“Fedro” foi escrito por Platão. Abaixo, o que aprendi lendo esse livro.
- Conhecer a si próprio deveria ser o início do conhecimento.
- Não ofereça vantagens em troca de amor ou sexo.
- Ofereça vantagens a quem as merece ou àqueles de quem delas precisam.
- Aqueles que amam sem se deixar levar pela emoção cega o fazem responsavelmente.
- Quem ama irracionalmente fala coisas de que depois se arrepende.
- Os apaixonados, por vezes, reconhecem que são irresponsáveis, mas, ao mesmo tempo, não são capazes de se corrigir.
- O amor irracional fomenta a inveja e o ciúme, afasta os amigos e eventualmente arruína a relação.
- É bom que o amado tenha amigos e, se isso fizer bem ao amado, não faz sentido ficar mal por causa disso.
- O que ama moderadamente não se aborrece com faltas insignificantes do amado.
- Paixão e amizade são duas manifestações de amor.
- Para evitar a vergonha perante o cara, Sócrates profere seu próprio discurso com a cabeça coberta.
- Com quem devemos fazer amizade?
- Quando a razão domina o desejo com que discorda, tem-se temperança.
- A intemperança tem diferentes nomes dependendo do desejo que arrebatou a pessoa.
- O apaixonado quer um amado fácil: se o amado se mostra superior ou igual, ele fica frustrado, porque quer prazer naquele instante, o que só poderia ser obtido se o parceiro fosse pior que ele.
- O irracional trabalha para a degeneração da sabedoria ou capacidades físicas do amado, para mantê-lo sob controle.
- O amante irracional quer que o amado seja também pobre, para mantê-lo dependente.
- O amante apaixonado quer mais é que o amado se ferre, mesmo que ele não se dê conta disso, para que assim ele possa mantê-lo.
- Amantes irracionais são propensos à traição.
- Juramentos feitos por um apaixonado são indignos de confiança.
- O amor irracional é um apetite e, como tal, desaparece quando satisfeito.
- A religião parece ter vindo da inspiração divina.
- A loucura também produz música e poesia.
- Apesar de danoso, o amor irracional deixa feliz aquele que ama.
- As causas não podem regredir infinitamente.
- Mito do carro guiado por dois cavalos alados: a razão quer levar-nos às certezas e à verdade, mas as emoções nos puxam para problemas terrenos que atrapalham a busca pelas coisas eternas.
- O filósofo, quando contempla a verdade, é tido por louco pelos outros, mas é apenas incompreendido.
- A contemplação do belo faz parte do processo de elevação da alma.
- O verdadeiro amante não quer o empobrecimento do amado, mas seu aperfeiçoamento.
- A razão e a emoção são necessárias ao amor.
- O discurso falado que não é elogiado também não é transcrito.
- Os oradores não falam do que é bom, belo, justo ou útil, mas do que parece ser uma ou mais dessas coisas.
- O retórico, conhecendo as opiniões, mas não a verdade, brinca com as opiniões, de forma que o ouvinte seja levado a pensar como ele quer.
- As artes técnicas tratam de coisas reais, mas a retórica que não está comprometida com a verdade não é arte técnica, porque trata de ficções.
- Porém, a retórica, se de posse da verdade, poderia fazer uma pessoa aceitar algo correto mais facilmente.
- A retórica pode desfigurar o objeto em discurso.
- Ela trata de contradições.
- A retórica tem mais poder quando trata de assuntos incertos e duvidosos, por se aproveitar da ignorância do ouvinte e da abundância de opinião.
- Um truque retórico: não explicar o significado dos termos usados no discurso.
- O retórico não tem poder sobre aqueles que entendem do assunto que ele trata.
- Para ser um orador perfeito, o indivíduo precisa ter uma inclinação natural, estudar e exercitar a oratória.
- A oratória perfeita tem potencial construtivo sobre o ouvinte.
- Quem discursa sobre alguma coisa deve ser capaz de descrever a natureza dessa coisa.
- É necessário ser também capaz de definir o objeto de que trata aquilo sobre o que estamos discursando.
- O bom retórico deveria ser capaz não apenas de dizer o que é retórica, mas também o que é a alma, porque a retórica age sobre a alma do ouvinte.
- Nem todo ignorante é igual: o retórico precisa adaptar o discurso segundo o “tipo de alma” que se quer influenciar.
- O retórico deve reconhecer, pela prática de seu ofício, quando usar este, esse ou aquele argumento com esta, essa ou aquela pessoa.
- A retórica se ocupa do verossímil, não necessariamente do verdadeiro.
- Se o retórico quer convencer, se volta para o convincente, não para o verdadeiro (embora a verdade possa ser acessória).
- Isso é especialmente evidente quando acusador e acusado se esforçam para esconder a verdade sobre o caso.
- O retórico não é encorajado a conhecer a verdade, mas o conhecimento da verdade permite criar probabilidades mais convincentes.
- O livro é limitado pelo entendimento do leitor.
- Os discursos escritos dialeticamente têm um limite estendido.
- Almas complexas requerem escritos complexos.
- É necessário conhecer aquilo sobre o que se discursa.
- O melhor discurso escrito é aquele que é escrito para uso do próprio escritor, como meio de consulta posterior, com sua eficácia sendo reduzida se o leitor não for o próprio escritor e diminuindo quanto mais distante o leitor é do escritor.
- Se você tem certeza de que possui a verdade e está apto a defendê-la, já é filósofo.
- Os amigos devem tudo ter em comum.
[…] pessoa realmente te ama, porque quer te ver numa situação melhor do que sua situação atual. No Fedro, Platão relata o diálogo entre o personagem titular e o Sócrates, no qual o Sócrates diz que o […]
CurtirCurtir
Pingback por Alguns conselhos de Agostinho, parte 3. | Analecto — 18 de setembro de 2020 @ 16:03
[…] A acusação de Meleto apenas revela seu ódio por Sócrates, que era inconveniente, mas não criminoso e nem ateu. […]
CurtirCurtir
Pingback por Apologia de Sócrates. | Analecto — 22 de outubro de 2017 @ 11:00
[…] bonito nem sempre está […]
CurtirCurtir
Pingback por Anotações sobre os dois tratados sobre o governo. | Pedra, Papel e Tesoura. — 12 de agosto de 2016 @ 21:19
[…] pessoas que mais aproveitarão o Ensaio são aquelas que se aproximam da condição do filósofo: estudantes que praticam filosofia como passatempo. Platão também diz […]
CurtirCurtir
Pingback por Anotações sobre o ensaio sobre o entendimento humano. | Pedra, Papel e Tesoura. — 17 de julho de 2016 @ 11:29
[…] ele poderia dizer que o agir vicioso, mesmo quando faz bem ao bolso, faz mal à alma, alimentando o cavalo mestiço que nos mantém apegados ao mundo […]
CurtirCurtir
Pingback por O príncipe. | Pedra, Papel e Tesoura. — 13 de janeiro de 2016 @ 18:10
[…] que ama quer o bem do amado. Ou seja, ele precisa reconhecer aquilo como bem e deve se comprazer em perceber que é o […]
CurtirCurtir
Pingback por Suma contra os gentios. | Pedra, Papel e Tesoura. — 24 de novembro de 2015 @ 15:56
[…] Ano passado, li Alcibíades I, Apologia de Sócrates, República, Elogio de Helena, Fédon, Fedro, Mênon, Metafísica, dois livros sobre os pré-socráticos, Banquete e Teeteto. É que literatura […]
CurtirCurtir
Pingback por Carta trocada com um amigo. | Pedra, Papel e Tesoura. — 22 de junho de 2015 @ 09:54