“Metafísica” foi escrita por Aristóteles. Abaixo, o que aprendi lendo esse texto.
- A curiosidade faz parte da natureza humana.
- Arte é o conjunto de informações abstraídas de um processo indutivo com finalidade prática.
- O sinal distintivo de domínio sobre um conteúdo é a capacidade de ensiná-lo.
- O sábio deve conhecer tudo na medida do possível, embora não seja obrigado a conhecer tudo em sua profundidade.
- O sábio deve se preocupar com as causas das coisas.
- A filosofia nasceu quando as pessoas, admiradas com o mundo, perceberam que eram ignorantes e buscaram o conhecimento com principal intuito de fugir da ignorância, sem necessariamente visar utilidade prática.
- As causas da substância são quatro: formal (o que a coisa é), material (de que é feita), eficiente (o que a fez passar da potência ao ato, ou seja, o que a fez existir) e final (para quê tende, ou seja, qual é o objetivo dela).
- Os primeiros filósofos estavam interessados na causa do mundo, identificando-a em um elemento simples e material: Tales acreditava que o princípio era o elemento água, Anaxímenes acreditava que era o ar, Heráclito acreditava no fogo, entre outros.
- Muitas das primeiras filosofias de ordem naturalista eram falhas por suprimir o movimento: que força impeliu a água, por exemplo, a tornar-se outras coisas?
- Admitir apenas causas materiais para tudo implica suprimir os entes incorpóreos.
- Demócrito acreditava que os princípios eram “cheio” e “vazio” (isto é, átomos e vácuo).
- Pitágoras acreditava que era o número.
- Alguns pitagóricos acreditavam na existência de dez princípios, cada um composto de duas coisas opostas.
- Os filósofos naturalistas se dividem em duas categorias: os que creem na origem puramente material (não obstante o número de princípios) e os que creem na origem material e na origem motriz (esta última podendo ser una ou múltipla).
- Platão era mobilista, mas não aceitava que a doutrina do “tudo flui” de Heráclito era válida também para as coisas imateriais, já que, se o fosse, nada poderia ser conhecido (segundo o sistema platônico).
- Os naturalistas erraram em muitos pontos, por suprimirem a essência, por suprimirem os entes incorpóreos e alguns outros ainda por não falar do movimento.
- Logo vê-se que o número de ideias constitui um problema na teoria das ideias.
- A teoria das formas comporta “formas de formas”, se for abusada, permitindo que algo seja, ao mesmo tempo, modelo e cópia.
- A origem do movimento não está clara na teoria das formas.
- Não é possível apreender algo sem o sentido certo.
- Todos dão sua contribuição à verdade, mesmo os que erram.
- Se algo é muito óbvio, é fácil deixar escapar à vista.
- As causas não podem ser revertidas indefinidamente.
- É necessário se expressar de forma clara se o que se quer é ser entendido.
- A matemática trata de coisas abstraídas da matéria.
- Para resolver as dificuldades, é necessário expô-las, analisá-las.
- A matemática não é qualitativa, mas quantitativa, preocupada com número e quantidade, não com bom e ruim.
- Conhecer um objeto é saber o que ele é.
- A essência de algo não é demonstrável empiricamente.
- Existem, sim, coisas eternas, pois tudo o que é contingente vem de algo que lhe é anterior, mas se não houvesse algo eterno (que sempre existiu) nada existiria.
- Impossível que a origem dos entes contingentes e dos entes eternos seja a mesma.
- A filosofia antiga parece implicar que a discórdia constrói na medida em que separa as coisas, dando-lhes forma particular, e a amizade destrói ao juntar tudo em uma coisa só, fazendo tudo abdicar de existência particular.
- Alguns filósofos parecem identificar um (unidade) e ser.
- Nem toda potência se efetiva, isto é, torna-se ato.
- A metafísica se ocupa do ser enquanto ser.
- O filósofo está incumbido de estudar tudo.
- A filosofia deve questionar os axiomas das outras ciências.
- A lógica é parte da filosofia.
- A aceitação sem provas é necessária ao discurso; não é possível chegar a conclusão nenhum sobre algo se você perguntar qual a prova daquilo e depois a prova de que a prova é válida, depois a prova da validade da prova ulterior e assim sucessivamente.
- Caso o enunciado seja deformado, o significado dos termos constados nele têm prioridade.
- Para Anaxágoras, tudo está misturado, não havendo existência particular.
- Todos fazem juízos irrestritos quanto ao útil e ao inútil.
- Loucos sempre são a minoria.
- Se os sentidos de alguém fossem diferentes, mesmo que para melhor, ele seria considerado uma anormalidade e muito provavelmente não seria levado a sério.
- Se tudo estivesse em constante mudança, nada se poderia afirmar com certeza; não pode haver ciência sem regularidade.
- Verdade é dizer que aquilo que é de fato é e que o que não é realmente não é.
- Mentira é dizer que o que é não é e que o que não é na verdade é.
- A causa final também põe as coisas em movimento.
- Uma coisa é “mais una” conforme se aproxima do critério “não pode ter seu sentido separado e não é divisível nem em tempo nem em espaço”.
- Potência é o contrário de ato: algo “em potência” é algo que ainda não aconteceu, mas pode acontecer.
- Impossível é qualquer afirmação falsa que é necessariamente falsa (isto é, que não poderia ser verdadeira de nenhum modo), como “círculo quadrado”.
- Bom é aquilo que é perfeito, excelente ou que alcançou seu fim.
- “Gênero” é uma classe de coisas (como “gênero humano”).
- Acidente é aquilo que ocorre junto com a essência, mas que não a modifica (se o céu está nublado ou claro, ele continua sendo céu).
- A física trata do ser enquanto este admite movimento, ao passo que a metafísica se ocupa do ser imóvel e separado (abstrato).
- A metafísica (filosofia primeira) é a parte da filosofia que se propõe a ser a mais elevada.
- Uma substância se produz do ato de outra.
- Essência (conceito) independe de órgão.
- A essência do animal é a alma (princípio de movimento, animal é aquilo que se move por si).
- Toda definição é definição do universal; acidentes não são levados em conta numa definição (a definição de “céu” independe do fato de o céu estar ou não nublado).
- A física é a “filosofia segunda”.
- Em “animal bípede”, animal é gênero e bípede é diferença (aquilo que diferencia aquele espécime dos outros do mesmo gênero).
- É preciso saber o que se busca antes de começar a buscar.
- “Calmaria” significa “tranquilidade do mar”: tranquilidade é ato, mar é substrato.
- “Animal” é “alma num corpo”.
- Não é possível gerar uma forma, mas é possível gerar um indivíduo, que é matéria e forma.
- Nem tudo tem quatro causas.
- Conhecer um objeto pode implicar conhecer seu contrário.
- A melhor forma de aprender é na prática.
- Física e matemática também estudam princípios das coisas que existem e, por isso, são partes da filosofia para Aristóteles.
- Nada vem do nada.
- A estabilidade é necessária ao conhecimento; não é possível conhecer algo que está em constante mudança.
- Não se pode dizer nem que tudo é verdade nem que tudo é mentira.
- Se as ciências são hierarquizadas segundo seus objetos, a teologia é a maior delas.
- O conhecimento do acidental não é científico.
- “Acaso” não é “efeito sem causa”, mas efeito inesperado de causa desconhecida.
- Tempo e movimento sempre existiram.
- A causa final move por atração.
- A missão de cada indivíduo se inicia em sua natureza.
- A teoria das ideias só teve início porque se constatava que as coisas sensíveis estão em mudança constante. Assim, se quiséssemos entender alguma coisa do mundo, só poderia ser aquilo que há de inteligível. Mas não foi Sócrates que inventou as ideias.
- Número e grandeza estão nas coisas.
[…] outras coisas que envolviam ou não o Fur Affinity. Então, pra Tomás, é preciso que haja um movemente imóvel, uma causa não causada, um ser necessário, sumamente perfeito e que põe o universo em ordem. […]
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Pingback por Alguns conselhos de Agostinho, parte 3. | Analecto — 18 de setembro de 2020 @ 16:03
[…] Obviously logical truths are ignored by many people, who have never bothered to think about such ma… […]
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Pingback por Notes on Locke’s “Essay on Human Understanding.” | Analecto — 4 de setembro de 2018 @ 15:49
[…] As causas não podem ser infinitamente traçadas. Deve haver um primeiro agente para que haja agentes intermediários e agente final. […]
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[…] Compreender uma coisa qualquer requer conhecer suas tendências, não somente seu estado. […]
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[…] o grande metafísico, líder do povo da Cidade do Sol, precisa saber tudo o que há para saber e em quantidade decente. Exceto por teologia e metafísica, que devem ser conhecidas não apenas decentemente, mas […]
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Pingback por Anotações sobre a Cidade do Sol. | Analecto — 29 de agosto de 2017 @ 17:11
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Pingback por Anotações sobre a crítica da razão pura. | Pedra, Papel e Tesoura. — 31 de janeiro de 2017 @ 10:58
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Pingback por Anotações sobre os fundamentos da desigualdade entre os homens. | Pedra, Papel e Tesoura. — 5 de janeiro de 2017 @ 21:52
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Pingback por Anotações sobre o dicionário filosófico. | Pedra, Papel e Tesoura. — 27 de setembro de 2016 @ 14:19
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Pingback por Anotações sobre os diálogos entre Hylas e Philonous. | Pedra, Papel e Tesoura. — 23 de agosto de 2016 @ 14:59
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Pingback por Anotações sobre os dois tratados sobre o governo. | Pedra, Papel e Tesoura. — 12 de agosto de 2016 @ 21:19
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Pingback por Anotações sobre o ensaio sobre o entendimento humano. | Pedra, Papel e Tesoura. — 17 de julho de 2016 @ 11:29
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Pingback por Anotações sobre a monadologia. | Pedra, Papel e Tesoura. — 26 de junho de 2016 @ 09:17
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Pingback por Anotações sobre os pensamentos. | Pedra, Papel e Tesoura. — 21 de junho de 2016 @ 08:52
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Pingback por Anotações sobre o leviatã. | Pedra, Papel e Tesoura. — 6 de junho de 2016 @ 20:54
[…] não está interessado nas causas finais. Acho isso um tanto apressado. Poderia ter dito que a causa final depende de nós e que ela não é […]
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Pingback por Anotações sobre os princípios da filosofia. | Pedra, Papel e Tesoura. — 8 de maio de 2016 @ 11:49
[…] Diz Benjamin que o narrador não está mais presente em sua atualidade. Na minha interpretação de Experiência e Pobreza, eu disse que a Benjamin nem sequer deixa implícito que a experiência não mais poderá ser obtida ou transmitida no futuro, mas apenas que ela estava deixando de existir em seu tempo. Chamo atenção para isso porque essa primeira frase do texto usa um termo derivado de “ato”, que é a coisa como ela é agora. O narrador não existe em ato, o que não implica que ele não esteja em forma potencial. Donde decorre que eu tenho mais razões para crer que Benjamin acredita na volta do narrador e da experiência do que em sua extinção irrecuperável. Para ver as diferenças entre potência e ato, verifique minhas anotações sobre a Metafísica. […]
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Pingback por Busca por atividades complementares: primeira semana. | Pedra, Papel e Tesoura. — 10 de abril de 2016 @ 19:58
[…] Estado físico não é essencial, mas acidental. […]
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Pingback por Meditações metafísicas. | Pedra, Papel e Tesoura. — 24 de março de 2016 @ 08:04
[…] a verdade requer não apenas que saibamos o que procuramos, mas que pensemos o caminho até […]
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Pingback por Regras para a condução da inteligência. | Pedra, Papel e Tesoura. — 17 de março de 2016 @ 12:11
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Pingback por Novum organum. | Pedra, Papel e Tesoura. — 11 de março de 2016 @ 20:23
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Pingback por O príncipe. | Pedra, Papel e Tesoura. — 13 de janeiro de 2016 @ 18:10
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[…] Para Platão, tudo o que é físico tem uma razão não-física, mas metafísica (paralela à física). Por exemplo, Sócrates está preso. Para os filósofos da natureza, Sócrates está preso porque andou até a sala e lá o trancaram. Para Platão, Sócrates está preso porque submeteu-se à sua condenação após ter se oposto ao júri ateniense. De fato, demonstrar as razões físicas de algo apenas revelam o “como” de algo, mas não seu “porquê“. […]
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Pingback por Às beiras da verdade. | Pedra, Papel e Tesoura. — 5 de janeiro de 2015 @ 20:26