“Mênon” foi escrito por Platão. Abaixo, o que aprendi lendo esse livro.
- Como adquirimos virtude?
- Não é possível definir virtude fazendo uma lista de virtudes disponíveis: é necessário pensar no que faz uma virtude ser virtude, que é um processo subtrativo.
- Por exemplo, se existe uma virtude para o homem e outra para a mulher, será que são diferentes?
- A saúde é a mesma em todos, por partilhar de características comuns.
- Justiça é uma virtude, não simplesmente “virtude”: tem também a coragem e a temperança, por exemplo.
- Não podemos dizer o que é uma figura dizendo que é “quadrado” ou “círculo”, nem dizer o que é a cor dizendo que é “branco” ou “azul”: uma definição passa por todos esses casos.
- Sócrates tenta definir a forma como “ente que sempre acompanha a cor”, só que ninguém explicou ainda o que é a cor, o que torna a definição de forma imprecisa.
- Você sabe o que é “término” ou “limite”, “sólido” e “superfície”?
- Todos procuram o bem; se procuram algo danoso é por ignorarem que é danoso.
- A virtude, então, parece estar não na vontade de ter coisas boas, mas na capacidade de consegui-las.
- Só que também não funciona dessa forma; é possível conseguir coisas boas injustamente.
- Como é que virtude é conseguir coisas justamente, se justiça por si já é considerada virtude?
- Como buscar o que se ignora, como buscar o que não conheço se nem sei o que procuro?
- A aporia é necessária: faz a pessoa tomar-se conta da própria ignorância.
- Todos parecem ter conhecimento latente que pode ser invocado através de questionamento.
- Se virtude for ciência, pode ser ensinada.
- Qualquer coisa conduzida cientificamente leva ao bem.
- Se virtude é ensinável, como é que não há “professores de virtude” nem gente querendo aprender virtude?
- Quem faz nem sempre é quem ensina e quem ensina nem sempre faz.
- Os sofistas não ensinam virtude.
- Se o homem virtuoso pudesse ensinar virtude, abriria uma escola disso!
- Se houvessem professores de virtude, deveriam concordar quanto ao grau de apreensão da virtude, mas se observa que pessoas virtuosas não estão de acordo quando a virtude ser ou não ensinável.
- Sofistas, por professarem que virtude se ensina ou não dependendo da situação, não são professores de virtude.
- Depois de perdida a virtude, não será a educação capaz de restaurá-la…
- Mesmo os que afirmam que a virtude pode ser ensinada se mostram confusos ao falar da própria virtude.
- Virtude não é ciência.
- Opinião verdadeira não produz resultado inferior à ciência.
- É pelo cálculo que a opinião correta torna-se ciência e, portanto, estável.
- Se a pessoa pode se tornar virtuosa aprendendo, então virtude não é inata.
- A definição de virtude é inclusiva e, como a definição, suas características são também inconclusivas.
[…] não é possível conhecer o que se ignora. Logicamente, mas lembrando que nem tudo o que faz sentido é verdade. Quando […]
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Pingback por Alcibíades I. | Analecto — 19 de outubro de 2017 @ 12:04
[…] A sua imortalidade é especulada. Ela fala de ressurreição dos corpos, é verdade, mas não de migração das […]
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Pingback por Anotações sobre o dicionário filosófico. | Pedra, Papel e Tesoura. — 27 de setembro de 2016 @ 14:19
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Pingback por Anotações sobre o ensaio sobre o entendimento humano. | Pedra, Papel e Tesoura. — 17 de julho de 2016 @ 11:29
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[…] Ano passado, li Alcibíades I, Apologia de Sócrates, República, Elogio de Helena, Fédon, Fedro, Mênon, Metafísica, dois livros sobre os pré-socráticos, Banquete e Teeteto. É que literatura não é […]
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Pingback por Carta trocada com um amigo. | Pedra, Papel e Tesoura. — 22 de junho de 2015 @ 09:54
[…] deixou a definição de virtude em aberto, mas diz que ela é fruto de uma feliz opinião que vem de algum lugar. Mas Aristóteles diz que a […]
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Pingback por Ética a Nicômaco. | Pedra, Papel e Tesoura. — 24 de maio de 2015 @ 00:57