Pedra, Papel e Tesoura

20 de abril de 2020

E agora?

Filed under: Passatempos — Tags:, — Yure @ 15:16

Passei um bom tempo sem escrever nada aqui. A razão é que eu estou ficando sem vontade de continuar comentando e fichando livros. Como esse era o propósito dedicado deste site, eu não tinha o que escrever enquanto estivesse esgotado. A última coisa que eu estava escrevendo era um comentário à Cidade de Deus, do Agostinho, mas, embora eu já tivesse devorado trezentas das oitocentas páginas deste volume, eu pensei: “tem coisas importantes acontecendo agora, neste instante, e eu estou com a fuça nos livros.” Com o pronunciamento do Bolsonaro, eu acabei cedendo à tentação e postei algo a respeito. Então… por que não fichar e comentar a realidade presente, em vez de livros (abordando a realidade presente apenas de maneira tangencial)?

Eu acho que isso vai decepcionar uns e animar outros, mas, pelo amor de Deus, em junho este site faz onze anos. Mais um, e ele sai da minha AOA. Então seria tão errado eu mudar de foco, depois de tanto tempo fazendo a mesma coisa? Acho que não. Além do mais, não é como se eu fosse decepcionar o país, tendo só 124 seguidores…

Isso não quer dizer o fim dos comentários ou dos fichamentos, só que eu farei isso com minha vida, meus arredores. Livros e artigos, os quais ainda serão discutidos tangencialmente, serão feitos pra enriquecer isso. Tem tanta coisa que eu poderia ter comentado, mas não fiz porque o foco do site são livros! Eu deixei o presente passar. Eu já via que isso era bem irracional da minha parte. Mas passou agora. Tenho que olhar pro futuro…

Já que o foco mudou, tanto o nome do site quanto seu subtítulo precisarão mudar. Vou reverter o nome pra Pedra, Papel e Tesoura, que era o nome original, tanto que o endereço do site reflete isso… Também penso no ritmo de postagem. Antigamente, eu postava algo uma vez a cada dez dias. Parece um bom ritmo. Entre o dia dez e o dia vinte, por exemplo, eu fico escrevendo um pouco a cada dia, pra ter algo que demore, pelo menos, dez minutos pra ler.

Era só isso mesmo. Precisava falar disto pra justificar a falta de conteúdo esses dias, se bem que eu tenho amigos que postam menos que eu, dos quais sinto falta.

26 de março de 2015

Eu me mordo por causa disso.

Foi intenção do copiloto destruir o avião, diz procurador francês – Internacional – BOL Notícias.

Por quê? Eu detesto ficar sem saber o porquê das coisas, talvez seja por isto que estou cursando filosofia, e esse cara provocou a queda fatal de altitude que matou cento e cinquenta pessoas esses dias. Para quem não sabe, porque mesmo eu não sabia até antes de ontem, um avião bateu nos alpes perto da França, após ter, em alguns minutos, perdido 10.000 metros de altitude. Mas agora vem a parte que me toca.

O copiloto ficou na cabine sozinho e impediu o piloto de entrar, enquanto ele baixava a altitude do avião de propósito. Aí aconteceu o que aconteceu. O avião bateu nas montanhas e ninguém sobreviveu. Será que não bastava se suicidar? Tinha que matar também todos os tripulantes e passageiros? O que o motivou a fazer o que fez?

Eu tenho alguns amigos muito instáveis, como meu coleguinha Ogima, e noto como algumas pessoas fazem coisas absurdas por motivos que, para a maioria das pessoas, é pequeno. Mas, como eu disse, eles são instáveis. Ogima, por exemplo, tem transtorno de personalidade obsessiva-compulsiva. Talvez o copiloto estivesse sofrendo com algo diariamente e não podia aguentar mais. Talvez ele não tivesse coragem de tirar sua própria vida por meios convencionais, por causa da dor ou da espera, ao passo que morrer por queda de avião, especialmente à 700km/h, é instantâneo. Talvez, só talvez, ele tivesse se sentido tentado demais para deixar passar a oportunidade. Uma pena que ele não pode tirar somente a própria vida e teve de levar com ele cento e cinquenta pessoas que muito provavelmente nada tinham a ver com seus problemas. Me pergunto que tipo de coisa se passava na cabeça dele para não levar as outras vidas no avião em devida consideração no seu julgamento, a ponto de achar que o benefício de se matar sobrepujava o malefício de matar todos os outros com ele. Que tipo de problema ele tinha?

Meu irmão disse que era chifre. Eu tenho minhas dúvidas, apesar de muitas coisas horríveis serem motivadas por decepção amorosa.

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