Pedra, Papel e Tesoura

20 de abril de 2015

O que aprendi lendo “Fedro”.

“Fedro” foi escrito por Platão. Abaixo, o que aprendi lendo esse livro.

  1. Conhecer a si próprio deveria ser o início do conhecimento.
  2. Não ofereça vantagens em troca de amor ou sexo.
  3. Ofereça vantagens a quem as merece ou àqueles de quem delas precisam.
  4. Aqueles que amam sem se deixar levar pela emoção cega o fazem responsavelmente.
  5. Quem ama irracionalmente fala coisas de que depois se arrepende.
  6. Os apaixonados, por vezes, reconhecem que são irresponsáveis, mas, ao mesmo tempo, não são capazes de se corrigir.
  7. O amor irracional fomenta a inveja e o ciúme, afasta os amigos e eventualmente arruína a relação.
  8. É bom que o amado tenha amigos e, se isso fizer bem ao amado, não faz sentido ficar mal por causa disso.
  9. O que ama moderadamente não se aborrece com faltas insignificantes do amado.
  10. Paixão e amizade são duas manifestações de amor.
  11. Para evitar a vergonha perante o cara, Sócrates profere seu próprio discurso com a cabeça coberta.
  12. Com quem devemos fazer amizade?
  13. Quando a razão domina o desejo com que discorda, tem-se temperança.
  14. A intemperança tem diferentes nomes dependendo do desejo que arrebatou a pessoa.
  15. O apaixonado quer um amado fácil: se o amado se mostra superior ou igual, ele fica frustrado, porque quer prazer naquele instante, o que só poderia ser obtido se o parceiro fosse pior que ele.
  16. O irracional trabalha para a degeneração da sabedoria ou capacidades físicas do amado, para mantê-lo sob controle.
  17. O amante irracional quer que o amado seja também pobre, para mantê-lo dependente.
  18. O amante apaixonado quer mais é que o amado se ferre, mesmo que ele não se dê conta disso, para que assim ele possa mantê-lo.
  19. Amantes irracionais são propensos à traição.
  20. Juramentos feitos por um apaixonado são indignos de confiança.
  21. O amor irracional é um apetite e, como tal, desaparece quando satisfeito.
  22. A religião parece ter vindo da inspiração divina.
  23. A loucura também produz música e poesia.
  24. Apesar de danoso, o amor irracional deixa feliz aquele que ama.
  25. As causas não podem regredir infinitamente.
  26. Mito do carro guiado por dois cavalos alados: a razão quer levar-nos às certezas e à verdade, mas as emoções nos puxam para problemas terrenos que atrapalham a busca pelas coisas eternas.
  27. O filósofo, quando contempla a verdade, é tido por louco pelos outros, mas é apenas incompreendido.
  28. A contemplação do belo faz parte do processo de elevação da alma.
  29. O verdadeiro amante não quer o empobrecimento do amado, mas seu aperfeiçoamento.
  30. A razão e a emoção são necessárias ao amor.
  31. O discurso falado que não é elogiado também não é transcrito.
  32. Os oradores não falam do que é bom, belo, justo ou útil, mas do que parece ser uma ou mais dessas coisas.
  33. O retórico, conhecendo as opiniões, mas não a verdade, brinca com as opiniões, de forma que o ouvinte seja levado a pensar como ele quer.
  34. As artes técnicas tratam de coisas reais, mas a retórica que não está comprometida com a verdade não é arte técnica, porque trata de ficções.
  35. Porém, a retórica, se de posse da verdade, poderia fazer uma pessoa aceitar algo correto mais facilmente.
  36. A retórica pode desfigurar o objeto em discurso.
  37. Ela trata de contradições.
  38. A retórica tem mais poder quando trata de assuntos incertos e duvidosos, por se aproveitar da ignorância do ouvinte e da abundância de opinião.
  39. Um truque retórico: não explicar o significado dos termos usados no discurso.
  40. O retórico não tem poder sobre aqueles que entendem do assunto que ele trata.
  41. Para ser um orador perfeito, o indivíduo precisa ter uma inclinação natural, estudar e exercitar a oratória.
  42. A oratória perfeita tem potencial construtivo sobre o ouvinte.
  43. Quem discursa sobre alguma coisa deve ser capaz de descrever a natureza dessa coisa.
  44. É necessário ser também capaz de definir o objeto de que trata aquilo sobre o que estamos discursando.
  45. O bom retórico deveria ser capaz não apenas de dizer o que é retórica, mas também o que é a alma, porque a retórica age sobre a alma do ouvinte.
  46. Nem todo ignorante é igual: o retórico precisa adaptar o discurso segundo o “tipo de alma” que se quer influenciar.
  47. O retórico deve reconhecer, pela prática de seu ofício, quando usar este, esse ou aquele argumento com esta, essa ou aquela pessoa.
  48. A retórica se ocupa do verossímil, não necessariamente do verdadeiro.
  49. Se o retórico quer convencer, se volta para o convincente, não para o verdadeiro (embora a verdade possa ser acessória).
  50. Isso é especialmente evidente quando acusador e acusado se esforçam para esconder a verdade sobre o caso.
  51. O retórico não é encorajado a conhecer a verdade, mas o conhecimento da verdade permite criar probabilidades mais convincentes.
  52. O livro é limitado pelo entendimento do leitor.
  53. Os discursos escritos dialeticamente têm um limite estendido.
  54. Almas complexas requerem escritos complexos.
  55. É necessário conhecer aquilo sobre o que se discursa.
  56. O melhor discurso escrito é aquele que é escrito para uso do próprio escritor, como meio de consulta posterior, com sua eficácia sendo reduzida se o leitor não for o próprio escritor e diminuindo quanto mais distante o leitor é do escritor.
  57. Se você tem certeza de que possui a verdade e está apto a defendê-la, já é filósofo.
  58. Os amigos devem tudo ter em comum.