Pedra, Papel e Tesoura

15 de outubro de 2012

A peguei se depilando!

Filed under: Saúde e bem-estar — Tags:, , , — Yure @ 20:01

A Chantagem, linha 4. by Yure16 — Fur Affinity [dot] net.

Primeiro, nunca me senti atraído de forma significativa por pessoas de qualquer gênero, salvo em casos de peso. Segundo, relacionamentos trazem uma onda de responsabilidades que eu simplesmente não quero assumir. Terceiro, mulheres não raro me assustam. Quarto, não menos importante, estou muito bem sozinho, obrigado.

Isto é uma longa história, que começa com minha irmã. Sempre que minha mãe saía e eu ficava à mercê dela, eu era forçado a fazer as coisas que ela me mandava fazer e ela me batia se eu me recusasse. Eu chorava quase uma vez por dia até que resolvi me rebelar contra ela. Pode-se dizer que minha rebelião adolescente aos doze anos não alvejou meus pais. Eu sempre jurava que eu me vingaria, mas o dia nunca veio até que ela ameaçou meu precioso baralho, aos treze anos. Foi quando eu, pela primeira e única vez, bati nela (ela tinha uns dezessete anos). Minha cartas estavam seguras e eu percebi que eu finalmente podia acabar com a tirania dela. Sempre que ela voava em cima de mim por qualquer razão que fosse, eu me defendia, mas me recusava a bater nela. Quando ela se cansava, eu freava com ela, óbvio. Outro trauma envolvendo ela tem a ver com o cheiro do banheiro. Sempre que ela tomava banho, um cheiro de peixe ficava no ar. Certo dia, eu, um menino inocente de oito anos, entrei no banheiro após passar algumas horas prendendo o pipi e a peguei se depilando! O cheiro estava mais forte que nunca e aí percebi a fonte do odor. Hoje em dia, ela está muito mais higiênica, mas era uma adolescente porquinha. Nossa família sempre foi muito aberta quanto a nudez, muito mais que muitas famílias, e o aspecto da genital feminina me dá… uma dose de asco.

Aos catorze anos, quando fiquei deprimido, me tornei muito mais tímido e comecei a notar como as mulheres agem diferente, a opinião que algumas delas tinham de mim e dos outros garotos, elas pensavam diferente, agiam diferente e tinhas processos mentais muito mais complicados. Eu me sentia fraco diante delas e sempre que eu tinha que conversar com uma eu me sentia como um constante motivo de piada. Não raro, imaginava como seria me meter numa discussão com uma delas. Mesmo estando erradas, elas podiam me humilhar facilmente e me fazer parecer um otário. “Mulheres são geralmente cruéis”, eu pensava.

Havia exceções, claro, e eu tinha amigas com quem eu jogava RPG e assistia desenhos. Mas até elas eu tratava diferente, porque elas eram… voláteis. Era muito fácil deixar uma delas com raiva de você para sempre. E, quando ficavam, elas jamais lhe ouviriam, jamais lhe dariam atenção por mais que você tentasse pedir perdão. E eu vi isso acontecer, por minha causa, com um amigo meu, que amava uma menina e eu, sem querer, deixei vazar o que ele pensava dela, atrasando em um ano um pedido de namoro.

Elas funcionam de um jeito tão diferente e tão estranho que eu acumulei más experiências o bastante com elas. Posso fazer amizade e tudo o mais, mas não posso levá-las numa relação séria, seja por alguns meses, seja para a vida toda. Isso, necessariamente, correria mal. Talvez seja um problema comigo, visto que muitos homens, aliás, a maioria dos homens se dá bem com mulheres.