Pedra, Papel e Tesoura

26 de junho de 2014

Por que se consome pornô?

Why does a man hide his porn use and then feel bad about it?Why is he surfing porn in the first place?

viaJaysonGaddis.com Why Boys and Grown Men Surf Porn – JaysonGaddis.com.

Eu normalmente não visito sites como esse, Jaysongaddis. Eu apareci por lá porque alguém me mostrou uma ligação ao sítio. Certo, é um site sobre vida conjugal, um negócio que eu não tenho, mas este artigo em particular me interessou. Eu pensei em comentar, mas precisa ter conta no diabo do Facebook pra comentar, então resolvi usar meu próprio diário pra dar meu comentário ao texto do casal.
Por que homens e meninos consumem pornografia? A resposta não é óbvia? Eu gostaria de dizer que sim, mas não é. Uma devastadora maioria das pessoas, pessoas porque não apenas homens consumem pornografia, o faz para auxiliar a prática auto-erótica. É, masturbação, de novo. Crucifique-me.
Mas não se pode generalizar as coisas. Nem todos consomem pornô por essa razão. Meninos, por exemplo, que ainda são muito jovens, jovens até demais, consumem pornô por curiosidade. Talvez essas crianças que pegaram as revistas escondidas do papai nunca nem tiveram um orgasmo na vida, mas vivem ouvindo histórias sobre esse negócio proibido que o povo chama de “sacanagem” (ou não usam mais essa palavra?). Isso é uma coisa que todos podem concordar, então nem todos veem pornografia para ajudar na mais bela arte.
O texto do site inclui uma pequena revista em quadrinhos que fala que todos nós nascemos com um buraco enorme no meio do peito e esse buraco incomoda pacas. Aí temos de enchê-lo com alguma coisa ou acostumar-se com ele. Essa metáfora do buraco no peito refere-se ao vazio metafísico experimentado por todas as pessoas em algum momento da vida e esse vazio é um negócio muito sério. Sério demais pra ser preenchido com pornografia. O texto é bastante romântico e poético nesse sentido, mas eu duvido que alguém possa preencher um vazio metafísico com pornô, um vazio que normalmente é preenchido com coisas mais elevadas como religião e amor. O fato é que, contando todas os consumidores de pornô, acredito que só uma pequena parte veja pornô na esperança de preencher esse vazio. É o cúmulo do desespero.
Como dito, boa parte dessas pessoas preenche esse vazio com religião. Mas, como animais, somos dotados de pulsão sexual que demanda alívio. E, ao passo que a religião e os grupos de ideologia conservadora propagam um discurso negativo sobre essa pulsão, que ela precisa ser domada, coibida e castrada, toda a mídia pós-moderna é sexualizada. Quando o texto fala que essa ideologia que adotamos entra em conflito com o animal sedento de sexo dentro de nós, tentado por todos esses prazeres que são constantemente oferecidos, criando ciclos de culpa e vergonha, eu só posso concordar. É por isso que boa parte das pessoas que veem pornografia negam que veem, porque adotaram uma imagem pública que não comporta exceções e abrem exceções privativamente, o que constitui aquela prática que nós chamamos de hipocrisia.
Muitas pessoas consomem pornô para aliviar a fome do animal, faminto por aqueles pratos na vitrine da mídia. Para essas pessoas, a masturbação sem pornografia não sacia tanto, como a pessoa que, com sede, sente-se tentada a tomar o refrigerante que viu na loja, recusando a água da fonte gratuita. Ambos matam a sede, mas você quer é o refrigerante. Só que eles precisam viver como se tivessem o animal sob controle sem usar esses artifícios proibidos.
O grande problema não está na pornografia, mas na forma como as pessoas lidam com ela. Tá bom, você usa o Pornmd, Xtube e talvez usava o Dprtube (infelizmente, este último fechou) com relativa frequência porque você se sente bem ao fazer isso, ao alimentar aquele animal que todos nós temos. Eu só queria saber que mal há nisso. Se você não é partidário de uma religião ou ideologia ética que pregue o contrário, nenhum. Se você for, o mal está no comportamento hipócrita, que é a fonte de toda a culpa que as pessoas sentem ao consumir pornografia. A não ser que você seja um cara-de-pau (piadão, não?), agir de um jeito na frente dos outros e de um jeito completamente oposto na vida íntima é fonte de, no mínimo, peso na consciência.
Claro que alguma partidária do grupo terrorista feminista discordará de mim, dizendo que a pornografia favorece a imagem da mulher-objeto. Mas, se fosse assim, que argumento se tem contra o pornô gay, não é mesmo? Ou o pornô de lésbicas, talvez? Pode uma mulher ser objeto mesmo aos olhos de outra mulher, que está consumindo esse tipo de pornô? Pra começar, as mulheres concordaram em fazer esses pornôs, nenhuma delas é forçada (a não ser que você esteja procurando pornô em algum site nos confins da rede Tor, já que o I2p não presta). Se elas concordam, não são objetos; mulheres-objetos não fazem decisões, são forçadas por alguma coisa. Se o negócio é pago, melhor ainda, porque estão desempenhando seu trabalho!
Então, o texto acima faz umas boas observações, mas eu vejo as coisas de um jeito um pouquinho diferente. Eu queria poder comentar o texto do cara, mas, como eu não tenho “Face”, fica difícil.
Conclusão: pornô é legal, mas a hipocrisia gera culpa naqueles que condenam a pornografia, mas a consomem às escondidas. É preciso assumir.

2 de janeiro de 2012

Queria saber…

Filed under: Saúde e bem-estar — Tags:, , , — Yure @ 17:08

Por que as pessoas fazem juramentos tão pesados, muitas vezes desnecessários? Um amigo meu está fazendo isso e eu estou tentando convencê-lo de que ele não precisa passar por sofrimento à toa. Digo, não é como se ele estivesse tentando parar de fumar ou coisa assim. Mas por que acabar com um fetiche?

Às vezes a sexualidade não vai na direção certa. Mas se ela vai para o lado “errado”, não tem razão para tentar ajeitá-la se não estiver prejudicando você mesmo ou o próximo. Às vezes as pessoas desenvolvem hábitos que não “corretos” ao ver delas e, por mais que tentem livrar-se deles, sempre caem e ficam frustrados, sentindo-se culpados. Mas pense bem, por acaso esse hábito lhe prejudica ou prejudica alguém? Será que tentar livrar-se dele trará algum benefício?

No caso do fetiche, a maioria das pessoas não consegue se livrar do seu, porque é para onde sua sexualidade vai. Tirar o objeto do fetiche de um fetichista é o equivalente a tirar mulheres de um indivíduo que é heterossexual. Tentar evitar esse objeto é o equivalente a tentativa de uma mulher heterossexual evitar homens. Pode ser difícil ou fácil dependendo da pessoa, mas fato é que quase sempre caímos, especialmente se você estiver numa idade como a minha ou a do meu amigo. Julgando pelo que ele me contou, ele tem seu fetiche sob controle. Por que completamente aniquilá-lo?

Talvez isso soe como um bocado de besteira sem sentido, mas o fato é: eu queria saber por que as pessoas tentam aniquilar hábitos que, além de trazerem gratificação ao praticante, são inofensivos (ao passo que livrar-se deles seria extremamente penoso)?

Eu meio que me sinto como o Eek (lembra?), querendo ajudar os outros e normalmente levando chutes em troca. A diferença é que sou azul e os chutes sou eu mesmo quem dou.

25 de dezembro de 2011

Por que eu não comemoro o Natal.

Filed under: Saúde e bem-estar — Tags:, , , — Yure @ 15:38

Porque eu não sou festeiro. Embora o Natal tenha como principal função celebrar o nascimento de Cristo como ser humano, ele foi transformado em um meio de se fazer dinheiro, porque as pessoas passam a trocar presentes pensando no quão caros eles são, ao invés da intenção da data, que é lembrar aos fiéis que se deve amar o próximo como a si mesmo. Por ser feriado, o pessoal quer mais é relaxar e ir à festas, que duram desde o Natal até o ano novo… mas eu gosto de rotina. Apesar de ser Natal, não estou a fazer nada diferente do usual, apenas movendo meus dedos sobre um teclado como de costume. Isso me faz feliz, mas as pessoas ao meu redor tendem a não entender isso. Antes de eu me mudar, Natal significava amigos querendo que eu saísse do meu usual, me animasse bastante e caísse na festa como uma pedra. Mas eu não sou assim. Daí eu tento ir com eles só para não desapontar e acabo arruinando tudo porque não é disso que eu gosto e o meu humor fecha, o pessoal me chama de chato, eu me irrito com eles por estar ali de boa vontade (observe que é por obrigação) e vou embora. Isso também acontece em festas de aniversário e outros eventos sociais. Então, para evitar esse tipo de coisa, eu me escondo nessas datas.

Eu sou chato, não gosto de surpresas, não gosto de fazer coisas diferente do esperado (por isso não saio com a minha mãe, porque ela sempre fica mais tempo fora de casa que o combinado, fazendo coisas que transcendem o motivo inicial da saída) e detesto encontros aleatórios em RPG de console. Eu sou feliz assim, fazendo minhas coisas, à passo lento, porém certo; devagar, porém com pegadas contadas.

Então, depois de sair da festa, é certo que sentirei culpa no caminho de volta para casa. É isso que chamam de culpa de fim de ano. Todos querem que você fique feliz, você vê que todos estão felizes, mas você se sente mal por não estar animado como eles. Esta é provavelmente a primeira vantagem que vejo na mudança para cá: com os amigos longe, passarei o Natal tranquilo. Porém, ainda me sinto mal por não ser tão sociável e não estar feliz-mais-que-feliz na data que “marca” o nascimento de Jesus (tradicionalmente, porque todo o mundo sabe que Jesus não nasceu em 25 de dezembro, basta lembrar que o ano naquele tempo tinha dez meses, Jesus provavelmente “nasceu” em outubro).

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