Passei um bom tempo sem escrever nada aqui. A razão é que eu estou ficando sem vontade de continuar comentando e fichando livros. Como esse era o propósito dedicado deste site, eu não tinha o que escrever enquanto estivesse esgotado. A última coisa que eu estava escrevendo era um comentário à Cidade de Deus, do Agostinho, mas, embora eu já tivesse devorado trezentas das oitocentas páginas deste volume, eu pensei: “tem coisas importantes acontecendo agora, neste instante, e eu estou com a fuça nos livros.” Com o pronunciamento do Bolsonaro, eu acabei cedendo à tentação e postei algo a respeito. Então… por que não fichar e comentar a realidade presente, em vez de livros (abordando a realidade presente apenas de maneira tangencial)?
Eu acho que isso vai decepcionar uns e animar outros, mas, pelo amor de Deus, em junho este site faz onze anos. Mais um, e ele sai da minha AOA. Então seria tão errado eu mudar de foco, depois de tanto tempo fazendo a mesma coisa? Acho que não. Além do mais, não é como se eu fosse decepcionar o país, tendo só 124 seguidores…
Isso não quer dizer o fim dos comentários ou dos fichamentos, só que eu farei isso com minha vida, meus arredores. Livros e artigos, os quais ainda serão discutidos tangencialmente, serão feitos pra enriquecer isso. Tem tanta coisa que eu poderia ter comentado, mas não fiz porque o foco do site são livros! Eu deixei o presente passar. Eu já via que isso era bem irracional da minha parte. Mas passou agora. Tenho que olhar pro futuro…
Já que o foco mudou, tanto o nome do site quanto seu subtítulo precisarão mudar. Vou reverter o nome pra Pedra, Papel e Tesoura, que era o nome original, tanto que o endereço do site reflete isso… Também penso no ritmo de postagem. Antigamente, eu postava algo uma vez a cada dez dias. Parece um bom ritmo. Entre o dia dez e o dia vinte, por exemplo, eu fico escrevendo um pouco a cada dia, pra ter algo que demore, pelo menos, dez minutos pra ler.
Era só isso mesmo. Precisava falar disto pra justificar a falta de conteúdo esses dias, se bem que eu tenho amigos que postam menos que eu, dos quais sinto falta.