Pedra, Papel e Tesoura

2 de março de 2017

O que aprendi lendo “Missão do Sábio”.

Filed under: Livros, Passatempos — Tags:, , , — Yure @ 16:24

Missão do Sábio” foi escrito por Fichte. Abaixo, o que aprendi lendo esse livro.

  1. A verdade pode ser desagradável.

  2. Um intelectual só serve em sociedade: um conhecimento que eu uso sozinho, sem dividir com os outros, não faz diferença pra humanidade, nem pro país, nem pro estado, nem pra própria família.

  3. A filosofia tem por objetivo o conhecimento claro, nítido: o filósofo que se esforça em ser difícil está agindo mal.

  4. A primeira tarefa da filosofia é nos dizer o que deveríamos fazer.

  5. Nós só sabemos o que somos porque há coisas fora de nós com as quais nos comparamos.

  6. Precisamos de razão e de sensibilidade, não há necessidade de eliminar um ou outro.

  7. A tarefa principal do ser humano é a autodefinição: ele deve descobrir o que ele é, como deve agir e agir dessa forma enquanto ele existir.

  8. Fichte ilustra isso usando uma variante do imperativo categórico: age de tal forma que possas pensar sua máxima como lei eterna para ti.

  9. Em outras palavras, agir de forma que não venha a causar arrependimento, de uma forma que você possa continuar agindo até o fim.

  10. Nosso objetivo é perceber nossa identidade.

  11. Todos têm cultura em maior ou menor grau.

  12. O ser humano é um animal sensível e racional.

  13. Só torna feliz o que é bom.

  14. Qualquer ciência e qualquer filosofia que não contribua para melhorar a cultura ou para elevar a humanidade é nula, propriamente conhecimento inútil.

  15. Como eu digo que meu corpo sou eu se eu não sou meu corpo?

  16. A natureza age segundo leis, mas a razão age com liberdade.

  17. Quando várias pessoas querem a mesma coisa, essas pessoas são, juntas, uma sociedade.

  18. Todos os estados são sociedades, mas nem todas as sociedades são estados.

  19. De que serve o estado que não me faz feliz?

  20. O estado é provisório: haverá um tempo em que não será mais necessário.

  21. O fim último do ser humano é inatingível, porque não há consenso sobre seu grau.

  22. A luz está destinada a vencer as trevas.

  23. Todo o chefe é escravo do empregado: se todos os empregados desistirem, o chefe vai falir.

  24. Ao tratar com seres humanos, é preciso sempre levar sua liberdade em conta.

  25. Não é possível tornar alguém sábio, virtuoso ou feliz contra a vontade da pessoa.

  26. O que nos torna diferentes são nossas imperfeições: se fôssemos perfeitos, seríamos idênticos.

  27. A união de todos os indivíduos é o último objetivo a ser alcançado pela humanidade.

  28. Cada um pode contribuir para a cultura do outro.

  29. O sábio não pode ser sábio sozinho, porque sabedoria é medida pelo valor formativo: o sujeito que não forma ninguém não é sábio.

  30. A classe dos sábios fica dentro da sociedade.

  31. De onde vem a desigualdade social?

  32. A vantagem que uma instituição proporciona pra uns ou pra outros não é o que a legitima.

  33. Eu devo desenvolver minhas habilidades tanto quanto possível.

  34. Desde que eu aprimore minhas habilidades, eu posso usá-las onde eu quiser.

  35. O ser humano tem o poder de transformar a natureza.

  36. Proibir um comportamento é ordenar o comportamento oposto.

  37. O ser humano não nasce mais na natureza bruta, mas em sociedade.

  38. Se ninguém tivesse feito certa coisa que você hoje usa, muito provavelmente teria que ser você a fazê-la.

  39. Todos os seres humanos têm o dever de contribuir com a humanidade, porque o trabalho acumulado das gerações anteriores faz o conforto da geração presente.

  40. O que você aprendeu na escola deveria ser usado pra melhorar a sociedade em que você atua.

  41. Não usar nossa formação pra melhorar a sociedade é traí-la: ela formou você e o que você dá em troca?

  42. O ser humano não tem direito de trabalhar pra si mesmo, seu trabalho deve sempre beneficiar outro.

  43. Não seja inútil.

  44. Trabalhar pra outros é também trabalhar pra si.

  45. Conhecer nossas necessidades, mas sem saber como lidar com elas, é um conhecimento inútil e prejudicial.

  46. Três fontes de conhecimento: filosofia geral, filosofia da história e história.

  47. As ciências devem progredir livremente, a ciência não deve ser censurada.

  48. Se a ciência não progredir, a humanidade também não progride.

  49. Os que põem empecilhos à ciência serão malvistos no futuro.

  50. A ciência é só uma das facetas da humanidade: a humanidade deve melhorar em todos os sentidos, não só o científico.

  51. O sábio só existe por causa da sociedade, ao mesmo tempo que só é útil em sociedade.

  52. Então, é imperativo que o sábio use sua sabedoria pra melhorar a sociedade.

  53. Não basta pesquisar, é preciso comunicar.

  54. Pra progredir é preciso saber o que já foi produzido até ali.

  55. Não existe pessoa que não possa aprender, mesmo que seja doutor formado em tudo, porque é impossível saber tudo o que há para saber (a menos que o sujeito seja Deus).

  56. O sábio deve ter a habilidade de comunicação.

  57. Enganar alguém é transformá-lo em ferramenta.

  58. É possível educar com palavras, mas é sempre melhor educar pelo exemplo.

  59. Tem gente que pensa que o progresso cultural é causa da corrupção humana.

  60. Essa “gente” é Rousseau, pra quem o estado de natureza foi o melhor estado em que a humanidade viveu, sem cultura, sem ciência, só vivendo.

  61. O problema é que Rousseau só fez essa afirmação depois de muito estudo, cultura e ciência.

  62. Assim, um intelectual que diz que o progresso cultural é causa de corrupção, quando ele próprio é só diz tal coisa por causa do progresso cultural que opera nele, se contradiz.

  63. Uma crítica frequente a Rousseau é que ele fala uma coisa e faz outra: como é que um cara que abandonou todos os filhos consegue a cínica façanha de escrever um livro sobre educação?

  64. Sempre existiram filósofos que fazem propaganda de quem os paga melhor.

  65. Rousseau só falou que os intelectuais são a ruína do mundo porque os intelectuais de sua época eram porcos.

  66. O ser humano, enquanto ser racional, quererá um estado superior ao seu estado atual, caso tal possibilidade se afigure.

  67. Então, ele nunca iria de boa vontade permanecer em estado de natureza.

  68. No estado de natureza, o ser humano tem muito tempo livre e eventualmente despenderia tempo pensando, prejudicando a perpetuação desse estado.

  69. A necessidade impulsiona à ação, a preguiça puxa pra indolência: se o indivíduo é preguiçoso, mas necessitado, procurará o “caminho mais fácil” pra satisfazer suas necessidades.

  70. O que leva muitos à ruína é querer aproveitar a vida sem trabalhar.

  71. Rousseau repousa a razão, em vez de fazê-la lutar.

  72. Não se deixe vencer pelo desespero, lute até a morte se necessário.

  73. Reclamar de algo sem mover um dedo pra mudar a situação de que se reclama não é conduta digna de um homem.

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