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Uma coisa pode ser um desperdício de bens e recursos e ainda assim ser uma coisa bela.
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Outros elementos além da beleza, e que trabalham com ela, influenciam no meu gosto.
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O gosto de alguém só se torna objeto de interesse em sociedade.
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O conceito de agradável é sempre pessoal.
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Embora beleza possa ser inconfundível, o gosto não pode ser censurado como se fosse logicamente errado e como se fosse possível se corrigir.
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Se alguém diz que algo é belo, está se pronunciando por todos.
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Uma pessoa de bom gosto aprecia a beleza sem necessitar que algo seja adicionado.
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É mais fácil ser belo aquilo que é simples, como as cores tomadas isoladamente.
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Nada de errado em utilizar atrativos pra realçar a beleza, mas tenha em mente que realçar a beleza não é aumentá-la.
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Se deve julgar a beleza por ela mesma, não pelos atrativos adicionados pra chamar atenção pra ela.
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Um filósofo e um vulgo podem se apoiar nos mesmos princípios, mas o filósofo conhece o princípio com mais clareza.
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A beleza de algo não tem nada a ver com sua função.
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É possível uma música sem letra ser bela.
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Não existe regra objetiva para determinar o que é belo.
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Não há modelo de beleza, mas há objetos belos.
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A imagem que exagera características de um modelo é uma caricatura.
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Dizer que algo é belo implica a intenção de que outros concordarão que esse algo é belo.
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A imaginação não pode ser “livre” e ao mesmo tempo estar em conformidade a uma lei.
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Se a imaginação obedece regras, então ela não está comprometida com o belo, e sim com o bom, sendo, portanto, uma fonte de moral, não de arte.
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Restringir a imaginação à regras coíbe o juízo com base no gosto.
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Se algo não foi feito pela imaginação e não parece representar nada, esse algo dá tédio de olhar.
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Uma boa arte é aquela para qual você sempre volta.
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O sublime (que causa prazer estético pela potência) é diferente do belo (que causa prazer estético pela harmonia).
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Os objetos sublimes (tornado, erupção vulcânica, uma detonação e outros eventos violentos) podem ser mortais.
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A beleza pode ser realçada por atrativos.
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O sublime é violento.
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Há dois tipos de sublime: matemático e dinâmico.
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O sublime é absolutamente grande, invocando a ideia de algo sem comparação.
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O sublime é um sentimento em nós, não é uma propriedade do objeto sublime (que é sublime no sentido de que ele causa essa sensação).
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O sublime nos faz perceber como somos pequenos diante de algo.
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Algo é anormalmente grande quando sua grandeza trabalha contra sua natureza.
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Não há razão pra crer que o universo é finito.
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A sensação de sublime pode advir de objetos que normalmente causam medo.
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A estética tem sua função formativa.
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Entusiasmo difere de exaltação porque a exaltação é doentia e embaraçosa.
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Se isolar por aprimoramento pessoal é diferente de se isolar por ódio ou por timidez.
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Algumas pessoas se isolam porque não querem odiar os outros.
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Deleite e dor nem sempre são corporais.
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Você não deveria dizer que “gosta” de algo só porque todo o mundo gosta.
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Não é possível forçar alguém a gostar de alguma coisa.
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Dizer que você escreveu um trabalho aclamado pela crítica não garante que eu vá ler e gostar.
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Julgar uma sensação implica critérios pessoais intransferíveis.
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É ridículo dizer que alguém que tem um gosto diferente do seu tem mau gosto.
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Não dá pra fazer uma regra objetiva do gosto.
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A arte não dá conceitos, mas mostra exemplos.
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Você não pode dizer “é ruim porque eu não gosto”.
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Para algo ser universalmente aceito como prazeroso, é preciso que os sentidos de todo o mundo fossem iguais e que todos estivessem em contato com o mesmo objeto ou com um objeto exatamente idêntico.
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Preconceito leva ao prejuízo.
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Preconceito é um juízo provisório tomado como princípio.
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Se o ser humano é um animal social e o gosto é um atributo social, então todos os seres humanos têm gosto.
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O gosto só se manifesta externamente se estivermos em sociedade.
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Uma inclinação passa a ser admirável na medida em que é publicamente aceita.
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As pessoas com sensibilidade à beleza são frequentemente vistas com bons olhos.
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Se uma pessoa admira uma flor artificial pensando que é natural e depois descobre que não é natural, pode ser que ela admire a flor de outra forma, como uma bela imitação bem executada.
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As cores do arco-íris: sublime vermelho, audaz laranja, franco amarelo, amável verde, modesto azul, constante anil, tenro violeta.
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O branco seria a inocência.
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Arte é qualquer técnica pra produzir algo que a natureza não produz sozinha.
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A arte precisa ser produto da liberdade, sendo a liberdade uma consequência da razão.
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Arte não é ciência.
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Se você produz algo por dinheiro, está desempenhando um ofício.
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Não se faz ciência da arte, mas crítica de arte.
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A ciência sem arte é inútil.
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A função da arte como arte estética é dar prazer estético.
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Algumas músicas só servem mesmo pra eliminar o silêncio das festas.
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“Gênio” é uma disposição do ânimo, caracterizada por grande originalidade artística, que não parece ser adquirida (talento natural).
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O gênio é o professor, os outros são alunos.
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O gênio é uma força da natureza.
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Para ser considerado gênio, a pessoa deve ser capaz de originalidade.
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Se você não tiver originalidade, aprender a desenhar, escrever ou compor não vai te tornar um bom desenhista, escritor ou músico.
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Não é possível ensinar a ter inspiração.
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Todas as artes visam um fim.
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Um artista genial, mesmo sendo original, não precisa prescindir de todas as regras da arte pra assegurar sua originalidade.
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Não é preciso ser artista pra apreciar arte.
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A arte pode representar de maneira agradável coisas que são horríveis na natureza.
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A arte pode representar coisas abstratas (a guerra, por exemplo) como se fosse físicas (um anjo de vermelho usando uma espada).
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Faz parte da habilidade artística exprimir conceitos (ideias) de maneira inusitada.
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O artista pode aprender de outros, bem como pode aprender da natureza.
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O artista, enquanto trabalha sua arte, utiliza seu gênio e também seu gosto, para que ele possa saber se está ficando agradável ou não.
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É possível gostar do que não é belo.
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É possível que alguém produza algo que é agradável sem ser original, bem como é possível fazer algo original e desagradável.
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Uma bela arte precisa de “espírito”, isto é, precisa ser capaz de incitar emoções.
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O gênio funda uma escola de arte, mesmo que não seja uma instituição com prédio e mensalidade.
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Mas o aluno precisa ter alguma originalidade.
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Quatro habilidades são necessárias às belas artes: imaginação, entendimento, espírito e gosto.
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Uma pessoa de visão perfeitamente sadia pode não ver o que o outro vê em um quadro.
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Continuando sua referência a Sexto Empírico, Kant diz que a oratória, como arte de convencer, não é adequada aos tribunais e nem às igrejas, porque falar bem não é sinônimo de ter razão.
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A oratória, como arte de convencer, nos torna aptos a tirar proveito dos outros.
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Mesmo quando visa bons fins, a retórica ainda é um truque sujo.
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A retórica pretende tornar um ponto de vista mais aceito cutucando as emoções do ouvinte, para que ele não raciocine como devia sobre o que está sendo dito.
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A matemática, na música, tem a função de fazer as partes (melodia, ritmo e pulso) concordarem entre si.
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Se você não quer ser influenciado por uma pintura, basta olhar em outra direção ou fechar os olhos, mas fugir da música é mais difícil.
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Mais difícil de escapar da música é escapar de um perfume.
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Uma boa piada é absurda.
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Uma piada pode ser ainda mais engraçada se não for contada como uma piada, mas com seriedade.
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Três coisas que tornam a vida tolerável: o sono, a esperança e o riso.
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Não dá pra fazer ciência do nosso próprio gosto.
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Descrever não é demonstrar.
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Há três faculdades do conhecimento: entendimento, razão e juízo, as quais podem chegar à conclusões diferentes.
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Não é possível fazer ciência da beleza.
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A sociedade perfeita só é possível se os filósofos conseguirem se comunicar com os leigos.
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A admiração não diminui com o tempo. Já a estupefação só ocorre enquanto há novidade.
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“Sentimentalismo” é a tendência a experimentar emoções ternas com mais frequência ou intensidade, mesmo quando não há realmente um objeto que as incite.
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O que diferencia a religião da superstição é que na religião há medo, mas também há admiração pela divindade.
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Pra saber se algo é bom, é preciso conceito, saber o que a coisa é, mas para saber se algo é belo, não há necessidade de conceito, basta ver, ouvir, sentir.
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Bom não é agradável.
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Gostar de todos é gostar de nenhum.
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Quem está faminto come qualquer coisa.
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Por causa disso, só é possível ter “gosto” (preferência) quando não estamos passando necessidade.
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Querer e estar interessado são a mesma coisa.