Pedra, Papel e Tesoura

30 de abril de 2024

Otro precedente.

Ayer, en la escuela, mientras leía las noticias, vi que el Tribunal Superior de Justicia brasileño desestimó una acusación de violación en una relación entre un hombre de veinte años y su novia de doce años. La acusación fue hecha por la madre de la niña. Pero la pareja se amaba, incluso vivían juntos, la niña estaba embarazada y tenían la intención de construir una familia. Vi cuatro puntos muy interesantes en este caso:

Primero, el hombre no sabía que lo que estaba haciendo es ilegal. La ley (artículo 217-A del Código Penal) dice que cualquier conjunción carnal u otro acto libidinoso, con o sin consentimiento entre las partes, es ilegal, se una de las partes tiene menos de catorce años. Pero la mayoría de los brasileños piensan que solo las cosas nocivas pueden ser crímenes. Esta es una creencia incorrecta. Nuestra ley prohíbe varias cosas que no dañan a nadie. Y eso es terrible. Realmente, si los dos están enamorados, si hubo consentimiento y nadie ha sido perjudicado, un acto no debería ser crímen. Lo que debe estar prohibido es el acto sexual forzado o dañino. Si no hubo fuerza ni daño, ¿por qué debería ser crímen? Alguien podría preguntar: “entonces, ¿estarías a favor de la prostitución infantil?” No, porque es dañino, ya que expone al niño a varias parejas, aumentando la exposición del niño a enfermedades de transmisión sexual, y también porque la mayoría de los niños y adolescentes solo van a la escuela para tener un diploma que garantice un trabajo que paga bien. Si fuera posible que el niño o el adolescente ganara dinero ahora, la tasa de abandono se dispararía, empobreciendo tanto la fuerza laboral futura como el nivel intelectual promedio de la nación. Lo mismo se aplica a la venta de pornografía infantil, producida o no por el niño en cuestión.

Segundo: La decisión mayoritaria fue que la intervención causaría más daños a la víctima de lo que repararía. Eso es porque la niña está embarazada. Encarcelar al hombre, que está dispuesto a cuidar al bebé, dejaría la adolescente sin suporte. Por cierto, no solo ella, sino también el bebé que nacería de ella. Muy correcto que el Tribunal lo haya considerado. Si el hombre hubiera sido condenado, la adolescente sería perjudicada por el tribunal. Pero si la justicia causa daño, no es realmente justicia. No es justo que la víctima sea perjudicada por el tribunal que debería protegerla.

Tercero: uno de los jueces declaró que este caso es una “excepción que confirma la regla”, por lo que son posibles excepciones.

Cuarto: es poco probable que la decisión se revierta sin una nueva evaluación de evidencia y hechos, algo que no se puede hacer en este momento en ese tribunal por razones que no entiendo.

Reafirmo la idea de que actos en contra del artículo 217-A (me niego a usar el término “violación” para describir sexo consensual) deben probarse caso por caso, evaluando el mérito individual de cada relación y las consecuencias que la convicción puede causar a la víctima. La justicia debe reparar el daño, no causarlo.

14 de abril de 2024

Por que a última assembleia da APEOC foi um fracasso.

Filed under: Notícias e política, Organizações — Tags:, — Yure @ 13:12

Se você acompanha notícias da educação cearense, você certamente percebeu que uma anomalia aconteceu na última assembleia da APEOC. Foi uma loucura tão grande que é preciso um vídeo pra que você possa acreditar.

https://www.youtube.com/watch?v=EwsWSKc9D_Q

Eu acompanhei de perto os movimentos da APEOC, o sindicato dos professores da educação básica do estado do Ceará, e penso que posso responder com alguma confiança o que causou o incidente em que a dirigência do sindicato foi agredida com cadeiras pelos próprios sindicalizados e no qual bandeiras do sindicato foram queimadas. Posso dizer que ocorreu uma sucessão de erros, grandemente motivados por excesso de confiança, e espero que este texto sirva de aviso para outros movimentos não caírem nas mesmas armadilhas.

Antecedentes.

O estado do Ceará tinha pendências econômicas com a classe dos professores estaduais e precisava ser pressionado para que tais pendências fossem sanadas. Ocorreu uma assembleia na qual o estado de greve foi aprovado, depois uma assembleia na qual o indicativo de greve foi aprovado. Faltava apenas uma assembleia para, de fato, deflagar a greve, mas a mesa de negociação não havia fechado à data da assembleia e seria prejudicial às negociações se a greve fosse deflagrada enquanto ainda havia negociações acontecendo. Então, a greve não poderia acontecer, mas a data da assembleia de votação havia chegado e a maioria dos professores queria uma greve à qual a dirigência do sindicato se opunha.

Erro 1: dois grupos de Whatsapp.

A APEOC tem, pelo menos, dois grupos no Whatsapp no momento: Professores Cearenses em Luta e Estado de Greve 2024. O primeiro é mais voltado a informativos do sindicato, entre sindicalizados. O segundo é focado exclusivamente no estado de greve aprovado na primeira assembleia do ano. O segundo grupo foi mais compartilhado, naturalmente, pelos proponentes da greve, atraindo pessoas de perfil pró-greve, já que o link para um grupo é geralmente partilhado entre pessoas que pensam igual.

A diferença de reações entre os dois grupos para as mesmas postagens é marcante: sempre que a direção do sindicato publicava algo que pudesse indicar uma posição contrária à greve, a reação negativa no segundo grupo era sempre muito maior. Ter um segundo grupo de Whatsapp apenas para a discussão sobre a greve atraiu grande número de pessoas radicalmente favoráveis à greve. Isso foi bom no começo, mas, quando a diretoria do sindicato começou a mudar de ideia sobre a possibilidade de aprovar a greve, o segundo grupo se tornou um problema e pode ter gerado uma célula pró-greve pararalela ao sindicato e fora do controle do mesmo, a qual se reuniu em outro grupo. Isso é fácil de fazer: basta adicionar em outro grupo todos os que estão no grupo da greve.

Assim, o segundo grupo reuniu e conectou proponentes da greve, eventualmente, contra a dirigência do sindicato quando esta passou a dar sinais de que a greve seria uma má ideia. Isso me parece plausível, porque, na assembleia do papoco, muitos foram com roupas combinando e tinham combinado um plano de tumultuar a assembleia. Isso, obviamente, sugere que houve articulação paralela.

Isso foi o primeiro erro motivado por excesso de confiança: reunir professores pró-greve em um grupo é ótimo pra dirigência pra pressionar o estado, mas péssimo quando o interesse da dirigência começa a divergir do interesse da classe. Eles deveriam ter pensado nisso ou, se pensaram, concluíram que poderiam contornar facilmente a situação. E não contornaram.

Erro 2: não ter mudado a pauta da assembleia antes da data marcada.

Se a mesa de negociação estava aberta, o início da greve seria desaconselhável. A pauta da assembleia deveria então ter sido mudada e tal mudança ser anunciada antecipadamente nos grupos de Whatsapp. E isso não aconteceu. A dirigência do sindicato estava confiante de que poderia convencer a maioria dos professores a votar contra a greve na assembleia final. Eles argumentaram nos grupos, mas a reação aos argumentos foi péssima. Nem mesmo a ilegalidade de outros movimentos grevistas (UECE, URCA e DETRAN) desmotivou os grevistas.

Se a pauta tivesse sido mudada com antecedência e tal mudança tivesse sido anunciada nos grupos, além de devidamente explicada, haveria maior controle sobre a situação, pois a opinião dos professores pró-greve na assembleia não seria levada em consideração. Mas como a pauta permaneceu a mesma, a opinião deles tinha que ser levada em consideração e não foi, algo sobre o que eu entrarei em mais detalhes depois. Ademais, a pauta foi mudada numa ocasião totalmente inapropriada: na própria assembleia. Mais sobre isso também depois.

Erro 3: falta de controle na entrada da assembleia.

No dia da assembleia, eu entrei, assinei a frequência e peguei um crachá. Não houve checagem acerca da minha participação efetiva no magistério. Isso é bom quando se quer inflar um movimento, mas, àquela altura, deveria já ter ficado claro que a maioria dos professores que atenderiam à assembleia eram favoráveis à greve, então inflar o movimento seria contraproducente. Mas, novamente, a dirigência estava confiante na sua capacidade de controlar a situação.

Não houve exigência de contracheque, declaração ou ficha funcional. Qualquer um podia entrar. Se houvesse exigência de documentação, talvez menos pessoas tivessem ido. Como não havia, o lugar lotou. O número de professores ali presentes, penso eu, passava de seiscentos, com uns 350 vestidos de preto. O desastre parecia iminente, mas poderia ter sido evitado. Infelizmente, a dirigência do sindicato deixou mais uma oportunidade passar, como vemos a seguir.

Felizmente, a dirigência do sindicato aprendeu com seu erro e passou a exigir contracheque na entrada dos encontros zonais. Isso permite não apenas garantir que somente professores participarão, mas também permite, se a dirigência quiser, restringir a entrada somente a sindicalizados, deixando de fora maioria dos professores temporários (dada a imagem da APEOC como um sindicato que despreza os temporários, apesar de ter acatado algumas demandas dos temporários recentemente, isso seria totalmente esperado).

Erro 4: não ter usado, imediatamente, o tumulto como desculpa para adiar a assembleia.

Enquanto eu esperava a assembleia começar, eu ouvi dois professores conversando entre si sobre um plano que havia sido combinado entre os professores pró-greve: fazer barulho sempre que alguém da dirigência do sindicato se pronunciasse sobre qualquer coisa, tumultuando a assembleia com palavras de ordem ou vaias. E foi o que foi posto em prática. Sempre que alguém contrário à greve tentava se pronunciar, sua voz era afogada e suprimida no barulho. Alguns inclusive ficavam de costas para a dirigência em sinal de desprezo.

A dirigência do sindicato teve uma oportunidade de ouro para adiar a assembleia alegando que não poderia haver votação sem que ambos os lados fossem ouvidos civilmente. Mas, em vez disso, eles ficaram enrolando por três horas, esperando que os professores a favor da greve tivessem que sair para outros compromissos, a fim de que o local ficasse mais vazio. Foi uma clara tentativa de manipular a votação. A desculpa do tumulto eventualmente foi usada, mas apenas no final da assembleia, depois de três horas. Não dá pra usar a desculpa de que o tumulto não deixa a assembleia continuar quando ela já ocorria por tanto tempo.

Erro 5: mudar a pauta no meio da assembleia.

Em certo momento, a dirigência ficou abertamente contra a categoria. A pauta foi mudada e a votação não seria mais sobre a deflagração ou não da greve, mas sobre a aceitação da proposta do governo (insatisfatória para muitos) ou pelo retorno das negociações. Como que para “punir” os professores pró-greve, o tempo de fala para cada professor foi reduzido de dois para um minuto. Tempo que depois não foi respeitado pela dirigência.

Mas, mesmo com um minuto para se manifestar, os professores deixaram claro que queriam uma greve. A maioria ali era a favor e votações simbólicas foram chamadas três vezes, deixando claro que quase todos os professores ali presentes, mais de 99%, queriam a greve. E isso nos leva ao último e mais grave erro da dirigência do sindicato.

Erro 6: não ter deflagrado a greve.

O líder do sindicato anunciou o fim da assembleia sem que a votação ocorresse, alegando que o tumulto não permitia que a assembleia continuasse, sendo que ela já durava três horas. Agora, pense um pouco: se a maioria dos filiados ao sindicato queria a greve e o sindicato, autoritariamente, passou por cima da vontade da maioria dos filiados, podemos dizer que tal sindicato representa a categoria? Não. Então o que ele representa? Há várias teorias para responder tal pergunta e a resposta fica a cargo de cada professor: há quem diga que representa o governo, a “direita”, o lucro ou até que a dirigência do sindicato representa apenas eles próprios. Mas o fato é que cada filiado à APEOC contribui mensalmente, com dinheiro, para a manutenção do sindicato. O resultado não poderia ser outro: a categoria se sentiu traída (porque foi traída) e agrediu a dirigência. Podemos realmente culpar a categoria? Talvez tenha sido uma reação excessiva, mas as motivações são compreensíveis.

Alguém poderia questionar: “não pode haver greve durante negociação, pois a greve seria considerada ilegal e o que fora conquistado em negociação seria perdido”. Verdade, mas, se a maioria quer a greve, ela deveria acontecer, a despeito das consequências. O sindicato existe para representar a categoria e não para que sua dirigência decida “o que é melhor” para seus filiados, como se fosse uma mãe superprotetora. Não, a dirigência tem que ser mais como um pai liberal, que diz quais as consequências do que o filho está tentando fazer, mas não o impede de fazer. A categoria sabia dos riscos e estava disposta a aceitá-los. Ademais, essa mesma categoria já havia obtido conquistas em greves passadas, algumas das quais inclusive haviam sido declaradas ilegais.

Concluindo.

Tudo isso teria sido evitado se a dirigência do sindicato tivesse sido menos confiante em sua capacidade de “controlar” os professores. Eles perderam o contato com a realidade do que estavam fazendo desde o começo: inflamando professores para uma greve da qual a dirigência depois desistiu. Aliás, eles perderam o contato com o que significa manter um sindicato. E por isso, instrumentais de desfiliação estão circulando entre as escolas e muitos professores estão os usando. Em minha visão, é assim que deve ser, pois não tem sentido você dar dinheiro para uma entidade que não mais representa os interesses da categoria da qual você faz parte.

Mas isso não é o fim da APEOC. Eles já passaram por isso antes, o que é notável. Eles encontrarão novos professores para preencher seu quadro de filiados entre os novatos que entram a cada concurso público. No entanto, se tais erros são recorrentes, é claro que incidentes como estes da última assembleia também se repetirão. E o drama recomeçará. Que outras entidades não cometam os mesmos erros.

2 de abril de 2024

Mais um precedente.

Ontem, na escola, lendo as notícias, vi que o Superior Tribunal de Justiça afastou uma acusação de estupro em um relacionamento entre um amante de vinte anos e sua amada de doze anos. A acusação foi feita pela mãe da garota. Mas eles se amavam, até moraram juntos, a garota engravidou e pretendia construir uma família. Eu vi quatro pontos muito interessantes neste assunto:

Primeiro, o amante de meninas não sabia que o que ele fez é ilegal. A lei (artigo 217-A do Código Penal) diz que qualquer sexo ou outra ação sexual, com ou sem consentimento entre as partes, é ilegal se uma das partes tiver menos de quatorze anos. Mas a maioria dos brasileiros pensa que apenas coisas prejudiciais podem ser crimes. Esta é uma crença errada. Nossa lei proíbe várias coisas que não prejudicam ninguém. E isso é ruim. De fato, se houver amor entre as partes, se houver consentimento e ninguém foi prejudicado, uma ação não deveria ser um crime. O que deve ser proibido é o ato sexual forçado ou prejudicial. Se a ação não foi feita por força, nem foi prejudicial, por que deveria ser um crime? Alguém pode perguntar: “então, você quer que a prostituição infantil seja permitida?” Não, porque é prejudicial: expõe a criança a doenças sexualmente transmissíveis, e também porque a maioria das crianças e adolescentes só vai à escola para ter um diploma, o que deveria garantir um trabalho que paga bem. Se fosse possível para a criança ou adolescente ganhar dinheiro agora, a taxa de abandono da escola aumentaria, empobrecendo a força de trabalho futura e o nível intelectual médio da nação. A venda de pornografia infantil não deve ser permitida pela mesma causa.

Segundo: a decisão da maioria foi que a intervenção causaria mais danos do que reparos à vítima. Isso porque a garota está grávida. Prender o homem que está pronto para cuidar do bebê, deixaria a adolescente sem ajuda. De fato, não apenas ela, mas também o bebê que nascerá dela. Muito correto que o Tribunal tenha considerado isso. Se o homem fosse preso, a adolescente seria prejudicada pelo tribunal. Mas se a justiça causa danos, não é realmente justiça. Não é justo que a vítima seja prejudicada pelo tribunal que deve protegê-la.

Terceiro: um dos juízes afirmou que este caso é “uma exceção que confirma a regra”, ou seja, as exceções são possíveis.

Quarto: é improvável que a decisão seja revertida sem uma nova avaliação de evidências e fatos, algo que não pode ser feito neste momento, naquele Tribunal, por razões que eu não entendo.

Reafirmo a ideia de que as ações contra o artigo 217-A (me recuso a usar o termo “estupro” para descrever sexo consensual) devem ser julgadas caso a caso, avaliando o mérito individual de cada relacionamento e as consequências que a prisão pode causar à vítima. A justiça deve corrigir danos, não causá-los.

1 de abril de 2024

Amo, seksperforto kaj justeco.

Filed under: Notícias e política, Organizações, Saúde e bem-estar — Tags:, — Yure @ 18:26

Hieraŭ, en la lernejo, legante la novaĵojn, mi vidis, ke la brazila supera justeco kortumo eksigis akuzon de seksperforto en rilato inter dudek-jara knabinamanto kaj lia dekdu-jara amatino. La akuzo estis farita de la patrino de la knabino. Sed ili amis unu la alian, ili eĉ loĝis kune, la knabino gravediĝis kaj intencis konstrui familion. Mi vidis kvar tre interesajn punktojn en ĉi tiu afero:

Unue, la knabinamanto ne sciis, ke tio, kion li faris, estas kontraŭleĝa. La leĝo (artikolo 217-A de la Kriminala Kodo) diras, ke iu ajn seksumo aŭ alia seksa ago, kun aŭ sen konsento inter la partioj, estas kontraŭleĝa, se unu el la partioj havus malpli ol dek kvar jarojn. Sed plej multaj brazilanoj pensas, ke nur malutilaj aferoj povas esti krimoj. Ĉi tio estas malĝusta kredo. Nia leĝo malpermesas plurajn aferojn, kiuj ne damaĝas iun ajn. Kaj tio estas malbona. Efektive, se estas amo inter la partoj, se estas konsento kaj neniu estis damaĝita, ago ne devus esti krimo. Kio devas esti malpermesita estas la devigita aŭ malutila seksa ago. Se la ago nek estis farita per forto, nek estis damaĝa, kial ĝi devas esti krimo? Iu povus demandi: “do, ĉu vi volas ke infana prostituado estos permesita?” Ne, ĉar ĝi estas malutila, ĉar ĝi eksponas la infanon al tro multe da seksumo, kun tro multaj homoj, pliigante la ekspozicion de la infano al sekse transdonitaj malsanoj, kaj ankaŭ ĉar plej multaj infanoj kaj adoleskantoj nur iras al lernejo por havi diplomon, kiu garantias laboron, kiu pagas bone. Se eblus al la infano aŭ adoleskanto gajni monon nun, la lerneja forlasa indico pliigus, malriĉigante ambaŭ la estontan laborantaron kaj la averaĝan intelektan nivelon de la nacio. La vendo de infana pornografio, ne devas fariĝi permesita pro la sama kaǔzo.

Due: la plimulta decido estis, ke la interveno kaŭzus pli da damaĝo ol riparo al la viktimo. Tio estas ĉar la knabino estas graveda. Aresti la viron, kiu pretas prizorgi la bebon, forlasus la adoleskantinon sen helpo. Ja, ne nur ŝi, sed ankaŭ la bebo, kiu naskiĝos de ŝi. Tre ĝusta, ke la Kortumo pripensis ĝin. Se la viro estus malliberigita, la adoleskantino estus damaĝita de la kortumo. Sed se justeco kaŭzas damaĝon, ĝi ne vere estas justeco. Ne estas juste, ke la viktimo estu damaĝita de la kortumo, kiu devus protekti ŝin.

Trie: unu el la juĝistoj deklaris, ke ĉi tiu kazo estas “escepto, kiu konfirmas la regulon”, do esceptoj estas eblaj.

Kvare: estas malverŝajne, ke la decido estas inversigita sen nova takso de evidenteco kaj faktoj, io ne farebla en ĉi tiu tempo en tiu kortumo pro kialoj, kiujn mi ne komprenas.

Mi reasertas la ideon, ke agoj kontraŭ artikolo 217-A (mi rifuzas uzi la esprimon “seksperforto” por priskribi konsentan sekson) devas esti juĝita kazo laŭ kazo, taksante la individuan meriton de ĉiu rilato kaj la konsekvencojn, kiujn malliberiĝo povas kaŭzi al la viktimo. Justeco devas ripari damaĝon, ne kaŭzi ĝin.

31 de março de 2024

Another good precedent to the pile.

Yesterday, at school, while I read the news, I saw that the Brazilian Superior Court of Justice dismissed an accusation of rape in a relationship between a twenty-year-old man and his twelve-year-old girlfriend. The accusation was made by the girl’s mother. But the two loved each other, even lived together, the girl was pregnant and they intended to build a family. I saw four very interesting points in this case:

First, the man did not know that what he was doing is illegal. The law (article 217-A of the Penal Code) says that any carnal conjunction or other libidinous act, with or without consent between the parties, is illegal, whenever one of the parties is less than fourteen years old. But most Brazilians think that only harmful things can be crimes. This is a wrong belief. Our law prohibits several things that do not harm anyone. And that is terrible. Really, if the two are in love, if there was consent and no one has been harmed, an act should not be forbidden. What should be forbidden is the forced or harmful sexual act. If there was no force and no damage, why should it be forbidden? Someone could then ask: “then would you be in favor of child prostitution?” No, because it is harmful, since it exposes the child to several partners, increasing the kid’s exposure to sexually transmitted diseases, and also because most children and adolescents only go to school to have a diploma that ensures a job that pays well. If it were possible for the child or adolescent to earn money now, the dropout rate would skyrocket, impoverishing both the future workforce and the average intellectual level of the nation. Same thing applies to selling child porn, produced or not by the child in question.

Second: the majority decision was that the intervention would cause more damage to the victim than it would repair. That’s because the girl is pregnant. Arresting the man, who is willing to take care of the baby, would leave the pregnant teenager helpless. By the way, not only her, but also the baby who would be born from her. Very correct that the court have considered that. If the man had been convicted, the teenager would be harmed by the court. But if justice causes harm, it is not really justice. It is not fair that the victim is harmed by the court that should protect her.

Third: one of the judges stated that this case is a “exception that confirms the rule,” so exceptions are possible.

Fourth: it is unlikely that the decision will be reversed without a new assessment of evidence and facts, something that cannot be done at the moment in that court for reasons I do not understand.

I reaffirm the idea that acts against the article 217-A (refuses to use the term “rape” to label consensual sex) should be tried on a case-by-case basis, assessing the individual merit of each relationship and the consequences of the conviction for victim. Justice must repair damage, not cause it.

19 de março de 2024

Deveríamos revogar o novo ensino médio.

Filed under: Notícias e política, Organizações — Tags:, — Yure @ 12:22

Hoje é dia da mobilização nacional contra o novo ensino médio, modelo de organização imposto por Michel Temer em 2017 e que passou a viger em 2022. Nesse modelo, as disciplinas passam a ser “estudos e práticas” a serem inclusos em conteúdos maiores: artes, língua portuguesa, inglês e educação física passam a ser “linguagens e suas tecnologias”; história, geografia, sociologia e filosofia passam a ser “ciências humanas e sociais aplicadas”; química, física e biologia passam a ser “ciências da natureza e suas tecnologias”; a matemática foi inafetada. Apesar disso, língua portuguesa e inglês também são ofertados como disciplinas próprias, além de sua participação no currículo de linguagens. Espanhol foi eliminado da grade obrigatória.

Isso já é ruim o bastante. Dependendo do estado, as disciplinas desapareceram. Mas, além dessa aglutinação de conteúdos diferentes e sua apresentação como componentes curriculares homogêneos, o conteúdo lecionado também sofre. É que a Base Nacional Comum Curricular, a qual define quais competências e habilidades devem ser cultivadas nos alunos, é organizada por essas áreas. Para que o modelo de áreas do conhecimento funcione, é preciso que a Base se limite a atribuir às áreas apenas competências e habilidades que podem ser tratadas em conjunto pelos professores da área. Tome o caso das ciências humanas e sociais aplicadas: suas competências e habilidades são limitadas àquelas que a história, a geografia, a sociologia e a filosofia podem cultivar juntas. Então, o conteúdo específico de uma disciplina é deixado de fora da discussão, caso ele não possa ser também discutido pelos outros professores que compõem a área. Assim, o professor de filosofia é desencorajado a tocar em assuntos típicos da filosofia, sempre que eles não puderem ser tratados pelos outros três saberes. Metafísica, epistemologia, teoria do conhecimento e estética, por exemplo, não têm lugar nesse modelo, pois não há nessas narrativas filosóficas competências que possam ser cultivadas em conjunto com o historiador, com o geógrafo e com o sociólogo. Ao menos, não pelos outros três ao mesmo tempo, igualmente. Como isso reduz o conteúdo que precisa ser lecionado na formação geral básica, é óbvio que a carga horária da mesma foi também reduzida: de 2400 horas para 1800. Os alunos passam a ter menos aulas de conteúdos cobrados no vestibular e no Exame Nacional do Ensino Médio, o que pode ter um impacto negativo nas suas chances de entrar na universidade.

Isso tem seu impacto nos livros didáticos, os quais ficaram menores, deixaram de ser seriados e são organizados não por disciplina (pois esse é um conceito ultrapassado, segundo os proponentes do novo modelo), mas por competências. No entanto, embora os livros tenham ficado menores, eles agora estão em maior número: são seis competências de ciências humanas e sociais aplicadas, então deve haver seis volumes para esse conteúdo, um para cada competência. O aluno não trará os seis para a escola todos os dias, até porque a consulta nos livros seria um desastre em sala de aula. Ele terá apenas dois por ano. Assim, espera-se que o professor cultive apenas duas competências por ano, as quais devem ser combinadas com os outros professores da área, a menos que ele decida (como muitos fazem) abandonar o uso do livro didático. Há, assim, vários impecilhos à manutenção da identidade de cada conteúdo. Tudo trabalha para que história, geografia, sociologia e filosofia virem “uma coisa só”; tudo trabalha para que química, física e biologia virem “uma coisa só”. O mesmo se diga de artes e educação física.

Com o avanço do ensino em tempo integral e a redução da carga horária da formação geral básica, com o que preencher o tempo em que os alunos ficarão em sala sem ter aulas importantes? Entram os itinerários formativos: novas disciplinas obrigatórias, disciplinas eletivas, trilhas de aprofundamento e projeto de vida. As novas disciplinas obrigatórias, as quais variam de estado para estado, são mais do mesmo: jogral, dancinhas, conversa sobre sentimentos e outras bobagens. As eletivas são mais interessantes, mas para coibir qualquer possibilidade de fazer algo útil com elas, cada uma tem duração de apenas seis meses. As trilhas de aprofundamento têm uma proposta interessante, acompanhada de péssima execução: cada trilha de aprofundamento contém um conjunto de disciplinas que misturam duas áreas, o que requer que o professor lecione coisas que simplesmente não aprendeu na faculdade. Já o projeto de vida se propõe a desenvolver perícias socioemocionais do aluno e prepará-lo para a vida adulta, mas tal conteúdo deveria ser dado por pessoas com alguma formação em psicologia. Aulas de projeto de vida frequentemente tocam em assuntos muito sensíveis, os alunos choram às vezes, não querem participar e ainda pode sobrar pro professor.

O modelo anterior era bem melhor. Deveríamos voltar a ele. Mesmo que isso não seja possível, o mínimo a ser feito é restaurar a estrutura e a carga horária da formação geral básica, com a volta de todas as disciplinas tradicionais (incluindo espanhol) e o aumento da carga horária para 2400. O ideal é o modelo anterior, mas o mínimo é a reabilitação da formação geral básica. Um passo de cada vez.

15 de fevereiro de 2024

Sobre o apagamento das boas ações.

Filed under: Notícias e política — Tags:, — Yure @ 11:02

Tenho o hábito de ler notícias de várias fontes. Eu li jornais como Globo, Estadão, Folha, 247… e Oeste. Na minha opinião, é importante consumir notícias de várias fontes, porque nenhuma delas traz toda a verdade. Tudo é narrativa e encontrar a realidade de um fato que não pode ser visto pelo próprio sujeito, requer a comparação entre diferentes fontes. Talvez por isso temos quatro evangelhos na Bíblia Sagrada…

Hoje, quando eu voltava para casa, vi um relatório exclusivo da revista Oeste sobre o padre Júlio Lancelotti. Para aqueles que não sabem, ele é um padre comprometido em fornecer ajuda material aos pobres, tranquilizando seu sofrimento através de ações concretas em vez de simples orações. Como ele também é um forte crítico ao governo de Bolsonaro, ele está sob constante escrutínio.

O relatório, no entanto, não foi positivo, pois a revista Oeste, que tem um viés político de direita, é crítica de Lancelotti. O relatório trata de um exame recente realizado nos vídeos, no qual Lancelotti está se masturbando enquanto fala em um celular com um adolescente.

Primeiro: o adolescente tinha dezesseis anos. Era um ato de libidinoso, mas aparentemente feito com consentimento. E o adolescente, que tem mais de catorze anos, pode emitir um consentimento sexual legalmente válido, de acordo com a lei brasileira. Portanto, a menos que o adolescente tivesse enviado imagens sexuais de seu próprio corpo para Lancelotti (o que seria produção e distribuição da pornografia infantil, algo que também poderia causar problemas ao mesmo adolescente), é possível que o padre não seja punido criminalmente. Mas ele certamente perderia seu título sacerdotal.

Segundo, se a história for realmente confirmada, causará um efeito que considero extremamente injusto: o esquecimento de suas boas ações. Sempre que alguém recebe o rótulo de “pedófilo”, a sociedade esquece tudo o que o homem fez de bom. Tenho certeza de que ele será ignorado pela esquerda e demonizado pela direita e possivelmente abandonado, mesmo para aqueles que ele ajudou. É sempre assim. Eu já vi isso várias vezes. E isso não é justo.

Suponha que Lancelotti realmente sinta carinho sexual pelos adolescentes. Isso não cancelou, ou não deveria cancelar, o bem ele fez aos pobres. As pessoas esquecem que ninguém é perfeito. Ninguém é tão ruim a ponto de não poder fazer coisas boas, ou tão bom a ponto de ser incapaz do mal. Todas as pessoas estão neste espectro e ninguém está nas extremidades. Um pedófilo pode fazer o bem. Muitos heróis fictícios e até personalidades históricas têm suas falhas trágicas. Isso geralmente é esquecido.

Na verdade, eu não idealizo as pessoas. Uma coisa que aprendi com as testemunhas de Jeová é que não devemos aprovar ou condenar pessoas, mas apenas ações. Se Lancelotti cometeu um crime ou não, ele suportará as consequências de suas más ações, não importa quais elas sejam. Mas é injusto esquecer o mérito por suas boas ações e nunca vou esquecer isso. Seja qual for o resultado desse drama, que Lancelotti nunca pare de se sair bem.

14 de fevereiro de 2024

Pri Júlio Lancelotti.

Filed under: Notícias e política — Tags:, — Yure @ 10:40

Mi havas la kutimon legi novaĵojn el diversaj fontoj. Mi legis gazetojn kiel Globo, Estadão, Folha, 247… kaj Oeste. En mia opino, gravas konsumu novaĵojn el pluraj fontoj, ĉar neniu el ili alportas la tutan veron. Ĉio estas rakonta kaj trovi realecon pri fakto, kiun oni ne povas rigardi per si mem, postulas la komparon inter diversaj fontoj. Eble tial estas kvar Evangelioj en la Sankta Biblio…

Hodiaŭ, kiam mi revenis hejmen, mi vidis ekskluzivan raporton de la Oeste Revuo pri Patro Júlio Lancelotti. Por tiuj, kiuj ne scias, li estas pastro kompromitita provizi materialan helpon al malriĉuloj, trankviligante ilian suferon per konkretaj agoj anstataŭ simplaj preĝoj. Ĉar li ankaŭ estas forta kritiko de la registaro de Bolsonaro, li estas sub konstanta skrutino.

La raporto tamen ne estis pozitiva, ĉar la revuo Oeste, kiu havas dekstran politikan biason, estas kritika pri Lancelotti. La raporto traktas lastatempan ekzamenon faritan en videoj, en kiuj Lancelotti laŭdire masturbis dum parolado per poŝtelefono kun adoleskanto.

Unue: la adoleskanto aĝis dek ses jaroj. Tio estis libidina ago, sed ŝajne farita kun konsento. Kaj la adoleskanto, kiu aĝas pli ol dek kvar jarojn, povas elsendi leĝe validan seksan konsenton, laŭ brazila juro. Do, krom se la adoleskanto sendis seksajn bildojn de sia propra korpo al Lancelotti (kiu estus la produktado kaj distribuo de infana pornografio, io, kio ankaŭ povus kaŭzi problemojn al la sama adoleskanto), eblas, ke la pastro ne estos kriminale punita. Sed li certe perdus sian pastran titolon.

Due, se la rakonto estas vere konfirmita, ĝi kaŭzos efikon, kiun mi konsideras ekstreme maljusta: la forgesu de liaj bonaj agoj. Ĉiufoje kiam iu ricevas la etikedon de “pedofilo”, societo forgesas ĉion, kion bone faris tiu homo. Mi certas, ke li estos ignorita de la maldekstra kaj demonigita de la dekstra kaj eble forlasita eĉ por tiuj, kiujn li helpis. Ĉiam estas tiel. Mi vidis ĝin plurfoje. Kaj tio ne estas justa.

Supozu, ke Lancelotti vere sentas seksan amemon al adoleskantoj. Ĉi tio ne nuligas, aŭ ne devus nuligi, kiel bone li faris al la malriĉuloj. Homoj forgesas, ke neniu estas perfekta. Neniu estas tiel malbona, kiel ne povas fari bonajn aferojn, aŭ tiel bona al la punkto de esti nekapabla de malbono. Ĉiuj homoj estas en ĉi tiu spektro kaj neniu estas ĉe la ekstremoj en ĝi. Pedofilo povas fari bonon. Multaj fikciaj herooj kaj eĉ historiaj personecoj havas siajn tragikajn difektojn. Ĉi tio ofte estas forgesita.

Fakte, mi ne idealigas homojn. Unu afero, kiun mi lernis de la Atestantoj de Jehovo, estas, ke ni ne devas aprobi aŭ kondamni homojn, sed nur agojn. Ĉu Lancelotti faris krimon aŭ ne, li eltenos la konsekvencojn de siaj malbonaj agoj, kiel ajn ili estas. Sed estas maljuste forgesi la meriton por liaj bonaj agoj kaj mi neniam forgesos ĉi tion. Kia ajn estas la rezulto de ĉi tiu dramo, povu Lancelotti neniam ĉesas agi bone.

13 de fevereiro de 2024

No borres las buenas acciónes de um criminal.

Filed under: Notícias e política — Tags:, — Yure @ 10:26

Tengo la costumbre de leer noticias de diferentes fuentes. Yo leo periódicos como Globo, Estadão, Folha, 247… y Oeste. Es importante, en mi opinión, consumir noticias de varias fuentes, porque ninguna de ellas trae toda la verdad. Todo es narrativa y encontrar realidad sobre un hecho que no se ha presenciado requiere la comparación entre diferentes fuentes. Tal vez por eso hay cuatro evangelios en la Santa Biblia…

Hoy, cuando regresaba a casa, vi un informe exclusivo de la revista Oeste sobre el padre Júlio Lancelotti. Para aquellos que no saben, es un sacerdote comprometido en proporcionar ayuda material a los pobres, aliviando su sufrimiento con acciones concretas en lugar de simples oraciones. Dado que también es un fuerte crítico del gobierno de Bolsonaro, los partidarios del ex presidente lo ponen en constante escrutinio.

El informe, sin embargo, no fue positivo, ya que la revista Oeste, que tiene un sesgo político de derecha, es crítica con Lancelotti. El informe trata sobre un examen forense reciente realizado en videos en los quales Lancelotti supuestamente se masturbó mientras hablaba con un adolescente a través de su teléfono celular, en una videollamada grabada por el adolescente.

En primer lugar: el adolescente tenía dieciséis años. Fue un acto libidinoso, pero aparentemente hecho con consentimiento. Y el adolescente, que tiene más de catorce años, puede emitir un consentimiento sexual legalmente válido, según la ley brasileña. Entonces, a menos que el adolescente haya enviado imágenes sexuales de su propio cuerpo a Lancelotti (que sería la producción y distribución de pornografía infantil, algo que también podría causar problemas al mismo adolescente), es poco probable que el sacerdote sea castigado criminalmente. Pero ciertamente perdería su título de sacerdote.

En segundo lugar, si la historia realmente se confirma, causará un efecto que considero extremadamente injusto: la borrado de sus buenas acciones. Cada vez que alguien recibe la etiqueta de “pedófilo”, se olvida todo lo bueno que hizo esa persona. Estoy seguro de que será ignorado por la izquierda y demonizado por la derecha y quizás abandonado incluso por aquellos a quienes ha ayudado. Siempre es así. Lo he visto varias veces. Y eso no es justo.

Supongamos que Lancelotti realmente siente una atracción sexual a los adolescentes. Esto no invalida, o no debería invalidar, lo bueno que hizo a los pobres. La gente olvida que nadie es perfecto. Nadie es tan malo como para no poder hacer cosas buenas, ni tan bueno hasta el punto de ser incapaz del mal. Todas las personas están en este espectro y nadie está en el extremo de él. Un pedófilo puede hacer el bien. Muchos héroes de ficción e incluso personalidades históricas tienen sus trágicos defectos. Esto a menudo se olvida.

De hecho, por eso no idealizo a las personas. Una cosa que aprendí de los testigos de Jehová es que no debemos aprobar o condenar a las personas, sino solo acciones. Ya sea que Lancelotti haya cometido un delito o no, él soportará las consecuencias de sus malas acciones, sean cuales sean. Pero es injusto tomarle el mérito por sus buenas acciónes y nunca olvidaré esto. Cualquiera sea el resultado de este drama, que Lancelotti nunca deje de hacer lo bien.

12 de fevereiro de 2024

On Lancelotti’s alleged sex chat with a teen.

Filed under: Notícias e política — Tags:, — Yure @ 09:49

I have a habit of reading news from different sources. I read newspapers like Globo, Estadão, Folha, 247… and Oeste. It is important, in my opinion, to consume news from various sources, because none of them brings the whole truth. Everything is narrative and finding reality about a fact that one has not witnessed requires the comparison between different accounts. Maybe that’s why there are four gospels in the Holy Bible…

Today, when I was coming home, I saw an exclusive report from Oeste Magazine about Father Júlio Lancelotti. For those who do not know, he is a priest engaged in providing material help to the poor, relieving their suffering with concrete actions rather than simple prayers. Since he is also a strong critic of the Bolsonaro government, he is under constant scrutiny by the former president’s supporters. Because he is as vocal as popular, due to his work on the poor.

The report, however, was not positive, since the Oeste magazine, having right-wing political bias, is critical of Lancelotti. The report is about a recent forensic examination made in videos in which Lancelotti supposedly masturbated while talking to a teenager through his cell phone, in a video call recorded by the teenager.

Firstly: the teenager was sixteen. It was a libidinous act, but apparently made with consent. And the teenager, being over the age of fourteen, can issue a legally valid sexual consent, according to Brazilian law. So, unless the teenager has sent sexual images of his own body to Lancelotti (which would be production and distribution of child porn, something that could cause trouble to the teenager himself as well), it is unlikely that the priest will be punished criminally. But he would certainly lose his title of priest.

Secondly, if the story is actually confirmed, it will cause an effect that I consider extremely unfair: the erasure of his good deeds. Whenever someone receives the label of “pedophile”, all the good that person did is forgotten. I am sure he will be ignored by the left and demonized by the right and perhaps abandoned even by those he has helped. It’s always like that. I’ve seen it several times. And that is not fair.

Suppose Lancelotti really feels a sexual attraction to teenagers. This does not invalidate, or should not invalidate, the good he did for the poor. People forget that no one is perfect. No one is so bad as not to be able to do good things, not so good to the point of being incapable of evil. All people are in this spectrum and no one is at the extremes of it. A pedophile can do good. Many heroes of fiction and even historical personalities have their tragic flaws. This is often forgotten.

In fact, that’s why I don’t idealize people. One thing I learned from Jehovah’s Witnesses is that we should not approve or condemn people, but only actions. Whether Lancelotti has committed a crime or not, he will bear the consequences of his bad actions, whatever they are. But it is unfair to take the merit from him for his good deed and I will never forget that. Whatever the outcome, may he never stop doing good.

Older Posts »