Porque eu não sou festeiro. Embora o Natal tenha como principal função celebrar o nascimento de Cristo como ser humano, ele foi transformado em um meio de se fazer dinheiro, porque as pessoas passam a trocar presentes pensando no quão caros eles são, ao invés da intenção da data, que é lembrar aos fiéis que se deve amar o próximo como a si mesmo. Por ser feriado, o pessoal quer mais é relaxar e ir à festas, que duram desde o Natal até o ano novo… mas eu gosto de rotina. Apesar de ser Natal, não estou a fazer nada diferente do usual, apenas movendo meus dedos sobre um teclado como de costume. Isso me faz feliz, mas as pessoas ao meu redor tendem a não entender isso. Antes de eu me mudar, Natal significava amigos querendo que eu saísse do meu usual, me animasse bastante e caísse na festa como uma pedra. Mas eu não sou assim. Daí eu tento ir com eles só para não desapontar e acabo arruinando tudo porque não é disso que eu gosto e o meu humor fecha, o pessoal me chama de chato, eu me irrito com eles por estar ali de boa vontade (observe que é por obrigação) e vou embora. Isso também acontece em festas de aniversário e outros eventos sociais. Então, para evitar esse tipo de coisa, eu me escondo nessas datas.
Eu sou chato, não gosto de surpresas, não gosto de fazer coisas diferente do esperado (por isso não saio com a minha mãe, porque ela sempre fica mais tempo fora de casa que o combinado, fazendo coisas que transcendem o motivo inicial da saída) e detesto encontros aleatórios em RPG de console. Eu sou feliz assim, fazendo minhas coisas, à passo lento, porém certo; devagar, porém com pegadas contadas.
Então, depois de sair da festa, é certo que sentirei culpa no caminho de volta para casa. É isso que chamam de culpa de fim de ano. Todos querem que você fique feliz, você vê que todos estão felizes, mas você se sente mal por não estar animado como eles. Esta é provavelmente a primeira vantagem que vejo na mudança para cá: com os amigos longe, passarei o Natal tranquilo. Porém, ainda me sinto mal por não ser tão sociável e não estar feliz-mais-que-feliz na data que “marca” o nascimento de Jesus (tradicionalmente, porque todo o mundo sabe que Jesus não nasceu em 25 de dezembro, basta lembrar que o ano naquele tempo tinha dez meses, Jesus provavelmente “nasceu” em outubro).
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