Pedra, Papel e Tesoura

18 de fevereiro de 2013

Mudanças…

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Acordei mais ou menos às cinco para obter minha carteira de trabalho. Queria poder ir à tarde, honestamente, visto que detesto acordar tão cedo (a não ser que eu vá pra faculdade, que acaba sendo diversão pra mim, visto que amo filosofia). Só quero que minhas aulas comecem… pra que eu possa tirar a história da minha inclusão à limpo. Isso, sim, me interessa. A carteira de trabalho pode esperar.

Julgando pela quantidade de créditos que obtive e pela quantidade de disciplinas que me são ofertadas por semestre, está óbvio que não conseguirei me formar em quatro anos como eu havia pensado. Então talvez eu volte a cursar informática para que eu possa dar aula em algum lugar, para dar uma ajuda à minha mãe. Quero dizer, terei carteira de trabalho em breve e, se eu tiver um curso de informática, poderei me aplicar para alguma coisa em algum lugar, visto que informática e idiomas são canivetes suíços.

Eu desisti de informática no passado por causa dos alunos medíocres e do professor medíocre. No momento em que disse que cursava filosofia, o professor começou a me tratar diferente. Fazia umas piadinhas, dava indiretas, sugeria que eu era ateu e coisas do tipo. Os alunos gostavam muito do professor e começaram a me tratar diferente também. Tive de fazer sozinho trabalhos que deviam ser de dupla porque o pessoal achava que todos os filósofos são ateus e, aparentemente, todo o mundo ali era ou católico ou protestante daqueles que cantam no campo do Boa Vista umas quatro vezes por ano, perturbando o sono da vizinhança. Nada tenho contra os ateus e muitos dos meus amigos o são, mas a minha classe não parecia partilhar da minha tolerância. Eles não só supunham que filósofos necessariamente são ateus como supunham que todos os ateus são… algo pra se evitar. Não esperava mais daquela gente. Eu gostava das aulas da antiga professora de informática, mas os alunos medíocres desistiam do curso até que apenas quatro (eu incluso) restaram. A professora então disse que a sala seria dissolvida e os alunos seriam mandados para outras classes. Eu gostava daquela professora, ela era gentil, atenciosa, mas não fazia piadas e comentários retardados como a sala retardada queria que ela fizesse. Detesto esses professores muito “dinâmicos” e bem-humorados, porque eu acabo sendo foco da maioria das piadas. Porque uso Linux, porque estudo filosofia, porque quero ser professor, porque gosto de ficar em casa, porque não tenho namorada, porque não tenho amigos na vida real, porque não escuto ou gospel ou rock ou música eletrônica do fluxo principal. Não que as pessoas que tenham essas características sejam sempre motivo de piada ou que não tê-las me livraria de piadas esporádicas, mas acontece que tenho uma combinação de características esdrúxulas particularmente desastrosa.

Começo a desejar não ter fotos para usar; detesto a ideia de ter de sair de casa à madrugada para tirar a tal carteira. Minha mãe quer que eu vá de lá para a creche, para tirar à limpo a história da minha inclusão. Mas estou com preguiça. Além do mais, posso incluir e excluir disciplinas dependendo das vagas durante a primeira quinzena do semestre, se não me engano. Tenho que falar com minha colega à respeito…

Depois de dar entrada na carteira, tenho de esperar até quinze dias úteis para pegá-la no bairro. Não foi uma experiência confortável, ter de esperar uma hora na fila e mais uma hora e meia na tal casa do cidadão. Especialmente porque não tomei café da manhã, visto que o meu irmão comprou pão vencido, aquele retardado, e não tinha café. Saí com quatro biscoitos na barriga. Lá arrumei umas Ruffles e comi. Minha mãe nos deu vinte reais para a viagem e voltei com doze reais. Isso significa apenas uma coisa: fraldas na quinta-feira (e talvez uma chupeta com o troco)!

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