- O tema do banquete é o amor.
- Eros, o amor, era negligenciado pelos poetas.
- Amor é talvez o deus grego mais velho.
- Amor parece sobrepujar outros desejos, como o de riqueza.
- A vergonha de cometer um ato vergonhoso é maior se a pessoa que vê é a pessoa amada.
- Pessoas morrem por amor. Por amor, se chega ao absurdo.
- O amor por alguém que não retribui o sentimento parece mais generoso.
- Amor é o mais poderoso dos deuses gregos.
- Para um dos participantes, existem dois amores: celestial e popular.
- O amor belo é o que se deve louvar.
- O amor popular, para um dos participantes, é o que afeta homens e mulheres. É desregrado, um tipo de luxúria. O celestial afeta apenas homens, normalmente entre adulto e adolescente. O desejo por crianças faz parte também do popular, porque não há igualdade de juízo, logo seria uma questão de ludibriar. Aristófanes diz que o amor por crianças, contudo, é por vezes legitimado.
- O que valida um ato amoroso como belo ou feio é sua decência.
- O amante popular ama o corpo do outro, não a alma.
- Corpo é transitório. Quem ama corpos deixa de amar os corpos amados quando estes envelhecem.
- Servir a alguém porque sua virtude aumenta dessa forma desqualifica a servidão como adulação.
- A conquista amorosa pela virtude é bela. Conquistar o amado por outros meios é baixo.
- Para outro participante, o amor está não apenas nas almas e nos corpos, mas em toda parte: animais, plantas e minerais.
- A medicina parece estar relacionada ao amor.
- Trazer harmonia ao corpo é fazer os elementos conflitantes se amarem.
- Como na música. O grave e o agudo são díspares, mas podem ser postos de acordo pela arte musical. Juntar opostos sem lhes negar a diferença parece ser o que define uma ciência amorosa.
- Aristófanes narra o mito do humano original, que era homem e mulher ao mesmo tempo, ou duplamente homem, ou duplamente mulher.
- O sentido do mito do humano original é mostrar, por alegoria, que o amor é a busca do amante por complemento.
- É mais fácil falar pra gente burra.
- Até o presente, as pessoas falaram mais das felicidades proporcionadas pelo amor e não tanto do próprio amor.
- Amor, para um terceiro participante, é o mais jovem dos deuses; se fosse o mais velho, os deuses não lutariam entre si, coisa que só pararam de fazer recentemente.
- Amor habita em almas delicadas.
- Gosta de florzinha e tal…
- Amor inspira qualquer um à poesia.
- Amor é poeta porque não poderia ensinar poesia sem o saber.
- Segundo Sócrates, o amor é amor voltado a algo. Quem ama, quer alguma coisa.
- O amor é desejo. Se não é pleno, talvez nem seja um deus.
- Mas, para desejar, é necessário carecer de algo que se deseja.
- É possível também desejar o que já temos, no sentido de que tememos que isso nos seja tirado no futuro.
- Amor ama as coisas belas, logo ele carece de beleza.
- Se o que é belo é bom, amor também carece de bondade.
- Só que carecer de algo não quer dizer, necessariamente, carência absoluta. Amor é meio-termo.
- Opinião correta, por exemplo, é meio-termo entre sabedoria e ignorância. Não é ciência por não ter base racional, mas não é ignorância por acabar acertando a resposta.
- Amor não é belo, feio, bom ou mau, mas o meio-termo destes. Parece conciliar as definições de um dos particpantes, explicando por que o amor às vezes é popular e outras celestial.
- Amor, para Sócrates, é carência de algo. Ora, se o amor carece de beleza e bondade, não é um deus.
- Amor também não é mortal, pois está no meio-termo. Ele ressuscita quando morre, então é efetivamente imortal, mas não totalmente imortal, porque, se fosse, não morreria em primeiro lugar.
- Amor é mensageiro entre deuses e humanos.
- Amor é filósofo, pois deseja coisas belas. Só pode ser filósofo quem se reconhece ignorante, já que o ignorante ignora sua ignorância e se acha sábio, enquanto que o sábio já sabe tudo e não precisa aprender mais nada.
- O amado e bom e belo para o amante.
- Quem ama vê no outro aquilo de que carece. Por isso amantes sentem-se felizes quando juntos, porque sentem-se plenos.
- Amantes querem ter o amado para sempre.
- É possível também amar por instinto de aspiração à imortalidade. Isso é retomado por Schopenhauer. Se reproduzir é o mais perto que podemos chegar de sermos imortais e é esse amor que move os animais irracionais, um desejo de se aproximar da imortalidade pela continuação da espécie. Em Schopenhauer, essa é a principal, se não a única, razão que guia o amor erótico.
- Esse amor pela imortalidade também pode guiar humanos, mesmo os que amam coisas imateriais. Os humanos querem deixar sua marca no mundo, algo pelo qual sejam lembrados. Então, depois de fertilizados pela sabedoria ou pela arte, por exemplo, procuram um local belo onde possam conceber suas obras, gerando sua posteridade.
- O amante deveria fazer uma ascensão gradual de contemplação do belo: primeiro ama a beleza de cada corpo, depois a beleza comum aos corpos, depois a beleza das ciências e das leis, depois a beleza em si mesma.
- Alcibíades é ridículo quando bêbado, transformando um diálogo muito efeminado em um diálogo efeminado demais.
- O diálogo termina com oito páginas de elogio a Sócrates, proferido por Alcibíades.