Pedra, Papel e Tesoura

25 de maio de 2015

Anotações sobre a “Carta a Meneceu”.

“Carta a Meneceu” foi escrita por Epicuro. Abaixo, algumas afirmações feitas nesse texto. Elas não são citações, mas paráfrases, e não necessariamente refletem minha opinião sobre o assunto.

  1. Os jovens devem filosofar.
  2. Se estamos felizes, é como se tivéssemos tudo, mas, se estamos infelizes, fazemos de tudo para sermos felizes.
  3. A morte não é preferível à vida, mas, se bem e mal residem nas sensações, então a morte, se é ausência de sensação, não é algo tão ruim.
  4. Aceitar a morte como um sono igual aos sonos que temos cotidianamente permite a fruição plena da vida, porque não dá pra viver plenamente tendo medo da morte o tempo todo.
  5. A morte chega quando já “não estamos” e, quando estamos, é ela quem não está (normalmente perdemos a consciência antes do corpo parar de funcionar).
  6. Não é porque temos de aproveitar a vida que o faremos irresponsavelmente.
  7. O futuro é feito de probabilidade: sempre podemos, com nossas ações, maximizar nossas chances de que algo bom aconteça.
  8. Prazer e dor são os princípios motrizes da ação humana.
  9. Devemos perseguir os prazeres que compensam, isto é, aqueles cuja fruição não nos leva a uma dor maior que o prazer.
  10. Para devastar uma pessoa, permita que ela seja rica por um ano e então, subitamente, tire tudo dela.
  11. A comida mais sem graça é muito gostosa na boca de alguém mortalmente faminto.
  12. É necessário abdicar de buscar os maiores prazeres da vida, que são os mais frívolos, porque viver modestamente nos treina para não sucumbir aos cuidados com a riqueza e nos permite tolerar com mais dignidade a pobreza.
  13. Os prazeres naturais e necessários podem ser buscados sempre; os prazeres naturais, mas não necessários, só devem ser buscados se o benefício compensa o risco de arrependimento; os prazeres artificiais devem ser evitados.
  14. A prudência é a mais alta das virtudes.
  15. Não existe destino.

13 Comentários »

  1. […] Todos os prazeres comportam determinado grau de dor. […]

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    Pingback por O que aprendi lendo “Leviatã”. | Analecto — 2 de dezembro de 2018 @ 20:37

  2. […] possível receber um bem doloroso. É também opinião de Epicuro: a dor que resulta em benefício é boa. Além do mais, a beleza (prazer) de suportar um ato […]

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  3. […] inventou algo desnecessário: ele podia viver sem roupas até o instante em que as inventou. Só é necessário aquilo que nos mata se for […]

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  4. […] diz Rousseau. É preciso satisfazer as necessidades (nutrição, sono, eliminação) quando elas vêm, não quando elas não estão […]

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  6. […] prazer e a dor guiam nossas ações. Nos aproximamos do prazer e nos afastamos da […]

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  7. […] Voltando ao texto, se assumimos Deus como sendo “aquele que está acima de tudo”, ou seja, como ser perfeito, então não é possível pensar que Deus não existe, porque, sendo perfeito, negar-lhe existência é contradizer seu conceito. “Deus não existe” passa a ser uma frase contraditória, na medida em que se admite Deus como perfeito, logo, como um ser ao qual nada de bom falta (incluindo existência). Outro problema desse argumento é que a definição de Deus não é unânime. […]

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  8. […] medo da morte nos impede de viver plenamente a vida. Essa é a condição humana. Todos os nossos […]

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  9. […] são recompensadas e as más são punidas. Então, convém saber qual delas traz mais benefício. Epicuro dirá algo similar com o cálculo do […]

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  11. […] de Deus é o medo da morte. Eu comecei assim também, até que eu perder o medo por causa de Epicuro e Sócrates. Na verdade, acho que o temente a Deus só pode se dedicar a ele da forma como deveria […]

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  12. […] eu prefiro ler filosofia. Neste ano, li Tranquilidade da Alma, Pensamentos para Mim Mesmo, Carta a Meneceu e a Ética a Nicômaco. Ano passado, li Alcibíades I, Apologia de Sócrates, República, […]

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