Quando eu estava voltando pra casa no trem, ouvi uma pessoa atrás de mim dizer que estava vendo um objeto cortando o céu, como se fosse uma estrela. Outra pessoa disse também estar vendo. Curioso, comecei a olhar pela janela.
Vi um corpo celeste maior que a estrela d’alva e menor que a Lua, viajando no céu em alta velocidade, deixando um rastro atrás de si. Alguém argumentou que era um avião de trilha química, mas tanto eles não alcançam tamanha velocidade como deixam uma trilha duradoura atrás de si, ao passo que esse objeto tinha uma longa cauda flamejante, como a de um cometa, que seguia o objeto sem deixar fragmentos, como as trilhas químicas. Eu o havia percebido à direita da minha janela.
Minutos depois, sua velocidade aumentou de tal forma que ele passou da direita para a esquerda em cerca de três ou quatro minutos, ou seja, estava se movendo mais rápido do que o trem.
Algumas estações depois, sua velocidade caiu e, na estação seguinte, ele fez uma curva “para fora”, afastando-se da Terra, o que implica que era um objeto passando paralelo à órbita. A pessoa atrás de mim explicou que, como a Terra é redonda e gira, é natural que um objeto passando paralelo a ela pareça fazer uma curva daquelas para o observador terráqueo.
Então, um objeto flamejante, numa velocidade mais rápida que a de qualquer avião que eu já tivesse visto, passou perto da Terra, bem diante de meus olhos. Não pude deixar de pensar: “e se tivesse caído?”