“Monadologia” foi escrito por Leibniz. Abaixo, o que aprendi lendo esse texto.
- A “mônada” não tem partes.
- Ela é simples, e entra na composição de outras substâncias.
- Se não houver algo que não possa ser dividido, não é possível explicar a multiplicidade de coisas compostas.
- Deve haver algo que não possa ser dividido.
- Sendo simples, as unidades espirituais não foram formadas: ou elas sempre existiram ou “apareceram”.
- No caso, elas apareceram milagrosamente e somem também milagrosamente.
- A célebre afirmação de que as unidades espirituais “não têm janelas” deve ser entendida no sentido de que nada entra ou sai da mônada, sendo ela simples.
- Se é simples, é totalmente compacta em si: não recebe acréscimo e não pode sofrer subtração.
- O problema do átomo de Demócrito é que ele não explica as diferenças qualitativas entre os seres e as substâncias, porquanto Demócrito conceituava os átomos como diferentes apenas em formato.
- Embora a mônada não possa ser destruída senão milagrosamente, ela está sujeita ao devir.
- Mônadas mudam por causa de uma qualidade interna: se não podem receber acréscimo ou subtração, a mônada muda sozinha, sem que haja agente externo.
- O mecanicismo, a ideia segundo a qual os fenômenos naturais podem ser explicados por analogia a produtos do artifício humano não explica a percepção.
- Existem percepções inconscientes: se só percebemos, por exemplo, sons enquanto conscientes, como o barulho pode nos acordar do sono?
- A mônada não corresponde à alma.
- Para despertar a prudência (“consecução”, em Leibniz), não são necessárias várias impressões: uma experiência traumática, mesmo que seja uma só, pode produzir o mesmo efeito de várias pequenas experiências ruins.
- O que difere o ser humano dos outros animais é a capacidade de fazer ciência, não simplesmente a razão.
- Classicamente, “alma” é princípio de movimento, ao passo que “espírito” é somente a parte racional da alma.
- Existem dois tipos de verdade: as de razão (a priori, “todo solteiro é um não casado”) e as de fato (a posteriori, “algo aconteceu de tal e tal forma”).
- As verdades de razão são necessárias e não podem ser de outro modo, as de fato são contingentes e podem ser de outro modo.
- Existem verdades que não precisam de prova.
- Deus existe.
- Vemos que o mundo material é contingente, isto é, sujeito à geração e à corrupção.
- Ele só pode ter sua origem em um ser necessário.
- Deus tem perfeito entendimento, então, só pode fazer boas escolhas.
- Não há nada de morto no universo.
- As coisas espirituais seguem causas formais e finais.
- As coisas físicas seguem causas materiais e eficientes.
- A penitência do pecado é sua consequência ruim, seja a longo prazo ou a curto prazo.
- Não existe ação sem consequência: as boas são recompensadas e as más são punidas.
[…] Isso dá a impressão, pro leigo que não sabe o que é filosofia nem o quanto a religião deve a esta, de que filosofia é coisa de ateu e que a filosofia te tornará ateu se você deixar. Diga-se […]
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Pingback por Eu assiti “Deus Não Está Morto.” | Pedra, Papel e Tesoura. — 25 de fevereiro de 2017 @ 12:38
[…] houvesse mesmo um mundo melhor possível, provavelmente não é este. Observe que no raciocínio de Leibniz isso não é possível: Deus fez o mundo fazendo escolhas e fez as melhores escolhas porque é […]
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Pingback por Anotações sobre o Candido ou o otimismo. | Pedra, Papel e Tesoura. — 5 de outubro de 2016 @ 16:38
[…] o de mudança, requer relação entre dois ou mais elementos. Já Leibniz dirá que existe algo que tem poder de mudança sobre si […]
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Pingback por Anotações sobre o ensaio sobre o entendimento humano. | Pedra, Papel e Tesoura. — 17 de julho de 2016 @ 11:29
[…] David chame essa suposição de hábito, Hobbes diz que essa suposição pode ser chamada de prudência. Afinal, alguém que já viveu muito tem muita experiência e pode fazer suposições melhores e […]
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Pingback por Anotações sobre o leviatã. | Pedra, Papel e Tesoura. — 7 de julho de 2016 @ 14:24