Pedra, Papel e Tesoura

22 de maio de 2014

Maio, segunda parte.

Achei que nunca fosse acontecer, mas enjoei de tanto ler e reler a Antologia Ilustrada de Filosofia. Arrumei o Textos Básicos de Filosofia pra me distrair agora, enquanto eu espero algo emocionante acontecer na universidade. Alguém me disse que o professor de metafísica mandou todos os alunos refazerem o trabalho sobre a Ciência Nova, mas com outros parâmetros. Agora estaria mais claro o que ele quer e acredito que poderei trazer para você um texto menos confuso. Mas, quando cheguei lá, ele disse que eu não precisava ter refeito, porque já tirei sete. Enviei um e-mail para um dos professores de filosofia que entrevistei, para ver se consigo mais algumas respostas.

Foi difícil me concentrar nas últimas aulas. Tem outro gorducho que atraiu minha atenção e vez por outra meu olhar perdia-se sobre ele. É uma sensação horrorosa: minha cabeça fica leve, meu coração dispara e sinto um negócio inexplicável no peito. Mas é difícil parar de olhar. Tive de me forçar a voltar minha atenção ao professor três vezes, com considerável sucesso, até eu ter de olhá-lo de novo. Sou péssimo em resistir à tentações. Não posso dizer que estou amando ele, mas posso dizer que há um certo grau de luxúria por ele em mim (duplo sentido). É uma ideia reprovável, contudo, e estou ficando melhor em me conter, só acho que estou para criar algum tipo de recalque. Minha professora de psicologia poderia até dar uma ajuda ou luz. Não que eu lute contra mim mesmo para mudar quem eu sou, só acho que agir conforme certos comportamentos não é possível agora; ele é heterossexual em primeiro lugar, depois eu tenho que estudar, depois ele vive em outra cidade. A maioria das pessoas me aconselharia “seguir o coração”, mas eu prefiro pensar com o cérebro mesmo e uma relação desse tipo é impossível agora, a menos, claro, que eu queira me ferrar.

Você sabe que estou desesperado por crédito extra quando você lê que atendi a um evento sobre Hegel. Me inscrevi na Semana Hegeliana e passei três tardes inteiras na universidade, além da manhã. Isso acabou com meu tempo online e nem pude dar patadas! Uma pena, porque tenho trabalho acadêmico pra fazer. Já tenho que escrever uma dissertação sobre Parmênides. Para juntar útil e agradável, Hegel é um único filósofo que eu não gosto. Talvez porque meus últimos professores de Hegel eram todos medíocres, eu nunca fui capaz de abstrair algo de bom da filosofia dele. Atender ao evento também foi um ato de dar “outra chance” ao hegelianismo, porque todo o mundo diz que Hegel foi um filósofo muitíssimo importante e influente. Talvez, se eu entendê-lo melhor, eu possa me enriquecer mais, além de que, dada sua influência, não posso repeli-lo para sempre. Mas o evento não foi sobre Hegel. Falou-se de Marx, Weil, Fukuyama, Marcuse, Feuerbach e até Vico! Mas Hegel que é bom…

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