Pedra, Papel e Tesoura

11 de julho de 2015

Deus, destino e acaso.

Filed under: Saúde e bem-estar — Tags:, , , — Yure @ 09:03

Karma has no menu. You get served what you deserve.

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Oxalá fosse! Eu queria saber o que foi que eu fiz pra merecer o que acontece comigo. Meu problema com as disciplinas foi resolvido apenas pela metade: embora eu tenha sido matriculado em estágio supervisionado nível 1, alguém acidentalmente me matriculou em filosofia social e política nível 2, em vez de monografia 1, que era o que eu queria. Como é que eu vou estudar filosofia social e polítca 2, que acontece tarde da noite em outra cidade? Não é por nada não, mas as aulas acontecem na sétima cidade mais violenta do mundo! As aulas acabam às dez, que é quando os ônibus para a metrópole cessam de rodar. Como é que matriculam nisso, sem eu jamais ter consentido? Pra piorar, não encontro o coordenador de curso e a secretária não quis me dar o endereço de e-mail dele. A disciplina de estágio 1 está sem professor desde que a última professora dessa disciplina teve a tireóide removida num processo emergencial. Então a única disciplina que eu posso atender está sem aulas desde junho e o semestre acaba em setembro. Eu posso abdicar de todas as esperanças que eu tenho para este semestre, porque ele já está perdido.

Além do mais, a crença popular que se tem no karma diz que as pessoas são recompensadas ou punidas nesta vida por atos cometidos nesta vida, enquanto que a crença original fala de punição ou recompensa nesta vida por atos cometidos na vida passada. Se fôssemos punidos pelo destino nesta vida por atos cometidos nesta vida, eu quero perguntar na cara desse tal de destino o que foi que as crianças que morrem durante o parto fizeram de errado no ventre de suas mães. Que tipo de crime tão horrendo se poderia ter cometido lá dentro? Que crime o feto cometeu e que o político corrupto não cometeu? Que crime cometeu a criança que padece à mingua de fome e de peste e que não cometeu o soldado que mata seus irmãos em guerras sem sentido? Por que eles não morrem tão subitamente pelos seus atos?

Eu não acredito em destino, embora eu acredite em sorte, que são coisas diferentes. A sorte é uma manifestação positiva de acaso. Acaso não é efeito sem causa, mas efeito inesperado de causa desconhecida. Destino é a escrita dos fenômenos futuros, que deveriam ser premeditados por uma entidade superior, normalmente também chamada “destino” ou “necessidade”. Não é uma simples relação de causa e efeito, mas a predeterminação de tudo o que ocorre na vida de cada um. O destino, contudo, como uma “força”, não é plenamente cognoscível, ao passo que, no teísmo, Deus deixa seus critérios claros e permite que fujamos dos ditames dele, ou seja, nos permite liberdade. No caso do destino, não há liberdade, você não pode fugir do destino. Ainda assim, as pessoas acham mais lógico acreditar em destino e rejeitar o acaso ou mesmo Deus como inexistentes (apesar de, depois do que foi exposto, acreditar numa força que nos recompensa segundo nossas ações e que não revela os critérios para julgar uma ação como boa ser a ideia mais besta das três), mas porque ignoram essas definições.

O leigo gosta de se apropriar de vocabulário técnico e vulgarizá-lo. Nunca um crente fiel do karma aceitaria, diante de tudo o que eu expus dois parágrafos atrás, que atos cometidos nesta vida são punidos nesta vida e não na futura, a menos que ele próprio não entedesse sua doutrina ou estivesse professando algo totalmente falso.

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