- A filosofia grega podia ser dividida entre lógica, ética e física.
- Um conhecimento pode ser formal ou material.
- Lógica é uma ciência formal.
- A ciência material divide-se em ética (leis da liberdade) e física (leis da natureza).
- A ética está preocupada com as coisas como deveriam ser (como o ser livre deve agir), enquanto que a física se ocupa das coisas como são (como a natureza age).
- A parte racional, mas não empírica, da física chama-se metafísica da natureza, enquanto que a parte meramente racional, mas não empírica, da ética chama-se metafísica dos costumes.
- Tal como a ciência, a filosofia deveria se dividir em partes e promover a especialização.
- Partes da física: metafísica da natureza (racional) e física empírica.
- Partes da ética: antropologia prática (empírica) e metafísica dos costumes (racional).
- Uma metafísica dos costumes é necessária porque permite a criação de leis estáveis, uma vez que partiriam de princípios morais universais (os quais só podem ser alcançados se distanciando da experiência tanto quanto possível).
- Regras práticas não são leis morais, porquanto são particulares.
- Sem princípios morais puros, a moralidade estará sujeita à perversões.
- Só há uma razão, que é aplicada de formas diversas.
- Não precisa ser filósofo pra entender filosofia moral.
- Um princípio de fácil aplicação e que parece bastar para resolver um problema pode, ainda assim, estar errado.
- Todas as nossas qualidades podem se prestar ao mal, exceto a boa vontade, a qual se manifesta no caráter.
- A felicidade, a satisfação consigo mesmo e sua condição, pode causar presunção.
- Até mesmo o autocontrole pode prejudicar a pessoa ou aqueles que estão próximos dela.
- A boa vontade é o que dá garantia a nossas virtudes, pois, sem ela, não há garantia de que nossas virtudes estão sendo usadas para o bem.
- É mais fácil infringir seus deveres se você está infeliz.
- “Dever” é a necessidade de cumprir algo pelo respeito à lei.
- Uma ação não é moral por seus resultados, mas pela sua motivação.
- Devo agir como se todos tivessem que me imitar.
- Será que as consequências de uma mentira não superam o bem que se pode derivar dela?
- Antes de agir, pense: “e se o que estou para fazer se tornasse lei?”
- O fato de eu ter bons princípios morais não garante que serei capaz de seguir tais princípios.
- O fato de eu querer muito alguma coisa não implica que tal coisa é boa.
- Uma filosofia se torna popular pela vulgarização, o que não é algo necessariamente ruim.
- Quando estou agindo conforme minha razão, estou agindo por “vontade”, mas, quando ajo de forma que minha razão desaprova, estou agindo por “coação”.
- Prudência é a habilidade de escolher os meios para obter o melhor bem-estar.
- A lei coage.
- Desejar um fim é desejar também os meios de obtenção do fim.
- Não é possível saber exatamente o que é felicidade sem tê-la experimentado, por isso muitos erram o caminho até lá.
- Se a felicidade é o melhor bem-estar, ela deveria vir sem custo de manutenção, do contrário, eu me preocuparia em manter minha felicidade quando, se eu me preocupo, não estou feliz.
- Eu não posso dizer pra alguém como ela deve agir pra ser feliz, se eu mesmo não sei como.
- Eu posso desistir de prescrições rígidas se eu desistir do objetivo que pretendo alcançar as obedecendo, a menos que sejam prescrições incondicionadas a fins.
- Imperativo categórico: “aja apenas segundo princípios que poderiam ser transformados em leis às quais todos se submeteriam.”
- Se uma ação satisfaz o imperativo categórico, ela é justa (se bem que não necessariamente bela, não necessariamente útil, mas apenas justa).
- A diferença entre “impulso” e “motivo” é que o impulso leva a fim subjetivo (eu executo esta ação porque me é agradável apenas) enquanto que motivo leva a fim objetivo (eu executo esta ação porque me é agradável, mas também é agradável a todos).
- Imperativo prático: “trate a si mesmo e também aos outros como meios e fins, nunca somente como meros meios.”
- Se você faz o bem por interesse, a sua ação é condicionada ao interesse, ou seja, você não fará o bem se não lucrar com isso.
- Se algo pode ser substituído por um equivalente, esse algo tem “preço”, mas, se ele é insubstituível, diz-se que ele não tem preço, mas “dignidade”.
- Nenhuma virtude moral tem preço, porquanto não lhes existem equivalentes.
- Autonomia é a capacidade de dar leis a si mesmo.
- O contrário da autonomia é a necessidade de aceitar leis de outras fontes.
- Ser bom e ser feliz não necessariamente convergem.
- Só podemos conhecer a coisa como ela se mostra aos nossos sentidos, mas isso não quer dizer que seu eu verdadeiro é seu eu aparente.
- A natureza nos dita leis, as quais não podemos quebrar, ou seja, não somos totalmente autônomos.
- Mas isso não quer dizer que a natureza controla todos os nossos atos, então temos alguma autonomia.
- Nossa substância pensante, a inteligência, é nosso verdadeiro eu.
9 de julho de 2018
Anotações sobre a “Fundamentação da Metafísica dos Costumes”, de Kant.
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