Pedra, Papel e Tesoura

14 de abril de 2024

Por que a última assembleia da APEOC foi um fracasso.

Filed under: Notícias e política, Organizações — Tags:, — Yure @ 13:12

Se você acompanha notícias da educação cearense, você certamente percebeu que uma anomalia aconteceu na última assembleia da APEOC. Foi uma loucura tão grande que é preciso um vídeo pra que você possa acreditar.

https://www.youtube.com/watch?v=EwsWSKc9D_Q

Eu acompanhei de perto os movimentos da APEOC, o sindicato dos professores da educação básica do estado do Ceará, e penso que posso responder com alguma confiança o que causou o incidente em que a dirigência do sindicato foi agredida com cadeiras pelos próprios sindicalizados e no qual bandeiras do sindicato foram queimadas. Posso dizer que ocorreu uma sucessão de erros, grandemente motivados por excesso de confiança, e espero que este texto sirva de aviso para outros movimentos não caírem nas mesmas armadilhas.

Antecedentes.

O estado do Ceará tinha pendências econômicas com a classe dos professores estaduais e precisava ser pressionado para que tais pendências fossem sanadas. Ocorreu uma assembleia na qual o estado de greve foi aprovado, depois uma assembleia na qual o indicativo de greve foi aprovado. Faltava apenas uma assembleia para, de fato, deflagar a greve, mas a mesa de negociação não havia fechado à data da assembleia e seria prejudicial às negociações se a greve fosse deflagrada enquanto ainda havia negociações acontecendo. Então, a greve não poderia acontecer, mas a data da assembleia de votação havia chegado e a maioria dos professores queria uma greve à qual a dirigência do sindicato se opunha.

Erro 1: dois grupos de Whatsapp.

A APEOC tem, pelo menos, dois grupos no Whatsapp no momento: Professores Cearenses em Luta e Estado de Greve 2024. O primeiro é mais voltado a informativos do sindicato, entre sindicalizados. O segundo é focado exclusivamente no estado de greve aprovado na primeira assembleia do ano. O segundo grupo foi mais compartilhado, naturalmente, pelos proponentes da greve, atraindo pessoas de perfil pró-greve, já que o link para um grupo é geralmente partilhado entre pessoas que pensam igual.

A diferença de reações entre os dois grupos para as mesmas postagens é marcante: sempre que a direção do sindicato publicava algo que pudesse indicar uma posição contrária à greve, a reação negativa no segundo grupo era sempre muito maior. Ter um segundo grupo de Whatsapp apenas para a discussão sobre a greve atraiu grande número de pessoas radicalmente favoráveis à greve. Isso foi bom no começo, mas, quando a diretoria do sindicato começou a mudar de ideia sobre a possibilidade de aprovar a greve, o segundo grupo se tornou um problema e pode ter gerado uma célula pró-greve pararalela ao sindicato e fora do controle do mesmo, a qual se reuniu em outro grupo. Isso é fácil de fazer: basta adicionar em outro grupo todos os que estão no grupo da greve.

Assim, o segundo grupo reuniu e conectou proponentes da greve, eventualmente, contra a dirigência do sindicato quando esta passou a dar sinais de que a greve seria uma má ideia. Isso me parece plausível, porque, na assembleia do papoco, muitos foram com roupas combinando e tinham combinado um plano de tumultuar a assembleia. Isso, obviamente, sugere que houve articulação paralela.

Isso foi o primeiro erro motivado por excesso de confiança: reunir professores pró-greve em um grupo é ótimo pra dirigência pra pressionar o estado, mas péssimo quando o interesse da dirigência começa a divergir do interesse da classe. Eles deveriam ter pensado nisso ou, se pensaram, concluíram que poderiam contornar facilmente a situação. E não contornaram.

Erro 2: não ter mudado a pauta da assembleia antes da data marcada.

Se a mesa de negociação estava aberta, o início da greve seria desaconselhável. A pauta da assembleia deveria então ter sido mudada e tal mudança ser anunciada antecipadamente nos grupos de Whatsapp. E isso não aconteceu. A dirigência do sindicato estava confiante de que poderia convencer a maioria dos professores a votar contra a greve na assembleia final. Eles argumentaram nos grupos, mas a reação aos argumentos foi péssima. Nem mesmo a ilegalidade de outros movimentos grevistas (UECE, URCA e DETRAN) desmotivou os grevistas.

Se a pauta tivesse sido mudada com antecedência e tal mudança tivesse sido anunciada nos grupos, além de devidamente explicada, haveria maior controle sobre a situação, pois a opinião dos professores pró-greve na assembleia não seria levada em consideração. Mas como a pauta permaneceu a mesma, a opinião deles tinha que ser levada em consideração e não foi, algo sobre o que eu entrarei em mais detalhes depois. Ademais, a pauta foi mudada numa ocasião totalmente inapropriada: na própria assembleia. Mais sobre isso também depois.

Erro 3: falta de controle na entrada da assembleia.

No dia da assembleia, eu entrei, assinei a frequência e peguei um crachá. Não houve checagem acerca da minha participação efetiva no magistério. Isso é bom quando se quer inflar um movimento, mas, àquela altura, deveria já ter ficado claro que a maioria dos professores que atenderiam à assembleia eram favoráveis à greve, então inflar o movimento seria contraproducente. Mas, novamente, a dirigência estava confiante na sua capacidade de controlar a situação.

Não houve exigência de contracheque, declaração ou ficha funcional. Qualquer um podia entrar. Se houvesse exigência de documentação, talvez menos pessoas tivessem ido. Como não havia, o lugar lotou. O número de professores ali presentes, penso eu, passava de seiscentos, com uns 350 vestidos de preto. O desastre parecia iminente, mas poderia ter sido evitado. Infelizmente, a dirigência do sindicato deixou mais uma oportunidade passar, como vemos a seguir.

Felizmente, a dirigência do sindicato aprendeu com seu erro e passou a exigir contracheque na entrada dos encontros zonais. Isso permite não apenas garantir que somente professores participarão, mas também permite, se a dirigência quiser, restringir a entrada somente a sindicalizados, deixando de fora maioria dos professores temporários (dada a imagem da APEOC como um sindicato que despreza os temporários, apesar de ter acatado algumas demandas dos temporários recentemente, isso seria totalmente esperado).

Erro 4: não ter usado, imediatamente, o tumulto como desculpa para adiar a assembleia.

Enquanto eu esperava a assembleia começar, eu ouvi dois professores conversando entre si sobre um plano que havia sido combinado entre os professores pró-greve: fazer barulho sempre que alguém da dirigência do sindicato se pronunciasse sobre qualquer coisa, tumultuando a assembleia com palavras de ordem ou vaias. E foi o que foi posto em prática. Sempre que alguém contrário à greve tentava se pronunciar, sua voz era afogada e suprimida no barulho. Alguns inclusive ficavam de costas para a dirigência em sinal de desprezo.

A dirigência do sindicato teve uma oportunidade de ouro para adiar a assembleia alegando que não poderia haver votação sem que ambos os lados fossem ouvidos civilmente. Mas, em vez disso, eles ficaram enrolando por três horas, esperando que os professores a favor da greve tivessem que sair para outros compromissos, a fim de que o local ficasse mais vazio. Foi uma clara tentativa de manipular a votação. A desculpa do tumulto eventualmente foi usada, mas apenas no final da assembleia, depois de três horas. Não dá pra usar a desculpa de que o tumulto não deixa a assembleia continuar quando ela já ocorria por tanto tempo.

Erro 5: mudar a pauta no meio da assembleia.

Em certo momento, a dirigência ficou abertamente contra a categoria. A pauta foi mudada e a votação não seria mais sobre a deflagração ou não da greve, mas sobre a aceitação da proposta do governo (insatisfatória para muitos) ou pelo retorno das negociações. Como que para “punir” os professores pró-greve, o tempo de fala para cada professor foi reduzido de dois para um minuto. Tempo que depois não foi respeitado pela dirigência.

Mas, mesmo com um minuto para se manifestar, os professores deixaram claro que queriam uma greve. A maioria ali era a favor e votações simbólicas foram chamadas três vezes, deixando claro que quase todos os professores ali presentes, mais de 99%, queriam a greve. E isso nos leva ao último e mais grave erro da dirigência do sindicato.

Erro 6: não ter deflagrado a greve.

O líder do sindicato anunciou o fim da assembleia sem que a votação ocorresse, alegando que o tumulto não permitia que a assembleia continuasse, sendo que ela já durava três horas. Agora, pense um pouco: se a maioria dos filiados ao sindicato queria a greve e o sindicato, autoritariamente, passou por cima da vontade da maioria dos filiados, podemos dizer que tal sindicato representa a categoria? Não. Então o que ele representa? Há várias teorias para responder tal pergunta e a resposta fica a cargo de cada professor: há quem diga que representa o governo, a “direita”, o lucro ou até que a dirigência do sindicato representa apenas eles próprios. Mas o fato é que cada filiado à APEOC contribui mensalmente, com dinheiro, para a manutenção do sindicato. O resultado não poderia ser outro: a categoria se sentiu traída (porque foi traída) e agrediu a dirigência. Podemos realmente culpar a categoria? Talvez tenha sido uma reação excessiva, mas as motivações são compreensíveis.

Alguém poderia questionar: “não pode haver greve durante negociação, pois a greve seria considerada ilegal e o que fora conquistado em negociação seria perdido”. Verdade, mas, se a maioria quer a greve, ela deveria acontecer, a despeito das consequências. O sindicato existe para representar a categoria e não para que sua dirigência decida “o que é melhor” para seus filiados, como se fosse uma mãe superprotetora. Não, a dirigência tem que ser mais como um pai liberal, que diz quais as consequências do que o filho está tentando fazer, mas não o impede de fazer. A categoria sabia dos riscos e estava disposta a aceitá-los. Ademais, essa mesma categoria já havia obtido conquistas em greves passadas, algumas das quais inclusive haviam sido declaradas ilegais.

Concluindo.

Tudo isso teria sido evitado se a dirigência do sindicato tivesse sido menos confiante em sua capacidade de “controlar” os professores. Eles perderam o contato com a realidade do que estavam fazendo desde o começo: inflamando professores para uma greve da qual a dirigência depois desistiu. Aliás, eles perderam o contato com o que significa manter um sindicato. E por isso, instrumentais de desfiliação estão circulando entre as escolas e muitos professores estão os usando. Em minha visão, é assim que deve ser, pois não tem sentido você dar dinheiro para uma entidade que não mais representa os interesses da categoria da qual você faz parte.

Mas isso não é o fim da APEOC. Eles já passaram por isso antes, o que é notável. Eles encontrarão novos professores para preencher seu quadro de filiados entre os novatos que entram a cada concurso público. No entanto, se tais erros são recorrentes, é claro que incidentes como estes da última assembleia também se repetirão. E o drama recomeçará. Que outras entidades não cometam os mesmos erros.

2 de abril de 2024

Mais um precedente.

Ontem, na escola, lendo as notícias, vi que o Superior Tribunal de Justiça afastou uma acusação de estupro em um relacionamento entre um amante de vinte anos e sua amada de doze anos. A acusação foi feita pela mãe da garota. Mas eles se amavam, até moraram juntos, a garota engravidou e pretendia construir uma família. Eu vi quatro pontos muito interessantes neste assunto:

Primeiro, o amante de meninas não sabia que o que ele fez é ilegal. A lei (artigo 217-A do Código Penal) diz que qualquer sexo ou outra ação sexual, com ou sem consentimento entre as partes, é ilegal se uma das partes tiver menos de quatorze anos. Mas a maioria dos brasileiros pensa que apenas coisas prejudiciais podem ser crimes. Esta é uma crença errada. Nossa lei proíbe várias coisas que não prejudicam ninguém. E isso é ruim. De fato, se houver amor entre as partes, se houver consentimento e ninguém foi prejudicado, uma ação não deveria ser um crime. O que deve ser proibido é o ato sexual forçado ou prejudicial. Se a ação não foi feita por força, nem foi prejudicial, por que deveria ser um crime? Alguém pode perguntar: “então, você quer que a prostituição infantil seja permitida?” Não, porque é prejudicial: expõe a criança a doenças sexualmente transmissíveis, e também porque a maioria das crianças e adolescentes só vai à escola para ter um diploma, o que deveria garantir um trabalho que paga bem. Se fosse possível para a criança ou adolescente ganhar dinheiro agora, a taxa de abandono da escola aumentaria, empobrecendo a força de trabalho futura e o nível intelectual médio da nação. A venda de pornografia infantil não deve ser permitida pela mesma causa.

Segundo: a decisão da maioria foi que a intervenção causaria mais danos do que reparos à vítima. Isso porque a garota está grávida. Prender o homem que está pronto para cuidar do bebê, deixaria a adolescente sem ajuda. De fato, não apenas ela, mas também o bebê que nascerá dela. Muito correto que o Tribunal tenha considerado isso. Se o homem fosse preso, a adolescente seria prejudicada pelo tribunal. Mas se a justiça causa danos, não é realmente justiça. Não é justo que a vítima seja prejudicada pelo tribunal que deve protegê-la.

Terceiro: um dos juízes afirmou que este caso é “uma exceção que confirma a regra”, ou seja, as exceções são possíveis.

Quarto: é improvável que a decisão seja revertida sem uma nova avaliação de evidências e fatos, algo que não pode ser feito neste momento, naquele Tribunal, por razões que eu não entendo.

Reafirmo a ideia de que as ações contra o artigo 217-A (me recuso a usar o termo “estupro” para descrever sexo consensual) devem ser julgadas caso a caso, avaliando o mérito individual de cada relacionamento e as consequências que a prisão pode causar à vítima. A justiça deve corrigir danos, não causá-los.

1 de abril de 2024

Amo, seksperforto kaj justeco.

Filed under: Notícias e política, Organizações, Saúde e bem-estar — Tags:, — Yure @ 18:26

Hieraŭ, en la lernejo, legante la novaĵojn, mi vidis, ke la brazila supera justeco kortumo eksigis akuzon de seksperforto en rilato inter dudek-jara knabinamanto kaj lia dekdu-jara amatino. La akuzo estis farita de la patrino de la knabino. Sed ili amis unu la alian, ili eĉ loĝis kune, la knabino gravediĝis kaj intencis konstrui familion. Mi vidis kvar tre interesajn punktojn en ĉi tiu afero:

Unue, la knabinamanto ne sciis, ke tio, kion li faris, estas kontraŭleĝa. La leĝo (artikolo 217-A de la Kriminala Kodo) diras, ke iu ajn seksumo aŭ alia seksa ago, kun aŭ sen konsento inter la partioj, estas kontraŭleĝa, se unu el la partioj havus malpli ol dek kvar jarojn. Sed plej multaj brazilanoj pensas, ke nur malutilaj aferoj povas esti krimoj. Ĉi tio estas malĝusta kredo. Nia leĝo malpermesas plurajn aferojn, kiuj ne damaĝas iun ajn. Kaj tio estas malbona. Efektive, se estas amo inter la partoj, se estas konsento kaj neniu estis damaĝita, ago ne devus esti krimo. Kio devas esti malpermesita estas la devigita aŭ malutila seksa ago. Se la ago nek estis farita per forto, nek estis damaĝa, kial ĝi devas esti krimo? Iu povus demandi: “do, ĉu vi volas ke infana prostituado estos permesita?” Ne, ĉar ĝi estas malutila, ĉar ĝi eksponas la infanon al tro multe da seksumo, kun tro multaj homoj, pliigante la ekspozicion de la infano al sekse transdonitaj malsanoj, kaj ankaŭ ĉar plej multaj infanoj kaj adoleskantoj nur iras al lernejo por havi diplomon, kiu garantias laboron, kiu pagas bone. Se eblus al la infano aŭ adoleskanto gajni monon nun, la lerneja forlasa indico pliigus, malriĉigante ambaŭ la estontan laborantaron kaj la averaĝan intelektan nivelon de la nacio. La vendo de infana pornografio, ne devas fariĝi permesita pro la sama kaǔzo.

Due: la plimulta decido estis, ke la interveno kaŭzus pli da damaĝo ol riparo al la viktimo. Tio estas ĉar la knabino estas graveda. Aresti la viron, kiu pretas prizorgi la bebon, forlasus la adoleskantinon sen helpo. Ja, ne nur ŝi, sed ankaŭ la bebo, kiu naskiĝos de ŝi. Tre ĝusta, ke la Kortumo pripensis ĝin. Se la viro estus malliberigita, la adoleskantino estus damaĝita de la kortumo. Sed se justeco kaŭzas damaĝon, ĝi ne vere estas justeco. Ne estas juste, ke la viktimo estu damaĝita de la kortumo, kiu devus protekti ŝin.

Trie: unu el la juĝistoj deklaris, ke ĉi tiu kazo estas “escepto, kiu konfirmas la regulon”, do esceptoj estas eblaj.

Kvare: estas malverŝajne, ke la decido estas inversigita sen nova takso de evidenteco kaj faktoj, io ne farebla en ĉi tiu tempo en tiu kortumo pro kialoj, kiujn mi ne komprenas.

Mi reasertas la ideon, ke agoj kontraŭ artikolo 217-A (mi rifuzas uzi la esprimon “seksperforto” por priskribi konsentan sekson) devas esti juĝita kazo laŭ kazo, taksante la individuan meriton de ĉiu rilato kaj la konsekvencojn, kiujn malliberiĝo povas kaŭzi al la viktimo. Justeco devas ripari damaĝon, ne kaŭzi ĝin.

31 de março de 2024

Another good precedent to the pile.

Yesterday, at school, while I read the news, I saw that the Brazilian Superior Court of Justice dismissed an accusation of rape in a relationship between a twenty-year-old man and his twelve-year-old girlfriend. The accusation was made by the girl’s mother. But the two loved each other, even lived together, the girl was pregnant and they intended to build a family. I saw four very interesting points in this case:

First, the man did not know that what he was doing is illegal. The law (article 217-A of the Penal Code) says that any carnal conjunction or other libidinous act, with or without consent between the parties, is illegal, whenever one of the parties is less than fourteen years old. But most Brazilians think that only harmful things can be crimes. This is a wrong belief. Our law prohibits several things that do not harm anyone. And that is terrible. Really, if the two are in love, if there was consent and no one has been harmed, an act should not be forbidden. What should be forbidden is the forced or harmful sexual act. If there was no force and no damage, why should it be forbidden? Someone could then ask: “then would you be in favor of child prostitution?” No, because it is harmful, since it exposes the child to several partners, increasing the kid’s exposure to sexually transmitted diseases, and also because most children and adolescents only go to school to have a diploma that ensures a job that pays well. If it were possible for the child or adolescent to earn money now, the dropout rate would skyrocket, impoverishing both the future workforce and the average intellectual level of the nation. Same thing applies to selling child porn, produced or not by the child in question.

Second: the majority decision was that the intervention would cause more damage to the victim than it would repair. That’s because the girl is pregnant. Arresting the man, who is willing to take care of the baby, would leave the pregnant teenager helpless. By the way, not only her, but also the baby who would be born from her. Very correct that the court have considered that. If the man had been convicted, the teenager would be harmed by the court. But if justice causes harm, it is not really justice. It is not fair that the victim is harmed by the court that should protect her.

Third: one of the judges stated that this case is a “exception that confirms the rule,” so exceptions are possible.

Fourth: it is unlikely that the decision will be reversed without a new assessment of evidence and facts, something that cannot be done at the moment in that court for reasons I do not understand.

I reaffirm the idea that acts against the article 217-A (refuses to use the term “rape” to label consensual sex) should be tried on a case-by-case basis, assessing the individual merit of each relationship and the consequences of the conviction for victim. Justice must repair damage, not cause it.

19 de março de 2024

Deveríamos revogar o novo ensino médio.

Filed under: Notícias e política, Organizações — Tags:, — Yure @ 12:22

Hoje é dia da mobilização nacional contra o novo ensino médio, modelo de organização imposto por Michel Temer em 2017 e que passou a viger em 2022. Nesse modelo, as disciplinas passam a ser “estudos e práticas” a serem inclusos em conteúdos maiores: artes, língua portuguesa, inglês e educação física passam a ser “linguagens e suas tecnologias”; história, geografia, sociologia e filosofia passam a ser “ciências humanas e sociais aplicadas”; química, física e biologia passam a ser “ciências da natureza e suas tecnologias”; a matemática foi inafetada. Apesar disso, língua portuguesa e inglês também são ofertados como disciplinas próprias, além de sua participação no currículo de linguagens. Espanhol foi eliminado da grade obrigatória.

Isso já é ruim o bastante. Dependendo do estado, as disciplinas desapareceram. Mas, além dessa aglutinação de conteúdos diferentes e sua apresentação como componentes curriculares homogêneos, o conteúdo lecionado também sofre. É que a Base Nacional Comum Curricular, a qual define quais competências e habilidades devem ser cultivadas nos alunos, é organizada por essas áreas. Para que o modelo de áreas do conhecimento funcione, é preciso que a Base se limite a atribuir às áreas apenas competências e habilidades que podem ser tratadas em conjunto pelos professores da área. Tome o caso das ciências humanas e sociais aplicadas: suas competências e habilidades são limitadas àquelas que a história, a geografia, a sociologia e a filosofia podem cultivar juntas. Então, o conteúdo específico de uma disciplina é deixado de fora da discussão, caso ele não possa ser também discutido pelos outros professores que compõem a área. Assim, o professor de filosofia é desencorajado a tocar em assuntos típicos da filosofia, sempre que eles não puderem ser tratados pelos outros três saberes. Metafísica, epistemologia, teoria do conhecimento e estética, por exemplo, não têm lugar nesse modelo, pois não há nessas narrativas filosóficas competências que possam ser cultivadas em conjunto com o historiador, com o geógrafo e com o sociólogo. Ao menos, não pelos outros três ao mesmo tempo, igualmente. Como isso reduz o conteúdo que precisa ser lecionado na formação geral básica, é óbvio que a carga horária da mesma foi também reduzida: de 2400 horas para 1800. Os alunos passam a ter menos aulas de conteúdos cobrados no vestibular e no Exame Nacional do Ensino Médio, o que pode ter um impacto negativo nas suas chances de entrar na universidade.

Isso tem seu impacto nos livros didáticos, os quais ficaram menores, deixaram de ser seriados e são organizados não por disciplina (pois esse é um conceito ultrapassado, segundo os proponentes do novo modelo), mas por competências. No entanto, embora os livros tenham ficado menores, eles agora estão em maior número: são seis competências de ciências humanas e sociais aplicadas, então deve haver seis volumes para esse conteúdo, um para cada competência. O aluno não trará os seis para a escola todos os dias, até porque a consulta nos livros seria um desastre em sala de aula. Ele terá apenas dois por ano. Assim, espera-se que o professor cultive apenas duas competências por ano, as quais devem ser combinadas com os outros professores da área, a menos que ele decida (como muitos fazem) abandonar o uso do livro didático. Há, assim, vários impecilhos à manutenção da identidade de cada conteúdo. Tudo trabalha para que história, geografia, sociologia e filosofia virem “uma coisa só”; tudo trabalha para que química, física e biologia virem “uma coisa só”. O mesmo se diga de artes e educação física.

Com o avanço do ensino em tempo integral e a redução da carga horária da formação geral básica, com o que preencher o tempo em que os alunos ficarão em sala sem ter aulas importantes? Entram os itinerários formativos: novas disciplinas obrigatórias, disciplinas eletivas, trilhas de aprofundamento e projeto de vida. As novas disciplinas obrigatórias, as quais variam de estado para estado, são mais do mesmo: jogral, dancinhas, conversa sobre sentimentos e outras bobagens. As eletivas são mais interessantes, mas para coibir qualquer possibilidade de fazer algo útil com elas, cada uma tem duração de apenas seis meses. As trilhas de aprofundamento têm uma proposta interessante, acompanhada de péssima execução: cada trilha de aprofundamento contém um conjunto de disciplinas que misturam duas áreas, o que requer que o professor lecione coisas que simplesmente não aprendeu na faculdade. Já o projeto de vida se propõe a desenvolver perícias socioemocionais do aluno e prepará-lo para a vida adulta, mas tal conteúdo deveria ser dado por pessoas com alguma formação em psicologia. Aulas de projeto de vida frequentemente tocam em assuntos muito sensíveis, os alunos choram às vezes, não querem participar e ainda pode sobrar pro professor.

O modelo anterior era bem melhor. Deveríamos voltar a ele. Mesmo que isso não seja possível, o mínimo a ser feito é restaurar a estrutura e a carga horária da formação geral básica, com a volta de todas as disciplinas tradicionais (incluindo espanhol) e o aumento da carga horária para 2400. O ideal é o modelo anterior, mas o mínimo é a reabilitação da formação geral básica. Um passo de cada vez.

1 de março de 2024

Citaĵoj: Acres of Diamonds.

Filed under: Passatempos — Tags:, , , — Yure @ 15:45

The book “Acres of Diamonds: Our Every-day Opportunities” is a biography of Temple University founder Russell Conwell. At first, it seemed strange to me that a Christian pastor would place so much emphasis on money in his speeches. My first impression was that Conwell was one of those greedy pastors, preachers of a “prosperity gospel”, but this is not so: Conwell does not say that God will make you rich as a reward for joining the church, but that everyone should seek wealth through means of hard work. Still, it seemed strange to me, hearing from a Christian, all this emphasis on wealth, but, throughout the book, we see that what he means is that money is necessary even for the achievement of our good deeds, as this is the Western capitalist system, in which almost nothing is possible for those who do not have money. One should not have money simply for the sake of it, but to use it as a means to perform good deeds, in order to improve the lives of others and the community. Beautiful and plausible. But that doesn’t save the book from a fatal flaw that occurs throughout almost the entire text: it reads like one long piece of propaganda. You see, this book was not written by Conwell himself, but by someone else. And this person has done little investigation into Conwell’s flaws, while at the same time sparing no effort in praising him in every way at every opportunity that arises. This is highly tedious and embarrassing. If someone wrote a biography about me and wrote it that way, I would be embarrassed.

El libro “Acres of Diamonds: Our Every-day Opportunities” es una biografía del fundador de la Universidad de Temple, Russell Conwell. Al principio me pareció extraño que un pastor cristiano pusiera tanto énfasis en el dinero en sus discursos. Mi primera impresión fue que Conwell era uno de esos pastores codiciosos, predicadores de un “evangelio de la prosperidad”, pero no es así: Conwell no dice que Dios te hará rico como recompensa por unirte a la iglesia, sino que todos deben buscar riqueza a través del trabajo duro. Aún así, me pareció extraño escuchar de boca de un cristiano todo este énfasis en la riqueza, pero, a lo largo del libro, vemos que lo que quiere decir es que el dinero es necesario incluso para la realización de nuestras buenas obras, pues así es la cultura occidental. Vivemos en un sistema capitalista, en el que casi nada es posible para quienes no tienen dinero. No se debe tener dinero simplemente por tenerlo, sino utilizarlo como un medio para realizar buenas obras, con el fin de mejorar las vidas de los demás y de la comunidad. Hermoso y plausible. Pero eso no salva al libro de un defecto fatal que ocurre a lo largo de casi todo el texto: es muy forzado en la descripción de las calidades de Conwell. Este libro no fue escrito por el propio Conwell, sino por otra persona. Y esta persona ha investigado poco los defectos de Conwell, al mismo tiempo que hace total esfuerzo para elogiarlo en todos los sentidos en cada oportunidad que se presenta. Esto es muy tedioso. Si alguien escribiera una biografía sobre mí y la escribiera de esa manera, me daría vergüenza.

La libro “Acres of Diamonds: Our Every-day Opportunities” estas biografio de la fondinto de Temple University, Russell Conwell. Komence mi trovis strange, ke kristana pastro emfazas monon en siaj paroladoj. Mia unua impreso estis, ke Conwell estis unu el tiuj avidaj pastroj, predikantoj de “prospero evangelio”, sed tio ne estas la kazo: Conwell ne diras, ke Dio riĉigos vin kiel rekompenco pro aliĝo al la eklezio, sed ke ĉiuj serĉu riĉecon per laboro. Eĉ tiel, ŝajnis al mi strange aŭdi ĉi tiun emfazon pri riĉeco el la buŝo de kristano, sed, tra la libro, ni vidas, ke tio, kion li volas diri, estas, ke mono estas necesa eĉ por plenumi niajn bonajn farojn, ĉar tiel estas Okcidenta kulturo. Ni vivas en kapitalisma sistemo, en kiu preskaŭ nenio estas ebla por tiuj, kiuj ne havas monon. Vi ne havu monon simple por havi ĝin, sed vi devas uzi ĝin por fari bonajn agojn, por plibonigi la vivon de aliaj homoj kaj la komunumo. Bela kaj kredebla. Sed la libron havas fatalan difekton, kiu okazas tra preskaŭ la tuta teksto: ĝi ŝajnas kiel propagando. Ĉi tiu libro ne estis verkita de Conwell mem, sed de iu alia. Kaj ĉi tiu persono malmulte esploris la difektojn de Conwell, dum ankaŭ laŭdi lin ĉiumaniere ĉe ĉiu okazo. Ĉi tio estas tre teda. Se iu verkus biografion pri mi kaj skribus ĝin tiel, mi tre ruĝiĝus.

O livro “Acres of Diamonds: Our Every-day Opportunities” é uma biografia do fundador da Temple University, Russell Conwell. A princípio achei estranho que um pastor cristão enfatizasse o dinheiro em seus discursos. Minha primeira impressão foi de que Conwell era um daqueles pastores gananciosos, pregadores do “evangelho da prosperidade”, mas não é o caso: Conwell não está dizendo que Deus o tornará rico como recompensa por ingressar na igreja, mas que todos deveriam buscar riqueza através do trabalho. Mesmo assim, me pareceu estranho ouvir essa ênfase na riqueza da boca de um cristão, mas, ao longo do livro, vemos que o que ele quer dizer é que o dinheiro é necessário até para realizarmos nossas boas obras, pois é assim que a cultura ocidental é. Vivemos num sistema capitalista em que quase nada é possível para quem não tem dinheiro. Você não deve ter dinheiro simplesmente para tê-lo, mas deve usá-lo para fazer boas ações, para melhorar a vida de outras pessoas e da comunidade. Bonito e crível. Mas o livro tem uma falha fatal que ocorre em quase todo o texto: parece propaganda. Este livro não foi escrito pelo próprio Conwell, mas por outra pessoa. E essa pessoa investigou pouco as falhas de Conwell, ao mesmo tempo que o elogiou de todas as maneiras e em todas as oportunidades. Isso é muito tedioso. Se alguém escrevesse uma biografia sobre mim e a escrevesse assim, eu ficaria muito vermelho.

99 a 100:

A man dies, but his good work lives.

188 a 192:

Ali Hafed heard all about diamonds, how much they were worth, and went to his bed that night a poor man. He had not lost anything, but he was poor because he was discontented, and discontented because he feared he was poor. He said, “I want a mine of diamonds,” and he lay awake all night.

209 a 210:

So he sold his farm, collected his money, left his family in charge of a neighbor, and away he went in search of diamonds. He began his search, very properly to my mind, at the Mountains of the Moon. Afterward he came around into Palestine, then wandered on into Europe, and at last when his money was all spent and he was in rags, wretchedness, and poverty, he stood on the shore of that bay at Barcelona, in Spain, when a great tidal wave came rolling in between the pillars of Hercules, and the poor, afflicted, suffering, dying man could not resist the awful temptation to cast himself into that incoming tide, and he sank beneath its foaming crest, never to rise in this life again.

298 a 304:

There was a man living in Pennsylvania, not unlike some Pennsylvanians you have seen, who owned a farm, and he did with that farm just what I should do with a farm if I owned one in Pennsylvania–he sold it. But before he sold it he decided to secure employment collecting coal-oil for his cousin, who was in the business in Canada, where they first discovered oil on this continent.

306 a 308:

You see, friends, this farmer was not altogether a foolish man. No, he was not. He did not leave his farm until he had something else to do. _*Of all the simpletons the stars shine on I don’t know of a worse one than the man who leaves one job before he has gotten another_.

358 a 363:

_*If they had raised that boy’s pay from $15 to $15.60 he would have stayed and been proud of the place, but when they put it up to $45 at one leap, he said, “Mother, I won’t work for $45 a week. The idea of a man with a brain like mine working for $45 a week!_ Let’s go out in California and stake out gold-mines and silver-mines, and be immensely rich.”

365 a 366:

Said his mother, “Now, Charlie, it is just as well to be happy as it is to be rich.”

372 a 378:

They sold out in Massachusetts, and instead of going to California they went to Wisconsin, where he went into the employ of the Superior Copper Mining Company at $15 a week again, but with the proviso in his contract that he should have an interest in any mines he should discover for the company. I don’t believe he ever discovered a mine, and if I am looking in the face of any stockholder of that copper company you wish he had discovered something or other.

505 a 509:

Says another young man, “I hear sometimes of men that get millions of dollars dishonestly.” Yes, of course you do, and so do I. But they are so rare a thing in fact that the newspapers talk about them all the time as a matter of news until you get the idea that all the other rich men got rich dishonestly.

541:

I say, then, you ought to have money.

566 a 568:

Money is power, money is force, money will do good as well as harm. In the hands of good men and women it could accomplish, and it has accomplished, good.

779 a 783:

He takes his bride into a finer mansion, it may be, but he is obliged to go all the way through it and say to his wife, “My mother gave me that, my mother gave me that, and my mother gave me this,” until his wife wishes she had married his mother.

795 a 800:

But as a rule the rich men will not let their sons do the very thing that made them great. As a rule, the rich man will not allow his son to work–and his mother! Why, she would think it was a social disgrace if her poor, weak, little lily-fingered, sissy sort of a boy had to earn his living with honest toil.

863 a 868:

His fortune was made by his losing something, which taught him the great lesson that he must only invest himself or his money in something that people need. When will you salesmen learn it? When will you manufacturers learn that you must know the changing needs of humanity if you would succeed in life?

1188 a 1192:

Why isn’t Philadelphia a greater city in its greater wealth? Why does New York excel Philadelphia? People say, “Because of her harbor.” Why do many other cities of the United States get ahead of Philadelphia now? There is only one answer, and that is because our own people talk down their own city.

1223 a 1224:

The people rule, or should rule, and if they do, we do not need the greater men in office.

1273 a 1277:

We ought to teach that, however humble a man’s station may be, if he does his full duty in that place he is just as much entitled to the American people’s honor as is the king upon his throne. But we do not so teach. We are now teaching everywhere that the generals do all the fighting.

1470 a 1471:

Howells went on to say that, so he was told, the colonel’s success was principally due to his making the church attractive to young people.

1476 a 1481:

“Attractive to young people.” Yes, one can recognize that to-day, just as it was recognized in Lexington. And it may be added that he at the same time attracts older people, too! In this, indeed, lies his power. He makes his church interesting, his sermons interesting, his lectures interesting. He is himself interesting! Because of his being interesting, he gains attention. The attention gained, he inspires.

1981 a 1982:

I rather suppose the old-time martyrs rather enjoyed themselves in being martyrs!

2015 a 2017:

Every step forward, every triumph achieved, comes not alone from his own enthusiasm, but because of his putting that enthusiasm into others.

2137 a 2140:

And the amber-colored tiles in the inner walls of the church bear, under the glaze, the names of thousands of his people; for every one, young or old, who helped in the building, even to the giving of a single dollar, has his name inscribed there.

2163 a 2170:

At the outbreak of the Civil War he began making patriotic speeches that gained enlistments. After going to the front he was sent back home for a time, on furlough, to make more speeches to draw more recruits, for his speeches were so persuasive, so powerful, so full of homely and patriotic feeling, that the men who heard them thronged into the ranks. And as a preacher he uses persuasion, power, simple and homely eloquence, to draw men to the ranks of Christianity.

2184 a 2186:

His voice is soft-pitched and never breaks, even now when he is over seventy, because, so he explains it, he always speaks in his natural voice. There is never a straining after effect.

2190 a 2194:

“Enthusiasm invites enthusiasm,” is another of his points of importance; and one understands that it is by deliberate purpose, and not by chance, that he tries with such tremendous effort to put enthusiasm into his hearers with every sermon and every lecture that he delivers.

2203 a 2204:

He never fears to use humor, and it is always very simple and obvious and effective.

2262 a 2263:

Always remember, as you preach, that you are striving to save at least one soul with every sermon.

2474 a 2475:

Trust in God and do the next thing.

2537 a 2540:

And he intensely believes in prayer–faith can move mountains; but always he believes that it is better not to wait for the mountains thus to be moved, but to go right out and get to work at moving them.

2671 a 2672:

But he was original and he was popular, and therefore there were misunderstanding and jealousy.

2958 a 2962:

And it needs also to be understood that, outside of his own beloved Temple, he would prefer to go to a little church or a little hall and to speak to the forgotten people, in the hope of encouraging and inspiring them and filling them with hopeful glow, rather than to speak to the rich and comfortable.

3176 a 3177:

Awaken in the character of young laboring men and women a determined ambition to be useful to their fellow-men.

3276 a 3277:

The state money is invested in the brains and hearts of the ambitious.

3282 a 3286:

His belief in education, and in the highest attainable education, is profound, and it is not only on account of the abstract pleasure and value of education, but its power of increasing actual earning power and thus making a worker of more value to both himself and the community.

3368 a 3369:

I should like to see the possibility of higher education offered to every one in the United States who works for a living.

3621 a 3623:

Deeply religious though he is, he does not force religion into conversation on ordinary subjects or upon people who may not be interested in it.

3628 a 3632:

His sermons are, it may almost literally be said, parable after parable; although he himself would be the last man to say this, for it would sound as if he claimed to model after the greatest of all examples. His own way of putting it is that he uses stories frequently because people are more impressed by illustrations than by argument.

3707 a 3710:

If he is really set upon doing anything, little or big, adverse criticism does not disturb his serenity. Some years ago he began wearing a huge diamond, whose size attracted much criticism and caustic comment. He never said a word in defense; he just kept on wearing the diamond.

3719 a 3720:

The ambition of Russell Conwell is to continue working and working until the very last moment of his life.

3777 a 3779:

And I tell them that I am hoping to leave behind me men who will do more work than I have done.

20 de fevereiro de 2024

Como um artista pode provar que ele não usa inteligência artificial?

Filed under: Saúde e bem-estar — Tags:, — Yure @ 15:44

Hoje conversei com meus colegas no servidor Discord da minha ex-namorada. Lá, eu mostrei essa imagem. E um de nossos colegas disse que odeia o fato de que a inteligência artificial progrediu a tal ponto que não somos mais capazes de dizer com certeza quando uma imagem foi feita com inteligência artificial e quando não.

Como você sabe, não odeio o uso da inteligência artificial na arte. Mas eu odeio acusações falsas. E, enquanto o uso da inteligência artificial na arte seja tabu, dizer que alguém usa inteligência artificial para produzir arte é uma acusação que pode arruinar a carreira de um artista.

Veja o exemplo do caso de um desenvolvedor da Naughty Dog (Crash Bandicoot e Spyro), que disse, com base em seu instinto, que o Palworld é feito por meios suspeitos. Há suspeita de que o Palworld tenha sido feito com inteligência artificial. Não vejo isso como um problema, honestamente. Mas muitos vêm, então já existe um estigma contra o Palworld. Mas e se essas alegações forem falsas? Temos evidências de que o Palworld foi feito com inteligência artificial? O desenvolvedor o reconheceu? O que aconteceu com o princípio “inocente até que tenhamos prova de culpa”?

Voltemos ao mundo da arte estética: se você não usa inteligência artificial, mas é um artista muito bom, como você pode provar que não usa inteligência artificial? Simples: publique o arquivo do projeto. Quando trabalhamos na arte através de um computador, produzimos dois arquivos: o projeto no qual a imagem é feita e a imagem final. Se você realmente fez a imagem, basta mostrar o projeto para provar que a imagem foi feita do zero. A inteligência artificial não pode produzir um arquivo de projeto (ainda), como o Open Raster, no caso de pessoas que, como eu, usam o MyPaint.

Ao examinar o projeto, é possível verificar se a imagem foi feita por zero. É o mesmo argumento que uso no assunto da pornografia infantil feita com modelos tridimensionais. Essa pornografia já está proibida em muitos países, embora não envolva crianças de verdade, pois seria difícil para as autoridades identificarem com certeza se o modelo é uma criatura digital muito bem feita ou a imagem de uma criança verdadeira. Se o artista tiver o projeto em suas mãos, ele poderia mostrar às autoridades que o modelo é feito do zero, em vez de uma imagem de uma criança real. Infelizmente, os governos são burros.

19 de fevereiro de 2024

Kiel artisto povas pruvi, ke li ne uzas artefaritan inteligentecon?

Hodiaŭ mi parolis kun miaj kolegoj pri la Discord-servilo de mia ekskoramikino. Tie, mi montris ĉi tiun bildon. Kaj unu el niaj kolegoj diris, ke li malamas la fakton, ke artefarita inteligenteco progresis ĝis la punkto, ke ni ne plu eblas diri kun certeco, kiam oni faris bildon per artefarita inteligenteco kaj kiam ne.

Kiel vi scias, mi ne malamas la uzon de artefarita inteligenteco en arto. Sed mi malamas falsajn akuzojn. Kaj, dum la uzo de artefarita inteligenteco en arto estas tabua, diri, ke iu uzas artefaritan inteligentecon por produkti arton estas akuzo, kiu povas ruinigi la karieron de artisto.

Rigardu la ekzemplon de la kazo de programisto el Naughty Dog (Crash Bandicoot kaj Spyro), kiun diris, surbaze de lia instinkto, ke Palworld estas farita per suspektindaj vojoj. Estas suspekta, ke Palworld estis farita per artefarita inteligenteco. Mi ne vidas ĉi tion kiel problemon, honeste. Sed multaj venas, do jam ekzistas stigmo kontraŭ Palworld. Sed kio se ĉi tiuj akuzoj estus falsaj? Ĉu ni havas evidentecon, ke Palworld estis farita per artefarita inteligenteco? Ĉu la programisto agnoskis ĝin? Kio okazis al la principo “senkulpa ĝis ni havas pruvo de kulpo”?

Ni revenu al la mondo de estetika arto: se oni ne uzas artefaritan inteligentecon, sed estas tre bona artisto, kiel oni povas pruvi, ke ne uzas artefaritan inteligentecon? Simpla: eldoni la projektdosieron. Kiam ni laboras en arto per komputilo, ni produktas du dosierojn: la projekto, en kiu la bildo estas farita, kaj la fina bildo. Se oni vere faris la bildon, oni nur devas montri la projekton, por pruvi, ke la bildo estis farita de nulo. Artefarita inteligenteco ne povas produkti projektan dosieron (ankoraŭ), kiel Open Raster, en la kazo de homoj, kiuj, kiel mi, uzas MyPaint.

Kiam oni ekzamenas la projekton, eblas kontroli, ke la bildo estis farita de nulo. Ĝi estas la sama argumento, kiun mi uzas por defendi infana pornografio farita kun tri-dimensiaj modeloj. Ĉi tiu pornografio estas jam malpermesita en multaj landoj, kvankam ĝi ne ĝenas verajn infanojn, ĉar estus malfacile por la aŭtoritatoj identiĝi kun certeco se la modelo vere estas tre bone farita cifereca estaĵo aŭ bildo de vera infano. Se la artisto havas la projekton en la manoj, li povus montri al la aŭtoritatoj, ke la modelo estas farita de nulo anstataŭ farita per bildo de reala infano. Bedaŭrinde, registaroj estas mutaj.

18 de fevereiro de 2024

¿Cómo puede un artista probar que no está usando inteligencia artificial?

Filed under: Passatempos — Tags:, — Yure @ 15:18

Hoy estaba hablando con mis colegas en el servidor de Discord de mi ex. En un momento, compartí esta imagen. Y uno de nuestros colegas dijo que odia el hecho de que la inteligencia artificial ha avanzado hasta el punto de que ya no es posible decir con certeza cuándo una imagen fue hecha por humanos y cuándo no lo fue.

Como ya sabes, no me opongo al uso de inteligencia artificial en el arte. Pero me opongo a acusaciones falsas. Y, mientras el uso de la inteligencia artificial en el arte sea tabú, decir que alguien está usando inteligencia artificial para producir arte es una acusación, y una que puede arruinar la carrera de alguién como artista.

Tomemos como ejemplo el caso de un desarrollador de Naughty Dog (el estudio responsable por Crash Bandicoot y Spyro), que dijo, basado en su instinto, que el desarrollador de Palworld debe haber hecho algo sospechoso. Existe la sospecha de que Palworld fue hecho con inteligencia artificial. No veo esto como un problema, sinceramente. Pero muchos ven, así que ya hay un estigma contra Palworld. Pero, ¿y si estas son acusaciones falsas? ¿Tenemos pruebas de que Palworld fue hecho usando inteligencia artificial? ¿Lo ha admitido el desarrollador? ¿Qué pasó con el principio de “inocente hasta que hayan pruebas de culpa”?

Volvamos al mundo del arte estético: si alguien no usa inteligencia artificial, pero es muy bueno como artista, ¿cómo puede probar que no usa inteligencia artificial? Simple: publicando el archivo del proyecto. Cuando trabajamos en el arte digital, producimos dos archivos: el proyecto, en el que se hace la imagen y la imagen final. Si realmente hizo la imagen que dice que ha hecho, muestre el proyecto, para demostrar que la imagen fue hecha desde cero. Una inteligencia artificial no puede producir un archivo de proyecto (todavía), como un Open Raster, en el caso de personas que, como yo, usan MyPaint.

Al examinar el proyecto, es posible verificar que un humano hiciera la imagen desde cero. Es el mismo argumento que uso cuando se trata de pornografía infantil hecha con modelos tridimensionales. Dicha pornografía ya está prohibida en muchos países, aunque no molesta a niños reales, porque sería difícil para las autoridades identificar con seguridad si el modelo es realmente una criatura digital muy bien hecha o una imagen de un niño real. Si el artista tiene el proyecto en las manos, podría mostrar a las autoridades que hizo el modelo desde cero en lugar de usar un niño real como base. Por desgracia, los gobiernos son tontos.

17 de fevereiro de 2024

How can an artist prove that he is not using artificial intelligence?

Filed under: Passatempos — Tags:, — Yure @ 14:47

Today, I was talking to my colleagues in my ex’s Discord server. At one point, I shared this image. And one of our colleagues said that he hates the fact that artificial intelligence has advanced to the point that it is no longer possible to say for sure when an image was made by humans and when it was not.

As you already know, I do not oppose to the use of artificial intelligence in art. But I oppose to false accusations. And, for as long as the use of artificial intelligence in art is taboo, saying that someone is using artificial intelligence to produce art is an accusation, and one that can ruin one’s career as an artist.

Take as an example the case of a Naughty Dog developer, who said, based on his gut feeling, that the Palworld developer must have done something suspicious. There is a suspicion that Palworld was made with artificial intelligence. I don’t see this as a problem, honestly. But many see, so there is already a stigma against Palworld. But what if these are false accusations? Do we have proof that Palworld was made using artificial intelligence? Has the developer admitted to it? What happened to the “innocent until proven guilty” principle?

Let’s go back to the world of aesthetic art: if someone does not use artificial intelligence, but is very good as a artist, how can they prove that he does not use artificial intelligence? Simple: publish the project file. When we are working on digital art, we produce two files: the project, in which the image is made, and the final image, rendered. If you really made the image you say you have done, just show the project, to prove that you made it from scratch. An artificial intelligence cannot produce a project file (yet), such as Open Raster, in the case of people who, like me, use MyPaint.

By examining the project, it is possible to verify that a human made the image from scratch. It is the same argument that I use when it comes to child pornography made with three-dimensional models. Such pornography is already prohibited in many countries, although it does not involve real children, because it would be difficult for authorities to identify for sure if the model is really a very well made digital creature or a picture of a real child. If the artist has the project in hands, he could show the authorities that he made the model from scratch instead of using a real child as a base. Alas, governments are dumb.

Older Posts »