo, de forma que ele não precise de médicos, salvo em casos de força maior.
- A ginástica sozinha torna bruto o praticante e a música sozinha amolece.
- Os guerreiros precisam manter-se firmes no que acreditam.
- Os guardiões da cidade não devem ter ouro, prata, terras e nada que não seja de primeira necessidade, para que os guardiões não tenham também que administrar bens, dividindo sua atenção.
- A felicidade coletiva é prioridade sobre a felicidade pessoal.
- Ninguém dever ter tantos bens e recursos a ponto de desviar a pessoa de seu papel na cidade.
- Recursos demais fazem a pessoa trabalhar menos.
- Riqueza e pobreza devem ser evitados, procurando o justo meio.
- Casamento não deveria existir.
- As quatro virtudes cardeais: sabedoria, coragem, temperança, justiça.
- Enquanto que a sabedoria é uma virtude que melhor cabe aos governantes e a coragem aos governados, a temperança precisa existir nos dois.
- Existem quatro grandes classes na república platônica: comerciante, artífice, guerreiro, governante.
- Justiça é a conformação de cada pessoa à classe que lhe compete.
- As ciências se separam porque têm características próprias, o que só acontece quando a razão se volta para objetos novos.
- A alma platônica divide-se em três partes: racional, irascível (emocional), vegetativa (biológica).
- A pessoa é justa quando cada parte da alma desempenha sua função na hierarquia.
- Mulheres devem receber a mesma educação que os homens.
- Não deveriam existir trabalhos de homens e trabalhos de mulheres, mas que cada um deveria desempenhar a função para qual fosse mais apto.
- A lei pode ser antinatural.
- Família nuclear deve ser abolida.
- O estado deve intervir em relacionamentos sexuais, a fim de maximizar as chances de uma boa prole.
- Os jovens com mais habilidade e de ofício mais alto deveriam ter maior direito de procriação.
- Os filhos são criados pelo Estado.
- Quando as mães derem leite, devem amamentar crianças aleatórias, que são mantidas sob a guarda estatal em um bairro à parte, de forma que não reconheçam seu filho.
- As mulheres que devem ter filhos precisam ter entre vinte e quarenta anos. Os homens que procriam devem ter entre trinta e cinquenta e cinco.
- A procriação tem que ser autorizada.
- Como todos são uma grande família, todos chamam “pai”, “filho”, “mãe”, “avô” quem tem idade o bastante para ser chamado assim, dependendo do gênero.
- Os filhos acompanham os pais na guerra.
- É necessário que as crianças que acompanham os pais na guerra para observar aprendam, em primeiro lugar, a fugir.
- Soldados que são levados cativos não devem ser recuperados.
- A ciência discorre sobre as coisas como são e a opinião discorre sobre as coisas como parecem ser, estando assim a meio caminho entre ciência e ignorância.
- O filósofo é aquele que procura o conhecimento estável, não o variável.
- Quem ama a sabedoria é virtuoso.
- O filósofo não tem medo de morrer.
- Mas alguém poderia afirmar que nenhum filósofo se mostrou nem equilibrado e nem útil ao Estado, mas isso porque a maioria é ignorante.
- E, se o filósofo não era equilibrado, é porque os filósofos tinham uma natureza filosófica que foi pervertida pela má educação.
- A filosofia, como tudo o que é grandioso, é perigoso.
- A cidade deve se subjugar à filosofia.
- Mesmo após a adoção de aristocratas filósofos, a constituição perfeita pode levar tempo para aparecer.
- Leis pensadas e bem argumentadas são desejáveis.
- Os governantes, antes de assumirem, têm que mostrar seu amor pela pátria e pela sabedoria.
- O governante deve gostar de estudar.
- Filósofos não devem descuidar nem do corpo nem da alma.
- Se algo não é bom, não iríamos querê-lo.
- Bom e prazeroso nem sempre coincidem.
- Se você é capaz de falar do que os outros pensam, você deveria ser capaz de falar do que você pensa.
- A ciência e a verdade são filhas do bem.
- Escala da clareza, de baixo para cima: suposição, fé, entendimento, inteligência.
- As aparências enganam, então não se deve julgar algo por elas.
- Fazer ciência pode confundir a pessoa, a ponto de ela achar que seria melhor não ter começado.
- O sábio tem pena dos ignorantes.
- O sábio pode se comportar pateticamente na vida pública.
- Apesar disso, o sábio não deve se isolar dos outros.
- Educação é voltar a alma do aluno na direção do ser, e não na do parecer.
- O filósofo deve se ocupar do bem-estar coletivo, não só com o seu.
- O filósofo deve usar as aparências como recurso pedagógico.
- Todos devem saber matemática, mesmo soldados.
- O filósofo que quer atingir a verdade precisa do cálculo.
- Matemática deve ser conteúdo obrigatório.
- A geometria muda completamente o modo de pensar.
- A astronomia também tem utilidade pública.
- Não se deve fomentar o estudo imperfeito.
- O cálculo, a geometria, a astronomia e a dialética afastam o indivíduo da opinião e o conduzem à verdade.
- A dialética depende do conhecimento de ciências exatas.
- Ciências exatas são universalmente válidas.
- A má reputação da filosofia deriva daqueles que se ocupam dela sem estarem à altura do ofício.
- Quem aprende dialética cedo, pode tornar-se rebelde, porque pode descobrir que muitas coisas em que acreditava não estavam corretas.
- A dialética só pode ser ensinada a quem tem mente estável.
- As mulheres podem governar.
- Todo governo humano tem fim.
- Oligarquia é o governo exercido apenas pelos ricos.
- Riqueza e virtude, em geral, vão em direções opostas.
- Um dos problemas da oligarquia é justamente o de que quem é rico, normalmente, tem pouca aptidão para o governo.
- Pobres e ricos conspiram uns contra os outros.
- Os oligarcas vendem seus bens públicos, empobrecem o estado e atraem má fama.
- Um estado com muitos pobres é um estado com muitos crimes, tanto cometidos por pobres (delitos para sustentar a vida) como por ricos (desvio de dinheiro público).
- Uma pessoa ignorante prefere dinheiro em vez de dignidade.
- A revolta popular transforma uma oligarquia numa democracia.
- A eleição dos mais qualificados pode transformar uma democracia numa aristocracia.
- Democracias têm a liberdade em alta conta.
- O tirano procura assegurar que o povo necessite dele.
- O tirano precisa de guerras.
- Isso atrai sobre ele a ira do povo.
- O tirano precisa matar quem se lhe opõe.
- Para controlar seu próprio povo, o tirano recorre a governos vizinhos…
- O tirano apodera-se dos bens públicos para pagar seu próprio exército.
- Existem desejos ferozes e irracionais que todos nós abrigamos.
- São os que, por vezes, se manifestam nos sonhos.
- O tirano é indefeso sem servos.
- Tem gente que pensa que aquilo que não dá lucro é inútil.
- Sob a orientação do filósofo, o ambicioso e o interesseiro podem até desfrutar melhor daquilo que mais gostam (fama e dinheiro).
- Ímpeto e concupiscência devem ser moderados, mas não suprimidos.
- Dinheiro e poder não compensam a decadência da alma.
- Um belo, mas falso discurso destrói a inteligência de quem ouve.
- O artífice faz um objeto material com base num modelo mentalmente concebido.
- Quem parece saber tudo de tudo, mente.
- Ficção é mentira e deve ser tratada como tal, isto é, não deve ser levada a sério.
- A imitação é uma brincadeira; quem crê na ficção é bobo.
- A razão deve moderar o sofrimento.
- A emoção permite o desespero.
- Emoções tolhem a razão.
- Sofrer demais não é masculino.
- Quanto mais você ri, mais difícil será prender o riso da próxima vez.
- O corpo só pode morrer de doença, dano físico ou velhice.
31 de março de 2015
Anotações sobre “A República”.
20 Comentários »
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[…] forte a razão mais fraca”, isto é, mostrar a verdade nos pensamentos incomuns. Por exemplo, Trasímaco dizia que justa é a vontade do mais forte, o que era plenamente aceito. Mas Sócrates mostrava, […]
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Pingback por Apologia de Sócrates. | Analecto — 22 de outubro de 2017 @ 10:59
[…] é bom”. Eu tenho que corrigi-lo, dizendo: “não é bom, só gostoso.” Para Platão, o “acorde da justiça” é feito das notas “bondade, beleza e utilidade”. […]
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Pingback por Anotações sobre a crítica da razão prática. | Pedra, Papel e Tesoura. — 22 de janeiro de 2017 @ 20:35
[…] causa desse fenômeno, não existe governo humano que dure pra sempre. Seria necessário que fôssemos governados por Deus. Assim, se […]
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Pingback por Anotações sobre o contrato social. | Pedra, Papel e Tesoura. — 26 de dezembro de 2016 @ 15:51
[…] Rousseau, a República não é um livro de política, mas de […]
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Pingback por Anotações sobre o Emílio. | Pedra, Papel e Tesoura. — 12 de dezembro de 2016 @ 21:07
[…] (vida) em órgãos que não estão sujeitos à nossa vontade levou os antigos a admitirem que mais de uma alma habita o corpo: uma pensante, uma emotiva, uma […]
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[…] filósofo entra para o clube feminista, com Platão: a submissão de Eva, embora seja uma maldição divina, não é uma lei colocada sobre todas as […]
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Pingback por Anotações sobre os dois tratados sobre o governo. | Pedra, Papel e Tesoura. — 12 de agosto de 2016 @ 21:19
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[…] razão é uma das coisas que nos move. As outras duas são a emoção e a concupiscência. Por isso Platão dirá que temos três almas, mas Agostinho esclarece que é só uma mesmo, que fica indecisa diante […]
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[…] à dor e dores cada vez maiores são necessárias para nos fazer chorar. Nisso, Hobbes polemiza com Platão, o qual diz que quanto mais rimos, mais difícil é evitar o […]
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[…] sem ter formulado uma moral que te permita viver bem. Depois disso, deve estudar lógica. Como Platão, Descartes afirma que o bom filósofo deve ser bom conhecedor de matemática, porque é um […]
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[…] não admitiam como discípulos pessoas que não soubessem matemática. Deve estar se referindo a Platão e Aristóteles. Não vejo como isso posaria problema para Sócrates, se é que ele […]
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Pingback por A cidade do sol. | Pedra, Papel e Tesoura. — 24 de dezembro de 2015 @ 22:12
[…] mais sábios parecem tem causado mais problemas à república do que os menos sábios, segundo o testemunho da […]
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Pingback por Elogio da loucura. | Pedra, Papel e Tesoura. — 6 de dezembro de 2015 @ 17:35
[…] Além disso, o que é composto tende à corrupção. Platão discordaria. […]
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Pingback por Suma contra os gentios. | Pedra, Papel e Tesoura. — 24 de novembro de 2015 @ 15:56
[…] em partes, ou seja composto, poderia ser passível de decomposição. A menos, é claro, que seu arranjo fosse perfeito. Mas voltemos ao assunto. É melhor ser simples e único do que múltiplo em si […]
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Pingback por Proslogion. | Pedra, Papel e Tesoura. — 3 de agosto de 2015 @ 12:29
[…] aos deuses vícios humanos é uma tentativa humana de fazer seus pecados parecerem menos […]
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Pingback por As confissões. | Pedra, Papel e Tesoura. — 16 de julho de 2015 @ 19:36
[…] Carta a Meneceu e a Ética a Nicômaco. Ano passado, li Alcibíades I, Apologia de Sócrates, República, Elogio de Helena, Fédon, Fedro, Mênon, Metafísica, dois livros sobre os pré-socráticos, […]
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Pingback por Carta trocada com um amigo. | Pedra, Papel e Tesoura. — 22 de junho de 2015 @ 09:54
[…] O trabalho do juiz é, pela pena, igualar perdas e ganhos entre ofensor e ofendido. O ofendido recebeu um dano do ofensor então ou o ofensor restitui o que tirou do ofendido ou recebe um dano proporcional. Platão diz que esse é um modo de curar a alma. […]
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Pingback por Ética a Nicômaco. | Pedra, Papel e Tesoura. — 24 de maio de 2015 @ 00:57